Onde tem China na jogada, boiada sobe de preço; Saiba por que as exportações estão fazendo a indústria ir às compras, embora o mercado interno permaneça volátil.
No geral, considerando a maioria das praças pecuárias brasileiras, os preços do boi gordo continuam apresentando grande volatilidade, movimento gerado pela pandemia da Covid-19, que trouxe um clima de insegurança em relação ao comportamento da demanda doméstica por carne bovina. “A atual instabilidade no consumo interno mantém os frigoríficos cautelosos nas negociações”, avalia a FNP.
Com isso, muitos pecuaristas resolveram vender os seus lotes de boiadas prontas, o que motivou a desvalorização recente da arroba em algumas praças pecuárias. Além isso, a disponibilidade de massa verde nas pastagens do Brasil Central já começa a diminuir, fazendo com que a estratégia de retenção proposital de animais nas propriedades (para barganhar melhores preços lá na frente) perdesse forçar em algumas regiões.
No app da Agrobrazil, a média para a praça de São Paulo, foi de R$ 197,66/@. Já na média Cepea, tivemos um valor de R$ 199,90/@ para o boi gordo à vista, uma queda de 1,10%%. Em São Paulo, a arroba teve um preço variando entre R$ 194 e R$ 200, segundo informa o gráfico abaixo da Agrobrazil.
Pecuaristas de Paulo de Faria/SP, venderam boiada por R$200/@ à vista e abate para o dia 16 de abril. Em Sidrolândia/MS, boi gordo China ficou em R$ 180/@ à vista e abate para o dia 20 de abril. Em Uberlândia/MG, pecuaristas venderam por R$ 195/@ com 30 dias para pagamento e abate para o dia 15 de abril.
Já a Novilha China, em Indiaporã/SP, ficou em R$ 200/@ à vista e abate para o dia 15 de Abril, ficando acima do preço do boi gordo para as outras praças do Brasil. O mercado chinês chega a ter um ágio de quase R$ 5 por arroba para a categoria jovem até 4 dentes.
Os frigoríficos exportadores expostos a China e ao Oriente Médio pagam mais pela arroba, já que a demanda destes segmentos está forte em relação às semanas anteriores. As ofertas de compra em São Paulo giram entre R$200,00 e R$205,00/@, à vista, de acordo com o tipo de animal, segundo a Radar Investimentos.
No entanto, os Estados brasileiros que possuem um número maior de plantas habilitadas para exportação à China registram maior liquidez no mercado do boi gordo, resultando em valorizações nos preços da arroba.
É o que aponta o levantamento diário da Informa Economics FNP, que detectou nesta terça-feira pequenos reajustes nas cotações das boiadas negociadas nas praças de São Paulo e Mato Grosso, dois grandes fornecedores de carne bovina ao mercado chinês.
Na praça paulista, o boi a prazo subiu R$ 1/@ nesta terça-feira, em relação ao preço do dia anterior, para R$ 201/@. Em Cuiabá, no MT, o animal terminado foi negociado a R$ 175/@, à vista, também com elevação diária de R$ 1/@, de acordo com a FNP.
“A expectativa é que, com a recuperação da atividade na China, o fluxo de vendas de carne bovina para o exterior aumente”, prevê a FNP.
Segundo a Scot Consultoria
Em São Paulo, a referência de preço da arroba do boi gordo caiu 1,5% na comparação dia a dia, ou R$3,00/@ e, está em R$197,00, considerando o preço bruto, à vista, R$196,50, com desconto do Senar, e R$194,00 com desconto do Funrural e Senar.
Há ofertas até R$15,00/@ abaixo dessa referência, mas com volumes irrisórios de negócios. Já para as boiadas destinadas ao mercado chinês, as ofertas de compra estão em torno de R$200,00 a R$205,00 por arroba para animais até 30 meses, bruto e à vista.
As escalas de abate atendem em média a quatro dias e a estratégia das indústrias permanece: abates em menor quantidade e cuidado nas compras, visando o comportamento do consumo interno de carne bovina.
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Conjuntura
Apesar do pagamento dos salários, o consumo de carne bovina no mercado interno não melhorou, com isso, o mercado do boi gordo apresentou queda na maior parte das regiões monitoradas pela Scot Consultoria.
Com relação à oferta de boiadas, os pecuaristas resistem em vender quando a oferta de compra cai a preços abaixo da referência, resultando no baixo volume de negócios no fechamento desta terça-feira (7/4).
Compre Rural com informações da FNP, Agrobrazil e Scot Consultoria