A pesquisadora e produtora, Mariane Crespolini, faz uma análise sobre o preço da arroba do boi gordo. Veja os dados!
No mercado do boi gordo, o mês de março é marcado por um período de baixa nas cotações da arroba, tendo em vista que nos últimos dois anos as referências registraram quedas menores por conta do aumento acentuado de abate de fêmeas de descarte e a expansão das novilhas. Para este ano, o recuo será menor pelo o volume recorde nas exportações.
Com base em dados históricos desde 1997, o preço da arroba de boi em março tende a cair se comparado com as cotações de fevereiro. “Em 60% dos anos, o período é marcado por um aumento de boi gordo como a disponibilidade de fêmeas de descarte em que o mercado fica mais baixista”, destaca a pesquisadora e produtora, Mariane Crespolini.
A expectativa é que esse cenário não venha acontecer novamente neste ano em virtude do volume recorde exportado de carne e os fatores climáticos favoráveis. “É importante analisar essas probabilidades desse gráfico para que o produtor rural tenha cautela no momento de negociar o gado”, afirma.
A alta, se consolidada, também seria modesta, mas os dois últimos marços também mostram perda de força das baixas.
A pesquisadora ressalta que a oferta será muito mais determinante nos preços da arroba do que a demanda. “Porém, as pessoas estão esperando que com a mudança de governo o consumo de carne deslanche e isso acaba sendo uma ilusão. O consumo está com uma lenta retomada e não tem como esperar muito de um país que estava em recessão”, comenta.
- O papel do zootecnista no confinamento bovino e a maximização da produção
- Confinamento de gado bovino cresce 11% em 2024, diz DSM-Firmenich
- Intenção de confinamento cresce 17,9% no Brasil, de acordo com Confina Brasil 2024
- Bovinos confinados chega a 7,96 milhões de cabeças, um recorde histórico
- Dieta especial em confinamento reduz as emissões de metano em até 90%
No último dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação das novilhas e fêmeas no mercado está entre 45% a 47%, na qual as novilhas representam 25% do total dos abates. “Apesar de o consumo geral estar lento, há uma procura maior por carnes Premium. O que até então era nicho está se tornando algo mais consolidado”, diz a pesquisadora.
Com informações do Notícias Agrícolas