Arroba sobe acima de R$ 200 e fecha o mês com otimismo

Frigoríficos cedem a pecuaristas e preços do boi gordo sobem; A dificuldade em compor as escalas de abate de maneira satisfatória levou a uma mudança de comportamento.

O pecuarista fez o dever de casa e mostrou para os frigoríficos que o boi gordo não vai sair barato. A alta já começou a ser registrada e arroba sobe acima de R$ 200, fechando o mês de janeiro com otimismo para os pecuaristas do Brasil. Agora é a vez do pecuarista, durante anos sem correção, a arroba ficou abaixo do que era preciso para pagar os custos. Com a alta iniciada em 2019, os frigoríficos tentaram a mesma “jogada” de mercado em 2020 e acabaram ficando sem bois para abate. O pecuarista não vai ser tão “amigo” na hora de vender seus bois, os frigoríficos vão ter que ofertar preços melhores para compôr os seus estoque.

O mercado físico do boi gordo voltou a registrar preços em alta no decorrer da sexta-feira. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a dificuldade em compor as escalas de abate de maneira satisfatória levou a uma mudança de comportamento dos frigoríficos, que passaram a reajustar os preços de compra. 

“O movimento de recuperação dos preços está estreitamente ligado a boa capacidade de retenção dos pecuaristas neste momento, com pastagens em boas condições”, pontuou. 

Segundo informações do GPB, um dos maiores grupos da pecuária brasileira, onde a informação de qualidade é um dos pilares, no último dia 31, o boi gordo em São Paulo, compra realizada pela JBS, o pecuarista recebeu pela arroba nada menos que R$ 200. Esses sinais mostram a realidade do que veio acontecendo nos últimos dias e que deve perdurar em fevereiro.

Segundo informações do Agrobrazil, divulgadas em suas redes sociais, a arroba não está próximo do que diz o CEPEA, que informou ao mercado um preço médio do Indicador do Boi Gordo na casa dos R$ 190,80 no fechamento do mês. Como informado pelo Agrobrazil, a média está acima de R$ 200, veja:

O Compre Rural, preocupado com as “inverdades” que foram apresentadas por alguns meios de comunicação quanto as cotações da arroba, tem buscado análises e metodologias que mostrem a realidade e favoreçam a alta da arroba para o produtor, principal elo da cadeia de carnes. Entendemos que, devemos buscar lógica e a verdade para todos que fazem parte do Agronegócio, funcionando como um meio de comunicação que luta pelo homem do campo. Acompanhe nossas notícias pelo portal, redes sociais e grupos de Whatsapp e Telegram. Aqui a informação é séria! Afinal, nós não somos do meio rural, somos rural por inteiro!

Segundo a Scot Consultoria

Expectativa com o início do mês

Em São Paulo,o preço da arroba do boi subiu R$2,00 na comparação dia a dia, e está em R$192,50, à vista, bruto, R$192,00 com desconto do Senar, e R$189,50 com desconto do Funrural e Senar.

Vale destacar que há ofertas de até R$5,00/@ acima dessa referência. Aoferta limitada de boiadas e a expectativa de melhora do escoamento na próxima semana colabora com este cenário.

A boa condição das pastagnes, típica do período, permite aos pecuaristas reter a boiada no pasto, esperando por preços melhores, o que tem dificultado às indústrias comporem as escalas de abate e resultado em negociações pontuais.

A expectativa é de que o consumo no mercado interno melhore, o que deve colaborar com preços maiores no mercado do boi.

Mercado atacadista

No fechamento de janeiro, o boi casado de animais castradosficou cotado em R$12,16/kg. Alta de 4,7% na última semana do mês.

Cotação segundo o Safras&Mercado

  • Em São Paulo, Capital, preços subiram de R$ 187 para R$ 190 a arroba para pagamento à vista.
  • Em Minas Gerais, preços em R$ 184 a arroba, em Uberaba, contra R$ 183 na quinta-feira.
  • No Mato Grosso do Sul, preços subiram de R$ 175 para R$ 176 a arroba, em Dourados.
  • Em Goiás, o preço indicado seguiu em R$ 182 a arroba em Goiânia.
  • Já no Mato Grosso o preço ficou em R$ 173 a arroba em Cuiabá.

O médico veterinário Leandro Bovo, sócio diretor da Radar Investimento, também aposta na retomada da tendência altista do boi gordo. Em texto publicado no site da Scot Consultoria, Bovo diz que a fase consumo fraco de carne bovina, tanto no mercado interno como no mercado externo, vai ficando para trás. “Tudo leva a crer que essa disputa entre indústria e pecuarista deve ter um fim nos próximos dias”, afirma Bovo.

Segundo ele, historicamente, janeiro é o pior mês de consumo no mercado interno e neste ano o feriado prolongado do ano novo chinês também ajudou a diminuir o ritmo de negócios na exportação. No entanto, escreve Bovo, o alto custo fixo das indústrias não permite a diminuição dos abates por prazos maiores.

“Quando a baixa oferta não permite que ocorram recuos nos preços do boi gordo, muitas vezes é melhor sacrificar as margens e diminuir a ociosidade do que preservar as margens com alto nível de ociosidade”, avalia.

Compre Rural com informações do Noticias Agrícolas, Canal Rural, Scot Consultoria, Radar Investimento e AgroBrazil

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