Arroba segue sem referência e Boi China super valorizado

Os prêmios altos para os animais que atendem o padrão exportação seguem deixando o mercado “bagunçado” em termos de referência de valor da arroba!

O mercado físico de boi gordo registrou preços de mais baixos a estáveis nesta quarta-feira, 16, com frigoríficos testando novas ofertas abaixo da referência, principalmente para animais com destino ao mercado externo. Neste cenário, chama a atenção a lateralização dos negócios e dos preços em São Paulo, maior centro consumidor de carne bovina do país, onde os preços fogem da média nacional.

Em relação à estratégia dos pecuaristas, é novamente evidenciada boa capacidade de retenção dos animais no pasto neste momento, permitindo a cadência das negociações de acordo com as necessidades operacionais da fazenda.

O mercado brasileiro do boi gordo segue consolidando o ambiente de negócios cadenciados entre pecuaristas e frigoríficos. Ainda segundo as consultorias, já são seis semanas onde os preços seguem sem grandes alterações.

Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, nesta quarta-feira, a dificuldade de compra de bovinos terminados no mercado paulista resultou na alta de R$ 1/@ para o boi gordo direcionado ao mercado interno, agora negociado a R$ 338/@ (preço bruto e a prazo). A cotação da novilha gorda, dirigida ao mercado externo registrou valorização de R$ 3/@ nesta quarta-feira, e está apregoada em R$ 330/@ (preço bruto e a prazo), informa a Scot.

Conforme supracitado, os bovinos com destino à exportação chegam a R$ 350,00/@, segundo as negociações informadas para a data de ontem. Com isso, os pecuaristas de Araçatuba, em São Paulo, venderam lotes no valor de R$ 350,00, com pagamento à vista e abate programado para o dia 22 de fevereiro.

Sendo assim, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 346,31/@, na quarta-feira (16/02), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 310,74/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 315,21@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 313,24@.

Segundo o fechamento de ontem, o Indicador CEPEA/B3, apresentou alta nos preços. Com isso, os valores da média paulista chegaram ao patamar de R$ 340,65/@. Ainda segundo os valores divulgados, a variação mensal acumula uma queda de 0,92%. Afinal de contas, o que esperar deste mês para os preços da arroba?

“Há um longo período as negociações no estado têm flutuado no mesmo patamar, seja envolvendo animais padrão China, seja envolvendo animais destinados ao mercado doméstico. No centro-norte do país a pressão de queda tem sido mais efetiva sobre a arroba do boi, principalmente nas regiões em que as exportações não são tão representativas, onde há maior dependência do mercado doméstico para a formação de receita dos frigoríficos”, disse o analista da Agência Safras.

Na B3, a quarta-feira foi de valorização para os futuros, o vencimento fev/22 ficou cotado a R$ 341,30/@, com alta diária de 0,35%.

Na avaliação dos analistas da IHS, os frigoríficos continuam, com pouco sucesso, exercendo pressão de baixa sobre os preços da arroba de animais direcionados ao mercado interno de carne bovina, que segue estagnado, devido ao enfraquecimento do poder de renda da população.

Paralelamente, algumas indústrias continuam pagando prêmios pela arroba de boiadas que apresentem padrões que atendam ao mercado internacional, sobretudo a China, que compra somente carne de bovinos abatidos mais jovens, geralmente com idade inferior a 30 meses.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 345.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 307.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 307.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 340 por arroba.
  • Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 310 para a arroba do boi gordo.

Atacado

Já os preços da carne bovina seguem firmes no atacado. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por pouco espaço para reajustes durante a segunda quinzena do mês, período que conta com maior apelo ao consumo. Além disso, segue a preferência do consumidor médio por proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango, algo que será recorrente em um ano novamente pautado pelo lento crescimento da atividade econômica.

O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 23,70 por quilo. A ponta de agulha segue no patamar de R$ 14,30 por quilo. O quarto dianteiro permanece com preço de R$ 15,50 por quilo.

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