“Apagão” de boiada continua e arroba sobe na semana; Indústria enfrenta escassez de oferta de animais prontos para o abate e tem muita dificuldade na escala.
Foi mais uma semana de trajetória altista nas cotações do boi gordo, sustentada pela restrição de oferta de animais nas regiões pecuárias brasileiros, além do aquecimento das exportações de carne bovina. O preço de venda dos animais terminados tem oscilado em níveis recordes, de acordo com informações dos pecuaristas, o valor da arroba na Bahia, fechou semana cotado a R$ 277/@, com grande demanda.
“Para conseguir comprar matéria prima e preencher as escalas de abate, as indústrias continuaram pagando mais caro pelo gado ao longo desta semana”, observa a IHS Markit.
Dessa forma, não há, ao menos no curto prazo, expectativas para entradas de maiores lotes de boiada, uma vez que produtores se mostram comedidos em recompor os rebanhos. Entre algumas das regiões pesquisadas, as indústrias só conseguem avançar com as escalas mediante aquisição de animais de confinamento próprio, de acordo coma IHS Markit.
Em São Paulo – referência para outras praças do País –, o valor médio para o animal terminado saltou de R$ 250,36/@ na quinta-feira (17/9), para R$ 246,18/@, nesta sexta-feira (18/9), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 239,91/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 247,70/@.
Preços Cepea
A baixa oferta de animais para abate mantém os preços diários da arroba do boi gordo operando nas máximas nominais da série histórica, relata boletim desta quarta-feira do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Na quinta-feira, 16, o Indicador do boi gordo Cepea/B3 fechou a R$ 250,50, com elevação de 5,6% no acumulado da parcial de setembro. Entretanto, o mercado físico do boi gordo registrou baixa liquidez de negócios, os valores para o fechamento desta sexta apresentaram uma queda, ficando cotado a R$ 248,00/@.
Além de dificuldades em avançar com as escalas e os altos valores da arroba do boi gordo, os frigoríficos brasileiros também enfrentam restrições para repassar os altos custos de produção para o preço dos cortes nos atacados. Segundo a IHS Markit, nesta segunda quinzena no mês, o consumo de carne bovina no país se mantém em volumes bastante baixos, reflexo do menor poder de compra da população.
Giro pelas praças
Nesta sexta-feira, em Campo Grande-MS, o preço do boi gordo teve leve ajuste positivo. Entre algumas regiões produtivas do Mato Grosso, a arroba da boiada gorda também se valorizou.
Em Minas Gerais, a escassez de oferta de gado deu suporte para novas altas no preço das boiadas.
Em Rondônia, para conseguir comprar matéria prima e preencher as escalas de abate, que estão bem apertadas, indústrias tiveram de elevar os valores oferecidos.
- Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 253 a arroba, ante R$ 252 na quinta-feira, 17.
- Em Uberaba, Minas Gerais, os preços ficaram em R$ 250 a arroba, inalterados.
- Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, os valores permaneceram inalterados, em R$ 249.
- O mesmo foi observado em Goiânia, Goiás, onde o preço ficou em R$ 242 a arroba.
- Cuiabá, no Mato Grosso, com a cotação inalterada em R$ 231,00 a arroba.
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina fecharam a semana em acomodação. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios sugere menor espaço para reajustes no decorrer da segunda quinzena de setembro, período que tradicionalmente conta com menor apelo ao consumo.
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Com isso, a ponta de agulha seguiu em R$ 14,20 o quilo. O corte dianteiro permaneceu em R$ 14,25 o quilo, e o corte traseiro seguiu em R$ 18,00 o quilo.
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 2,73%, sendo negociado a R$ 5,3750 para venda e a R$ 5,3730 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,2460 e a máxima de R$ 5,3770. Na semana, o dólar acumulou alta de 0,73% ante o real.
Compre Rural com informações da Agrobrazil, Agência Safras, IHS Markit, Cepea, Portal DBO e Consultorias.