Os preços da arroba abrem o mês com uma alta de R$ 3/@ e, após baixa nos estoques, frigoríficos podem ofertar mais com a falta de animais para abate!
O mercado segue com grande atenção para o consumo interno, mercado responsável por 70% do consumo da carne produzida, após o feriado e pagamento dos salários. O ponto positivo para o pecuarista é o retorno das indústrias que estavam de férias e a alta observada ao longo da primeira semana de maio. Disputa pela matéria-prima trará avanço nas cotações!
Apesar do aumento da oferta nos últimos dias, os dados evidenciam que o mercado terá uma safra extremamente pequena, diferentemente do que historicamente observamos. Segundo os analistas, na entressafra, a dinâmica de mercado será completamente diferente, considerando a potencial redução do confinamento de primeiro giro.
Fechamento da semana
Segundo a Scot Consultoria, o boi gordo ficou cotado em R$307,00/@ e a vaca gorda em R$286,00/@, preços brutos e a prazo. A cotação da novilha gorda ficou estável na comparação diária, negociada em R$302,00/@, nas mesmas condições.
Já para bovinos jovens voltados à exportação, o ágio chega a R$7,00/@, preço bruto e à vista. Foi observado uma alta de R$ 3,00/@ ao longo da semana para a média nas praças paulistas.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 307,31@, na sexta-feira (07/05), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 285,37/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 296,26/@.
Já o Indicador do Cepea, voltou a fechar a semana com grande valorização, na casa de 1,87%, trazendo os preços na praça paulistas para o patamar de R$ 311,45/@. Os pecuaristas poderão observar novas valorizações ao longo desta semana!
Escalas de Abate – “Falso crescimento”
As programações de abate encerraram a sexta-feira com poucas variações em grande parte do país. Mesmo com a chegada do período seco e a perda nutricional das pastagens do país, a oferta de animais aumenta a conta-gotas. Com isso, as escalas diminuíram o ritmo de avanço na última semana.
- Em São Paulo, os frigoríficos seguem com 11,0 dias úteis de escala já cobertas, a situação dos frigoríficos paulistas é a melhor dentre os estados acompanhados.
- Em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, as indústrias encerraram a semana com 6,0 dias úteis de escala completas.
- Dentre as regiões analisadas, o Tocantins tem as programações mais curtas, com os frigoríficos abastecidos em média em 3,0 dias úteis.
Mercado interno com demanda crescente
Essa expectativa de avanço na procura pela carne no curtíssimo prazo (durante este fim de semana) é reforçada pelo aumento do poder de compra dos brasileiros neste período inicial do mês, quando entra o dinheiro dos salários na conta dos trabalhadores.
A flexibilização do isolamento social contra a propagação da Covid-19 também pode alavancar o consumo da carne vermelha neste início do mês, acrescenta a IHS Markit.
Baixa oferta de animais voltará ao mercado
O gráfico abaixo evidencia um mercado que já era esperado e pouco noticiado, principalmente pelas indústrias neste momento. A oferta de animais se acentuou com a entrada da semana, mas a conhecida “SAFRA” do boi gordo será pequena.
Por conta da grande valorização da reposição, os pecuaristas estão retendo grande volume de fêmeas, o que impactou e impactara na lacuna de oferta de animais para abate. Observa-se, segundo o gráfico, que na última semana as fêmeas representam cerca de 25% dos animais negociados.
Frigoríficos vão brigar pelo boi gordo
As indústrias estão, ainda, com uma falsa escala de abate. Precisamos pontuar e lembrar que todas elas trabalham com um terço da sua capacidade de abate e, por isso, o pecuarista ainda consegue pressionar os preços.
Outro fator é a retomada das atividades de plantas que estavam de férias coletivas e ou paradas, o que trará uma maior competitividade no mercado interno e também naquelas habilitadas a exportação.
O mercado seguirá com grande competitividade e os preços podem voltar a subir nesta semana com preços chegando até a R$ 320,00/@ e algumas negociações pontuais acima da referência!
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. Conforme Iglesias, há otimismo em relação as vendas do final de semana, avaliando o importante ponto de consumo durante o Dia das Mães.
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“Essa data tradicionalmente capitaliza bons resultados, estimulando a reposição entre atacado e varejo. Outro aspecto a ser citado faz menção a preferência do consumidor médio por proteínas mais acessíveis; nesse aspecto a carne de frango ainda é a opção prioritária”, diz Iglesias.
Com isso, o corte traseiro teve preço de R$ 20,45 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 18,00 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 17,95 o quilo.
Embarques crescem
As vendas externas de carne bovina brasileira seguem bastante aquecidas, principalmente em relação às exportações para países asiáticos, que continuam sofrendo com surtos de peste suína africana (PSA), informa a IHS.
“Casos de peste suína africana seguem reportados na Ásia, incluindo a China, o que pode atrapalhar a recuperação da produção de suínos no país, colaborando com as vendas brasileiras”, reforça a Scot.
Países africanos e europeus também relatam problemas sanitários, envolvendo sobretudo o setor avícola, com destaque para a Polônia, que registrou diversos casos de gripe aviária e, para tentar conter o avanço da doença, abateu 6 milhões de aves. “Trata-se da maior crise já enfrentada pela indústria avícola desse país”, relata a IHS.
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No mês passado, as exportações brasileiras de carne bovina in natura somaram 125,47 mil toneladas, com recuo de 6,24% sobre o resultado de março, mas quase 8% acima do volume computado em abril de 2020, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O desempenho dos embarques do mês passado foi recorde para um mês de abril.