A categoria mais valorizada no momento é o Boi China, animais que recebem até R$ 10/@ a mais; Analistas apostam em arroba a R$ 350,00!
O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais altos nesta quinta-feira, 08. As indústrias continuam a avaliar o mercado e tentam exercer uma pressão de queda que não é aceita pela ponta vendedora. Os pecuaristas, por sua vez, aproveitam da lacuna na oferta para cadenciar as vendas!
Os frigoríficos reduzem suas capacidades de abate, trazendo o falso conforto nas escalas de abate, que finalmente foi traduzido em maior capacidade de exercer pressão sobre o mercado. Entretanto, a oferta de animais terminados ainda é restrita, impossibilitando movimentos mais agressivos de pressão por parte dos compradores.
Segundo apontou a Scot Consultoria, na véspera do feriado na praça paulista e com escalas de abate relativamente confortáveis os compradores abriram o dia com preços estáveis. Dessa forma, o boi, vaca e novilha gordos estão cotados, respectivamente, em R$315,00/@, R$294,00/@ e R$310,00/@, preços brutos e a prazo.
Para bovinos que atendem o mercado externo, a depender do lote e distância, os negócios chegam até R$325,00/@, preço bruto e a vista. Os pecuaristas que possuem lotes que atendem esse padrão estão cadenciando as vendas e esperando melhores oportunidades.
O indicador do boi gordo do Cepea teve uma valorização de 0,29%, alcançando o patamar de R$ 319,50. Além disso, segundo a análise do Indicador, os preços tiveram uma valorização de R$ 87,64/@, o que representa uma alta acumulada de cerca de 46% no período de 12 meses.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 317,45/@, na quinta-feira (08/07), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 304,31/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 308,37/@.
Na avaliação da consultoria, apesar de testes de valores menores pelos compradores, há pontos que podem sustentar ou mesmo dar força aos preços da arroba bovina em curto e médio prazos. Um dos fatores altista é o avanço do dólar frente ao real, o que deve melhorar a competitividade da carne brasileira no mercado internacional.
Também há uma expectativa de uma melhoria gradativa do escoamento doméstico de carne vermelha, como reflexo da melhoria econômica com a evolução da vacinação contra Covid-19 no Brasil.
Os frigoríficos, portanto, não mostram novas necessidades em adquirir animais terminados, buscando não movimentar os voláteis preços, decorrentes da oferta restrita de animais terminados.
Do lado de dentro da porteira, pecuaristas se preocupam com as movimentações em torno dos custos de nutrição animal.
As recentes geadas que atingiram o Centro-Sul do País impactaram de maneira significativa a safra de milho, agravando a quebra de produção já prevista por conta de fatores climáticos adversos.
Segundo informa a IHS, há diversos relatos de renegociação de contratos de compra de milho para o ano de 2022, assim como rupturas, com fornecedores de grãos não entregando o volume negociado, por conta da variação de preços ou falta de matéria-prima.
A reversão de tendência nos preços futuros do boi gordo (negociados na B3) reflete as expectativas de aumento dos custos de nutrição dos pecuaristas. Os vencimentos mais valorizados mostram forte alta, retornando ao patamar de R$ 330/@, observa a IHS.
Mercado Futuro
Na B3, os contratos futuros do boi gordo seguiram o movimento de queda observado no mercado físico e tiveram desvalorização. O ajuste do contrato que vence em julho passou de R$ 317,50 para R$ 316,85, do outubro foi de R$ 326,85 para R$ 324,65 e do novembro caiu de R$ 330,05 para R$ 327,85 por arroba.
Exportações em alerta
“Em linhas gerais, a percepção em torno da situação chinesa já era complicada e agora tende a se tornar ainda mais. A indicação de que frigoríficos espanhóis sofrem com o processo de renegociação de contratos para a carne suína é outro sinal de alerta em torno das mudanças de dinâmica de importação por parte da China”, assinalou Iglesias.
Cenários otimista para 2021
Diante das possibilidades de indicadores destacados anteriormente, desenhamos alguns cenários que podem levar o preço do boi gordo a caminhos diferentes no 2º semestre de 2021. Em um cenário realista, em que os preços podem chegar aos R$ 350,00/@ até o fim de 2021, visualizamos a produção em queda em linha com os números atuais, em conjunto com um mercado interno em recuperação e, mesmo com as exportações contraindo, o preço teria capacidade de valorizar até o final do ano.
Considerando um cenário otimista para os preços do boi gordo, em que esses poderiam variar entre R$ 350- 380,00/@, a produção teria que recuar de maneira ainda mais intensa em conjunto com uma recuperação mais acelerada da demanda interna, bem como exportações estáveis em relação ao volume de 2020.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 318, na modalidade à prazo, ante R$ 320 desta quarta.
- Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 305, estável.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 311, contra R$ 313.
- Em Cuiabá, o preço pago pelo boi gordo foi de R$ 309, inalterado.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 314 a arroba, contra R$ 316.
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Atacado
Já no mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem firmes. “O ambiente de negócios ainda sugere por reajustes dos preços no curto prazo, considerando a entrada dos salários na economia como motivador da reposição entre atacado e varejo. Importante mencionar que a carne bovina permanece em patamar bastante proibitivo. Com isso, o consumidor médio segue em um amplo processo de migração com destino à carne de frango, proteína mais acessível na comparação com os cortes bovinos”, disse Iglesias.
Com isso, o corte traseiro teve preço de R$ 21,05 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,30 o quilo e a ponta de agulha permaneceu em R$ 17,40 o quilo.