Arroba quer decolar e boi ultrapassa os R$ 250/@; Veja onde!

A especulação baixista perdeu força no mercado brasileiro, os movimentos de altas da arroba ainda não traçaram uma rota mais consistente, mas já existem negociações acima de R$ 250,00/@; Veja onde!

mercado físico do boi gordo registrou um aumento nos preços nesta terça-feira, 20, com negociações acima da média de referência. As indústrias frigoríficas tentam manter alguma pressão sobre os preços ofertados, mas não conseguem concretizar as negociações e, do outro lado, os pecuaristas começam a ver a oferta de boi gordo reduzir, deixando o mercado mais favorável a pressão de alta nas cotações.

Sendo assim, com o mercado apresentando baixa liquidez e as escalas de abate encurtando, os preços do boi gordo se sustentam pelo País e algumas valorizações já podem ser observadas em algumas praças, informa a Agrifatto. Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos estão enfrentando uma escassez de animais prontos para abate, o que contribui para a elevação dos preços.

A oferta de animais terminados tem diminuído, em contraste com o volume expressivo que levou a uma queda nos preços ao longo de maio. Espera-se que os reajustes sejam mais significativos no próximo mês, quando o número de animais prontos para o mercado será ainda menor. No entanto, é importante ressaltar que o perfil de consumo projetado para 2023 não indica uma alta explosiva no mercado do boi gordo.

Na praça de São Paulo, o boi “comum” (direcionado ao mercado interno) é negociado por R$ 245/@, enquanto a vaca e a novilha gordas valem R$ 210/@ e R$ 230/@, respectivamente (preços brutos e a prazo), de acordo com dados da Scot Consultoria.

O “boi-China” – abatido mais jovem, com até 30 meses de idade – é vendido por R$ 255,00/@ em São Paulo – portanto, com ágio em relação ao animal “comum”, apontam as consultorias que acompanham o mercado diariamente.

Segundo o CEPEA – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, o dia de ontem trouxe mais um ponto de alta nos preços avaliados e informados à instituição. Segundo os dados, a média atingiu o valor de R$ 251,60/@, ou seja, uma variação diária positiva de 3,48%, confira o gráfico abaixo. Segundo a instituição, o mercado parece ter atingido o fundo do poço, tomando agora um rumo de escalada de alta nos preços pecuários.

Na avaliação da S&P Global Commodity Insights, embora a especulação baixista tenha perdido força no mercado brasileiro, os movimentos de altas da arroba ainda não traçaram uma rota mais consistente devido ao volume cadenciado de compras de gado gordo por parte das indústrias frigoríficas.

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Foto: Roberto Barcellos

Segundo os analistas, o ritmo mais cauteloso imposto pelas indústrias deve-se sobretudo ao enfraquecimento da demanda interna pela carne bovina, que continua patinando, refletindo o baixo poder de compra da população brasileira.

Ainda assim, a S&P Global Commodity Insights verificou que a composição das escalas de abate dos frigoríficos brasileiros vem se encurtando diante de uma oferta de animais mais retraída, o que explica o fim do viés baixista nos preços do boi gordo.

Na B3, os contratos futuros passaram por um dia de queda e o vencimento para jun/23 fechou a terça-feira cotado em R$ 247,75/@, 0,94% de desvalorização no comparativo diário, apontou relatório da Agrifatto.

Exportação deve ficar próximo de 185 mil toneladas, aponta Agrifatto

No acumulado das três primeiras semanas de junho/23 (11 dias úteis do mês), o Brasil exportou 114,54 mil toneladas de carne bovina in natura, com média diária de 10,4 mil toneladas, um aumento de 43,5% em relação à média de junho/22, informa a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Na avaliação da Agrifatto, casos os embarques mantenham o ritmo atual, o volume final mensal deve ficar próximo de 185 mil toneladas. Em receita, o faturamento médio diário no acumulado das três semanas de junho/23 ficou em US$ 53,2 milhões, com avanço de 7,4% em relação à receita média de junho/22.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 248.
  • Em Dourados (MS), o preço da arroba foi indicado em R$ 231.
  • Em Cuiabá, a arroba foi cotada a R$ 208
  • Em Goiânia (Goiás) foi de R$ 228
  • Em Uberaba (MG), R$ 227.

Boi gordo no atacado

No mercado atacadista, os preços permanecem estáveis. Segundo Iglesias, os frigoríficos têm buscado ajustar seus estoques, mas a demanda mais fraca durante a segunda metade do mês limita a recuperação dos preços no atacado. Além disso, as proteínas concorrentes, como a carne de frango, continuam sendo mais competitivas em comparação com a carne bovina, o que é relevante para a parcela da população com menor renda.

O varejo e o atacado seguem a mesma tendência de baixa liquidez. Em plena segunda quinzena do mês, o mercado consumidor vê seu poder de compra reduzir e passa a reconsiderar o consumo de carne vermelha, os cortes que mais têm saída são os mais acessíveis, como os do ponta de agulha e do dianteiro. 

O quarto traseiro foi cotado a R$ 18,15 por quilo, sem alterações. Já o quarto dianteiro teve preço de R$ 13,30 por quilo, também sem mudanças. A ponta de agulha foi precificada em R$ 13,00 por quilo, mantendo-se estável.

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