Arroba tem nova alta e deixa o mercado “perigoso”

A semana continua a trazer surpresas para os pecuaristas e frigoríficos, tanto no mercado interno quanto as exportações. Cuidado com os “perigos” do mercado!

O mercado do boi gordo voltou a apostar em um valorização de preços, e nesta terça-feira, 8 de março, o valor do boi gordo fechou o dia com preços de estáveis a mais altos, a depender da praça pecuária avaliada. Apoiado em uma “lacuna na oferta” de boi para abate, as indústrias seguem firmes na compra e, claro, tentam alongar as suas escalas de abate, ofertando mais pelos animais.

Para se ter um ideia do cenário, nas regiões do interior de São Paulo, os preços voltaram a subir pelo segundo dia consecutivo, segundo a Scot Consultoria. Esse movimento vem dando sinais de que um movimento mais consistente de alta pode ser reativado no curto prazo. Mas também deixa o alerta para o pecuarista, que precisa estar de olho nos “perigos” que esse mercado pode trazer!

A dificuldade na originação de matéria-prima para as indústrias frigoríficas resultou na alta de R$2,00/@ para as boiadas com destino ao mercado interno, no comparativo diário. Assim, boi, vaca e novilha gordos são negociados, respectivamente, por R$340,00/@, R$300,00/@ e R$332,00/@, preços brutos e a prazo.

Para os machos cujo destino é a exportação, os negócios estão firmes entre os valores de R$350,00/@ a R$ 360,00/@, segundo as especulações de mercado. Sendo que esses valores devem ser sustentados diante dos recordes das exportações de carne bovina ao longo desses primeiros dois meses do ano, segundo dados divulgados pela Abrafrigo.

Os pecuaristas de Araçatuba, em São Paulo, venderam lotes no valor de R$ 355,00/@ com pagamento a vista e abate programado para o dia 28 de março. Confira a imagem abaixo com os detalhes sobre a negociação.

O Indicador do Boi Gordo – Cepea/Esalq, já segue a duas com o valor acima de R$ 339,00/@. No fechamento de ontem, os valores trouxeram mais um recorde de preços, na média, com uma alta de 1,45% na comparação diária, deixando a arroba apregoada a R$ 350,35/@. Confira o gráfico abaixo!

Sendo assim, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 347,19/@, na terça-feira (08/03), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 316,18/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 308,96@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 325,34@.

A briga pelo boi gordo com menos de 30 meses segue firme no estado paulista e mantêm a cotação do mesmo em R$ 355,00/@, no entanto, um fato que se destaca nas últimas semanas é a falta de interesse pela vaca, que agora já trabalha com uma referência de R$ 305,00/@ no estado paulista. Na B3 o futuro do boi gordo com vencimento para março/22 encerrou o pregão sendo cotado à R$ 343,45/@, marcando uma queda de 0,28%.

A grande dificuldade dos frigoríficos em encontrar animais terminados e o aquecimento das exportações de carne bovina neste primeiro bimestre do ano (sobretudo ao mercado da China) seguram os preços da arroba em patamares elevados nas principais praças brasileiras.

Entretanto, diante do cenário onde os compradores seguem ofertando mais pela arroba, as escalas progrediram, fato que deve receber maior atenção nos próximos dias, conforme supracitado.

Na avaliação dos analistas da Agriffato, os ataques da Rússia na Ucrânia explicam, em parte, o aumento das vendas de carne brasileira à China.

Toda vez que a China identifica um risco de alta nos preços internacionais da carne  (como é o caso dos impactos negativos gerados pelo conflito entre Rússia e Ucrânia), ela intensifica as compras, com o objetivo de elevar os estoques, dizem os analistas da Agrifatto.

Com a movimentação de 182.341 toneladas, novo recorde para o mês, e uma receita de US$ 975,8 milhões, as exportações totais de carne bovina (carnes in natura mais as carnes processadas) apresentaram em fevereiro um crescimento de 47% no volume e de 77% em receita, em relação a fevereiro de 2021, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que compilou as informações da Secretaria de Comercio Exterior (Secex), do Ministério da Economia.

Nota especial

Os valores de comercialização da arroba no Brasil variam muito. Além da diferença comum entre as praças – diferencial de base -, existem as diferenças entre animais que atendem ou não o padrão exportação (ex: “boi China”), tamanho do lote, forma de pagamento e categoria animal. Os valores expostos aqui refletem algumas praças através de parceiros que nos enviam as informações de pecuaristas que fizeram as suas negociações com a indústria de sua região. Por isso é sempre importante ler o conteúdo entendendo que os valores citados na matéria refletem exclusivamente essas negociações e não a média do mercado.

Nos primeiros dois meses do ano, a venda internacional de carne bovina ficou bastante aquecida e atingiu 342.339 toneladas, com receita de US$ 1,78 bilhão, crescimento de 36% no volume e de 62% na receita em relação ao mesmo período do ano passado, com 251.603 toneladas exportadas e receita de US$ 1,101 bilhão.

Os preços médios de todos os tipos de carne bovina comercializadas também vêm subindo. Em fevereiro de 2021 eles foram de US$ 4,435 mil por tonelada e em fevereiro de 2022 atingiram a US$ 5,350 mil (+20%).

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