Muito tem se falado sobre a pressão negativa nos preços da arroba, mas a verdade é que os preços estão em alta e vão disparar novamente, confira!
O mercado físico do boi gordo ao longo de 2021 já mostrou um como será o cenário dos preços ao longo deste ano e os fatores que vão determinar os recordes que serão quebrados. Pois bem, muito se ouviu falar nos últimos dias sobre a “pressão negativa” das indústrias nos preços da arroba, porém, a verdade que vamos te contar vai abrir seus olhos para a disparada nos preços da arroba que iremos ver no curto prazo!
O ciclo pecuário nunca falhou e, neste ano, não será diferente. Diante disso, o que o frigorífico teme no atual momento é que o pecuarista descubra a força que tem nas mãos para arrancar uma grande disparada nos preços do boi gordo. Sim, o preço vai subir e depende, na maior parte, do produtor que está no campo e vai saber aproveitar o momento, aplicando os aprendizados do ano passado!
Sem muito rodeio, vamos ser objetivos e te ajudar a ver o cenário que não querem te mostrar. A demanda chinesa continua a ser responsável pela volatilidade dos preços da carne bovina. Isso é fato. Afinal de contas, foi a China que empurrou as cotações para cima desde os fins de 2019, encurralada pelos focos de peste suína africana. A boa notícia foi a suspensão do embargo, anunciada pelo Ministério da Agricultura em meados de dezembro.
Esse motivo, trouxe maior ânimo ao mercado do boi gordo que, segundo dados, apresentou uma disparada dos preços pagos pelo animal para abate desde meados de dezembro de 2021. Sendo assim, as indústrias foram as compras, garantindo a produção e cumprindo os contratos de vendas para a China, mas se esqueceram de ficar de olho na oferta.
Por qual motivo a indústria tenta emplacar uma queda nas cotações agora? As notícias de riscos com o aumento dos casos de COVID, escalas alongadas e mercado interno patinando, são comuns nos últimos dias já que a indústria sabe que o mercado vai ganhar força na virada do mês e terá que ofertar mais pelo boi gordo.
Historicamente é comum que o mercado interno tenha um menor consumo em janeiro, já que o mês vem recheado de contas e impostos – IPTU, IPVA, escolas e materiais escolares – para o brasileiro. Entretanto, a retomada na virada do mês também é vista. E, somado ao crescimento da demanda externa e baixa oferta de animais para abate, teremos um cenário propício a disparada dos preços.
Fatores para a disparada de preços
A começar, como esperado, é a baixa oferta de animais para abate. Como o cenário foi “estranho” no final de 2021, o pecuarista da recria e terminação acabou enxugando o seu plantel, deixando assim uma menor disponibilidade de animais para abate ao longo do primeiro trimestre deste ano.
Além desse fato, o pecuarista ainda segue reticente em relação ao aumento dos custos de produção, o milho, por exemplo, ingrediente essencial para terminação de animais em confinamento, vem seguindo em ritmo de escalada de valorização desde novembro do ano passado. Naquele mês o grão chegou a R$ 82,34 (18/11/2021) por saca de 60 quilos, segundo o Cepea. Na quarta-feira, 19/1, a saca estava em R$ 97,70, uma alta de 18,7% em 62 dias.
Outro fator de suma importância é a projeção do mercado de exportação, que já prevê um grande recorde nas exportações em janeiro, deixando margem positiva para as indústrias. O preço médio da tonelada da carne bovina in natura brasileira subiu para US$ 5,16 mil na segunda semana de janeiro/22, o que representou valorização de 2,15% ante a semana anterior.
Mas o principal fator que irá impulsionar o mercado é a exportação de carne para a China, que voltará do Ano Novo Chinês, com grande apetite pela carne bovina. Após o recesso de dez dias, por conta das festividades, analistas apontam que a oferta de animais para abate será insuficiente para atender a demanda pela carne bovina brasileira.
Mas depende do pecuarista ajudar e se unir para garantir uma grande disparada nos preços, cadenciando as vendas dos lotes. pressionando a indústria para que essa, na sua maioria, não consiga formar escalas alongadas, aumentando assim a disputado pelo boi gordo no campo!
Além disso, lembre-se, a virada do mês e o feriado de carnaval no Brasil, vão aumentar o consumo da carne bovina, enxugando ainda mais os estoques de carne no país. Além, claro, da retomada das atividades escolares, que também reflete em aumento das vendas no atacado.
Dados comprovam o movimento de alta
Veja abaixo, no gráfico com análise dos valores médio da arroba, na praça paulista, pelo Indicador do Cepea. Os dados mostram que, historicamente, o mercado paga mais pelo boi gordo em fevereiro, quando comparado ao valor de janeiro, cerca de 5% de valorização.
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Custo de produção elevado e alerta ao pecuarista
Os custos de produção seguem elevados e deveram permanecer firmes, principalmente a parte dos insumos – ureia, milho, soja e arame – além do valor da reposição. Sendo assim, não venda seus animais sem fazer um bom planejamento. Não perca oportunidade e utilize as ferramentas de gestão de risco e, claro, o mercado futuro como um bom aliado para garantir sua margem.
Outro ponto, para finalizar, mas não menos importante, os preços da arroba brasileira, em dólar, apesar de terem se elevado e atingido o maior patamar dos últimos seis meses, este ainda deixa o boi brasileiro mais competitivo. Lembrando que a China voltará com força total e os demais importadores, continuam crescendo em demanda e valor pago pela tonelada da carne.
Não venda lotes grandes, e tenhamos cada vez mais a união da classe dos pecuaristas, mostrando que quem dita o preço é o campo, não a indústria.