Arroba tem cenário positivo, leia antes de vender seu boi!

Depois de sofrer uma queda drástica nos preços em maio, os preços da arroba parecem, enfim, ter encontrado o primeiro degrau da escada para uma nova valorização!

O mês de maio, conforme já havíamos anunciado aqui no Portal, foi marcado por forte queda nos preços da arroba do boi gordo nas principais praças de produção e comercialização do país. Entretanto, uma mudança de cenário já começa a ser vista nessa virada de mês. Os preços encerraram a primeira semana de junho com melhores expectativas, de estáveis a mais altos, a depender da região. Confira abaixo as novidades!

Com melhora no quadro da oferta de animais para abate ao longo do mês de maio, os frigoríficos exerceram pressão durante todo o mês, testando patamares mais baixos na compra de gado junto aos pecuaristas. Já nesta sexta-feira, 03, foi observado uma mudança de cenário. O movimento ainda não sugere para uma grande valorização nas cotações, porém, já é possível dizer que foi encontrado o primeiro degrau da escada para uma nova valorização!

Além disso, os ruídos em torno da política de tolerância zero adotada pela China no mercado segue impactando nas decisões dos frigoríficos exportadores na compra de gado, com o país asiático mantendo embargos sobre a exportação de algumas unidades.

A cotação de bovinos destinados para a exportação está em R$305,00/@. Já no app da Agrobrazil, a melhor negociação do dia aconteceu em Araraquara, no interior paulista, ficando cotada a R$ 310,00/@ com pagamento à vista e abate programado para o dia 23 de junho.

Segundo a Scot Consultoria, animais com destino ao mercado interno, as cotações de todas as categorias destinadas ao abate abriram o dia estáveis no comparativo diário. Ofertas abaixo da referência estão ocorrendo, mas sem negócios efetivos. As referências para a arroba do boi, vaca e novilha gordos estão em R$297,00/@, R$272,00/@ e R$292,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo.

Já o Indicado do Cepea, colaborando com o movimento de melhores perspectivas para o mês de junho, encerrou a semana se recuperando de quedas consecutivas e, com isso, teve uma alta de 1,25% na comparação diária. Dessa forma, as cotações foram de R$ 308,65/@ para o patamar de R$ 312,50/@, nesta sexta-feira. Já a cotação em dólar, ficou em US$ 65,32/@.

Em relação à China, as operações no porto de Xangai retornaram à normalidade desde o último dia 1°. Uma possível flexibilização da política de tolerância zero contra a Covid-19 pode ser evidenciada, o que pode alterar a dinâmica em torno dos embargos impostos sobre alguns frigoríficos brasileiros.

Segundo avaliação a IHS Markit, o maior equilíbrio entre a oferta e a demanda esperado para as semanas vindouras de junho deve trazer maior estabilidade aos preços do boi gordo, “dando sinais de que as cotações no mercado nacional chegaram ao seu piso”.

O primeiro fator a ser considerado é a esperada retomada das exportações à China por parte das plantas frigoríficas que estavam com suas operações ao país asiático bloqueadas por uma semana.

“O prazo expirou e aparentemente as atividades foram retomadas, o que deve conduzir as indústrias de volta ao mercado comprador de animais padronizados para vendas ao mercado da China (animais abatidos mais jovens, geralmente com idade abaixo dos 30 meses)”, prevê a IHS.

Com isso, os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do Brasil estavam assim no dia 03 de junho, segundo a Agência Safras:

  • Na capital de São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 304 a arroba.
  • Em Dourados (MS), foi indicada em R$ 271.
  • A arroba de boi gordo em Cuiabá (MT) ficou indicada em R$ 273.
  • Já em Uberaba (MG), preços a R$ 280 por arroba.
  • Em Goiânia (GO) a indicação foi de R$ 270 para a arroba.

Escalas de abate, segundo a Agrifatto

  • Em São Paulo, as indústrias fecharam a sexta-feira com 11 dias úteis programados, 1 dia a menos ante o que foi visto na semana passada.
  • No Pará, as escalas de abate se encontram na média de 19 dias úteis;
  • As indústrias mineiras encerraram a semana com as escalas próxima dos 13 dias úteis;
  • Em Goiás, as programações de abate se encontram na média de 10 dias úteis, recuo de 1 dia ante a semana passada.
  • Os frigoríficos sul-mato-grossenses e tocantinenses encerraram a semana com as escalas na média de 9 dias úteis;
  • Em Rondônia as programações de abate estão próximas dos 8 dias úteis, queda de 1 dia ante a sexta-feira passada.
  • As indústrias em Mato Grosso fecharam a semana com as escalas próximas dos 6 dias úteis, 2 dias de queda no comparativo semanal.

Resumo do mercado do boi gordo em maio

Os preços do gado para abate oscilaram ao longo do mês de maio, caindo na maioria das vezes. A pressão veio do aumento da oferta de gado, que é comum nesta época do ano – quando as condições das pastagens começam a diminuir e os pecuaristas acabam aumentando a oferta de gado para abate visando evitar gastos com suplementação. É importante destacar que os gastos com ração têm sido elevados.

Além disso, a fraca demanda no Brasil aumentou a pressão sobre os preços do boi gordo em maio. Com a inflação em patamares elevados, o poder aquisitivo da população é baixo, e os consumidores têm buscado proteína animal mais barata, como ovos e carne de frango, em detrimento da carne bovina.

Nesse cenário, as vendas de carne bovina foram baixas no mercado atacadista, e o preço da carcaça bovina caiu 6,3% em maio, a maior desvalorização mensal desde janeiro de 2020, quando as cotações caíram 8,16%.

Considerando as médias mensais, o do boi gordo (Índice CEPEA/B3) fechou em R$ 323,10/arroba em maio, 3,6% inferior ao de abril e 5,21% inferior ao de maio/21, em termos reais (as médias foram deflacionadas por o IGP-DI). Já para a carne bovina (carcaça bovina vendida no atacado), a média de maio fechou em R$ 20,86/kg (R$ 312,90/arroba), 2,9% inferior na comparação mensal e 4,62% ​​inferior na comparação anual, em termos reais.

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