Os preços da arroba vão subir no curto prazo, mas os pecuaristas precisam frear a oferta de animais para abate; Novilha China atinge R$ 340,00/@, veja!
O mercado físico de boi gordo registrou preços predominantemente estáveis no fechamento da última sexta-feira, 28, em todas as praças pecuárias pelo país. As movimentações seguem com as mesmas motivações, oferta enxuta de boiada puxando os preços pra cima de uma lado e demanda interna para baixo do outro. Pecuarista precisa forçar a oferta para baixo e evitar que as indústrias consigam formar escalas alongadas.
A virada do mês traz otimismo para o mercado interno com a entrada da massa salarial e o término do período de férias, além da retomada das atividades econômicas que, diante da pandemia, ficou muito tempo parado. Além desse fator positivo, é esperado uma retomada mais voraz da China as compras, após as festividades do Ano Novo Lunar.
O mercado do boi gordo encerrou a semana equilibrado nas praças paulistas, cenário que se estende há 17 dias. As cotações do boi, vaca e novilha ficaram estáveis na comparação feita dia a dia. Com isso, o boi gordo está apregoado em R$337,00/@, a vaca gorda em R$303,00/@ e a novilha gorda em R$325,00/@, preços brutos e a prazo.
O destaque ficou para a Novilha, onde referência para o “Padrão China” está firme em R$340,00/@, sendo que em alguns casos esse preço é composto por um ágio de até R$ 10,00/@. Os pecuaristas de Tietê, no estado de São Paulo, informaram negociações de até R$ 340,00/@ com pagamento à vista e o abate programado para o dia 02 de fevereiro. Veja a imagem abaixo com os detalhes da negociação.
Sendo assim, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 336,23/@, na sexta-feira (28/01), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 334,06/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 314,16@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ 331,91/@.
O preço do Indicador do Boi Gordo/CEPEA, fechou com uma variação negativa de -1,25%. Sendo assim, os preços da arroba do boi gordo na média paulista saltaram de R$ 343,70/@ para o valor de R$ 339,40/@, com isso o boi gordo acumula uma alta positiva neste mês de 0,86%. Confira o gráfico abaixo, onde é possível observar que os valores do Indicador estão acima de R$ 315,00 desde o início do ano.
Embora os frigoríficos brasileiros continuem com as tentativas de derrubar os preços da arroba, o mercado do boi gordo operou nesta sexta-feira com estabilidade em praticamente todas as praças pecuárias do País.
Os preços do boi gordo no mercado físico se mantiveram estáveis durante a última semana de janeiro/22, as motivações são as mesmas da semana retrasada, oferta curta puxando para cima de um lado e demanda interna para baixo do outro. Na B3, o contrato com vencimento para fev/22 encerrou o dia à R$ 340,90/@, apresentando queda de 0,23% no comparativo diário.
Na avaliação dos analistas, para os próximos dias, o recebimento dos salários e final das férias escolares podem elevar o consumo interno de carne bovina, em relação aos baixos níveis registrados nas últimas semanas.
Possibilidade de férias coletivas
Diante dos baixos preços das proteínas concorrentes, os frigoríficos brasileiros seguem tendo grande dificuldade em repassar os aumentos nos custos operacionais ao preço final da carne bovina.
“Mesmo com surpreendente volume de embarques ao exterior neste começo de 2022, o consumo doméstico de carne bovina segue insuficiente para absorver a produção vigente”, observa a IHS Markit. Entre as unidades de abate, acrescenta a consultoria, cresce a possibilidade de paralisação temporária das atividades por meio de férias coletivas, já que muitas delas operam com capacidade ociosa elevada.
Além disso, informa a IHS, as indústrias locais registram problemas de excesso de contaminações de trabalhadores pela nova variante ômicron da COVID-19. “Muitos funcionários se ausentaram de seus postos devido ao isolamento, reduzindo o efetivo de mão de obra para os trabalhos”, conta a IHS.
Custos de produção preocupam produtores
Os custos de produção da pecuária de corte nacional subiram novamente em 2021.
Conforme pesquisas realizadas pelo Cepea em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), de 2020 para 2021, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária de corte avançou expressivos 22% no caso das propriedades de cria e 17,88% no das de recria e engorda, considerando-se a “Média Brasil” (AC, BA, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PR, RO, RS, SP e TO).
Segundo pesquisadores do Cepea, para este ano, o cenário tende a ser novamente desafiador ao pecuarista brasileiro, sobretudo devido ao dólar elevado e ao clima desfavorável no Sul do Brasil.
Os pecuaristas estão com a “chave” na mão para conseguir uma disparada dos preços e uma retomada das negociações a R$ 350,00/@. Porém, é preciso união da classe para o mercado poder ser pressionado diante das escalas de abate.
Escalas de abate
Com a chegada de fev/22 a expectativa é de que o consumo da carne bovina aumente, devido ao recebimento de salários, podendo dar maior firmeza ao mercado do boi gordo.
- Em São Paulo, as indústrias fecharam a sexta-feira com 9 dias úteis já programados, recuo de 1 dia no comparativo entre as semanas.
- As indústrias paraenses alongaram a média de suas escalas em 2 dias e encerraram a semana na casa de 18 dias úteis programados.
- Em Rondônia, os frigoríficos estão com as escalas na média de 10 dias úteis, sem variações no comparativo semanal.
- As indústrias goianienses fecharam a semana com a média de 9 dias úteis escalado, mantendo a estabilidade ante a semana passada.
- Em Mato Grosso e Mato Grosso do sul as escalas de abate se encontram na média de 8 dias úteis, os frigoríficos mato-grossenses avançaram 2 dias e os sul mato-grossenses estáveis no comparativo semanal.
- Já em Minas Gerais e Tocantins as programações se encontram completas em 7 dias úteis, as indústrias mineiras reduziram as escalas em 1 dia, enquanto as tocantinenses recuaram 2 dias ante a semana passada.
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- Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 337, ante R$ 336 na quarta-feira.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 314, ante R$ 319.
- Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 315, contra R$ 316.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 335 por arroba, contra R$ 340.
- Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 320 para a arroba do boi gordo, inalterada.
Atacado
No mercado atacadista de carne bovina, as vendas para as próximas semanas foram consideradas boas, como parte das estratégias de preparação para o início do mês de fevereiro, momento em que se espera concretizar a melhora do consumo e consequentemente escoamento da proteína bovina. Com isso, o resultado foi reajustes na cotação da carcaça casada bovina, que encerrou a sexta-feira cotada em R$ 20,50/kg, votando aos patamares do início do mês de jan/22.