Arroba trava a R$ 320 com “briga” entre os players, veja

O mercado do boi gordo segue com grande “briga” entre os players – indústria e pecuaristas – reduzindo o volume de negociações, confira!

O mercado físico de boi gordo registrou preços estáveis nesta quarta-feira, 07, em praticamente todas as praças pecuárias pelo país. O mercado revive o cenário de oferta enxuta de animais para abate e atenção para voltada para o consumo no mercado interno. Com isso, as negociações seguem com baixa fluidez e uma verdadeira “briga” entre os players que, com razão, tentam alcançar melhores margens!

Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos ainda indicam para algum conforto em suas escalas de abate, mas mesmo assim não conseguem exercer pressão efetiva sobre o mercado, uma vez que a oferta segue restrita em grande parte do país.

Segundo a Scot Consultoria, a cotação do boi gordo que atende ao mercado interno recuou R$2,00/@ na comparação diária, negociado em R$315,00/@, considerando o preço bruto e a prazo. Os preços da vaca e novilha gordas permaneceram estáveis na comparação diária, cotadas em R$294,00/@ e R$310,00/@, respectivamente. 

Entretanto, em relação ao Boi China, este segue sendo negociado em até R$325,00/@, preço bruto e a vista. Em algumas negociações, os preços pagos à mais pelos animais de até 30 meses de idade, chegam a R$ 10,00/@.

O indicador do boi gordo do Cepea teve uma leve desvalorização de 0,45%, alcançando o patamar de R$ 31920. Além disso, segundo a análise do Indicador, os preços tiveram uma valorização de R$ 87,64/@, o que representa uma alta acumulada de cerca de 46% no período de 12 meses.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 314,77/@, na quarta-feira (07/07), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 304,31/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 310,60/@.

Mercado Futuro

Na B3, os contratos futuros do boi gordo alcançaram o terceiro dia consecutivo de altas e registraram valorização consistente em toda a curva. O ajuste do contrato que vence em julho passou de R$ 315,75 para R$ 317,50, do outubro foi de R$ 322,65 para R$ 326,85 e do novembro subiu de R$ 325,80 para R$ 330,05 por arroba.

Avaliações no mercado

De acordo com a consultoria Safras & Mercado, o cenário de estabilidade da arroba no mercado físico brasileiro permanece firme. Segundo o analista Fernando Iglesias, os frigoríficos seguem tentando alguns negócios abaixo da referência média dos preços, mas sem sucesso. Na Região Norte, alguns estados observaram leve redução dos preços.

O cenário em torno da China é cada vez mais imprevisível, com o governo dificultando a divulgação de informações do agronegócio local. “Dados estratégicos como preços, produção, volume importado serão de difícil obtenção. Por enquanto, o único fato concreto é a consistente queda dos preços da suinocultura chinesa em 2021, situação que pode alterar seu padrão de compras no mercado internacional”, assinalou o analista.

Exportações

As exportações brasileiras mensais de carne bovina in natura completaram, em junho, três anos de embarques acima de 100 mil toneladas. Segundo pesquisadores do Cepea, esse desempenho evidencia a consolidação desse novo patamar, além de indicar que a produção pecuária nacional precisa seguir investindo em tecnologia – que resulte em aumento de produtividade – para conseguir suprir a demanda internacional e também a um possível reaquecimento da procura interna.

Pesquisadores do Cepea ressaltam que, mesmo com o Real se valorizando frente ao dólar nas últimas semanas, a carne bovina brasileira segue competitiva no mercado internacional. Além disso, restrições de exportações de outros países – como na Austrália, devido ao baixo número de rebanho, e na Argentina, em decorrência de embargos – possibilitam que as vendas brasileiras se mantenham aquecidas. 

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 320, na modalidade à prazo.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 305.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 313, inalterada.
  • Em Cuiabá, o valor chegou a R$ 309, inalterada.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 316 a arroba.

Cenários otimista para 2021

Diante das possibilidades de indicadores destacados anteriormente, desenhamos alguns cenários que podem levar o preço do boi gordo a caminhos diferentes no 2º semestre de 2021. Em um cenário realista, em que os preços podem chegar aos R$ 350,00/@ até o fim de 2021, visualizamos a produção em queda em linha com os números atuais, em conjunto com um mercado interno em recuperação e, mesmo com as exportações contraindo, o preço teria capacidade de valorizar até o final do ano.

Considerando um cenário otimista para os preços do boi gordo, em que esses poderiam variar entre R$ 350- 380,00/@, a produção teria que recuar de maneira ainda mais intensa em conjunto com uma recuperação mais acelerada da demanda interna, bem como exportações estáveis em relação ao volume de 2020.

Atacado

Já no mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram de estáveis a mais altos. “O ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade do movimento de alta, mesmo que isso ocorra de maneira moderada. A entrada dos salários na economia é o grande motivador da reposição entre atacado e varejo. A situação macroeconômica de momento mantém o consumidor médio centrado no consumo de carne de frango, proteína animal mais acessível neste momento”, disse Iglesias.

Com isso, o corte traseiro teve preço de R$ 21,05 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,30 o quilo e a ponta de agulha permaneceu em R$ 17,40 o quilo.

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