Arroba rompe o “limite” e preços embarcam na alta!

Ritmo mais fraco de negócios não interfere no valor nominal do boi, que se mantém no recorde; Mercado vai em ritmo compassado, mas os fatores altistas mantêm viés de alta.

Nesta quinta-feira, o mercado do boi gordo registrou uma certa calmaria nos negócios, mas os preços do boi gordo e da vaca gorda continuaram firmes em todo o Brasil, operando em patamares recordes (cotações nominais). Também foram registradas algumas novas valorizações em praças importantes do País, como em certas  regiões do Mato Grosso.

Segundo a consultoria, embora a demanda interna pela carne bovina tenha ficado mais fraca nesta segunda quinzena de setembro (tradicionalmente, período de menor poder aquisitivo da população), parece não haver espaço para ajustes negativos na arroba. “As cotações se mantêm firmes, sustentadas principalmente pela baixa disponibilidade de animais prontos para abate e pela necessidade de compra de indústrias exportadoras”, relata a IHS Markit.

Em São Paulo – referência para outras praças do País –, o valor médio para o animal terminado saltou de R$ 250,30/@ na quarta-feira (16/9), para R$ 250,36/@, nesta quinta-feira (17/9), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 239,93/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 247,70/@.

As plantas habilitadas para exportação são favorecidas pela forte atuação chinesa no mercado brasileiro e, com isso, conseguem pagar valores mais altos pela boiada gorda, equilibrando as suas margens operacionais a partir do comportamento cambial no Brasil, avalia a consultoria.

Em média, no País, as escalas de abate estão preenchidas até o meio da semana que vem, de acordo com a IHS. No atacado, os preços dos principais cortes bovinos ficaram estáveis nesta quinta-feira. “A procura por proteínas nos centros urbanos brasileiros se mantém em ritmo desacelerado”, informa a consultoria. Ao mesmo tempo, a oferta de carne bovina também segue reduzida, refletindo a dificuldade de produção provocada pela escassez de oferta de animais prontos para abate.

Preços Cepea

A baixa oferta de animais para abate mantém os preços diários da arroba do boi gordo operando nas máximas nominais da série histórica, relata boletim desta quarta-feira do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Na quinta-feira, 16, o Indicador do boi gordo Cepea/B3 fechou a R$ 250,50, com elevação de 5,6% no acumulado da parcial de setembro.

Segundo relembram os pesquisadores do Cepea, os números de abate divulgados neste mês pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) confirmam o cenário de disponibilidade restrita de animais.

No primeiro semestre de 2020, foram abatidos 14,55 milhões de bovinos no Brasil, 8,63% menos que no mesmo período do ano passado e a quantidade mais baixa nessa comparação desde 2011.

Giro pelas praças

  • Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 252 a arroba, estáveis na comparação com a quarta-feira, 16.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, os preços ficaram em R$ 250 a arroba, inalterados.
  • Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, os preços ficaram em R$ 248 a arroba, contra R$ 247 na quarta, 16.
  • Em Goiânia, Goiás, o preço indicado foi de R$ 242 a arroba, inalterado.
  • Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o valor foi de em R$ 232 a arroba, ante R$ 230.

Em Goiás, os preços da boiada gorda voltaram a subir nesta quinta-feira, de acordo com levantamento da IHS Markit.

Em Araguaína (TO), a escassez de oferta de gado sustentou novos ajustes positivos na arroba. Em Minas Gerais, para conseguir comprar matéria prima e avançar com as escalas de abate, indústrias se posicionaram firmes no mercado, também elevando os valores oferecidos pela arroba.

No Mato Grosso, a atuação ativa de frigoríficos exportadores também promoveu valorizações nos preços do boi gordo e da vaca gorda.

Compre Rural com informações da Agrobrazil, Cepea, IHS Markit, Agência Safras e Portal DBO

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