Os altos patamares de preços da arroba parecem não ter atingindo o teto ainda, podendo subir mais R$ 5,00/@ nesta semana, mas é bom ficar alerta!
Em 2021, ficou evidente que, diante de uma demanda interna fraca, a oferta enxuta no campo e, de forma preponderante, a aquecida procura internacional – especialmente por parte da China – foram os fatores que levaram os preços da cadeia pecuária nacional a atingirem novos patamares recordes. Porém, o fator China, pode frear o movimento de alta nos próximos dias. Entenda!
Os preços seguem elevados, com valores dos animais girando em torno de R$ 350,00/@. Entretanto, a semana terminou com o mercado do boi gordo um pouco menos comprador, com indústrias avaliando o comportamento do mercado interno e a demanda externa.
Segundo pesquisadores do Cepea, é muito provável que o mercado externo siga sendo o principal fator de influência sobre os preços internos da cadeia pecuária nacional em 2022. Mas é preciso ter cautela no curto prazo, já que a China se prepara para um feriado prolongado, é o Ano Novo Chinês.
Esse fator, segundo os dados históricos, é o momento onde ocorre uma retração nas compras de carne bovina pelos asiáticos. Sendo assim, as indústrias podem usar esse fator para limitar as ofertas pela boiada gorda. Ficando a oferta de animais para abate como limitador desse possível movimento de baixa.
É incontestável a necessidade de o Brasil buscar e fortalecer novos parceiros comerciais. E o câmbio deve seguir favorecendo as exportações brasileiras em 2022, mas, por outro lado, tende a encarecer os já elevados custos de produção no campo.
A boa notícia é que a retomada da economia interna e o pagamento de salário na mesma data, pode aumentar a demanda interna no país, ajudando a escoar a carne que seria destinada a exportação. Além disso, é preciso lembrar que o país vem aumentando os volumes enviados a outros países.
Fechamento da semana
A primeira semana de 2022, conforme supracitado, foi marcada por fortes altas nos preços da arroba bovina, estimuladas pela escassez de oferta de boiadas gordas e pelo aquecimento das exportações brasileiras de carne bovina. Além disso, alguns pecuaristas ainda se ausentam das negociações, aguardando um melhor posicionamento das indústrias.
As negociações para bovinos até quatro dentes, o “boi China”, negócios seguem firmes e com valores de até R$350,00/@. Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 342,00/@, na sexta-feira (07/01), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil.
Já a praça de Goiás teve média de R$ 328,18/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 320,35@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ 314,29/@.
Preços podem subir nesta semana
Apesar da cautela que o pecuarista deve ter nas próximas semanas, o mercado ainda deve apontar para novas altas pelas praças pecuárias nesta semana. Os valores estão apregoados a R$ 350,00 para os animais que tem como destino o mercado externo.
Os valores ainda possuem uma margem de alta na casa de R$ 5,00/@ nesta semana, a depender da oferta de animais para abate. Se o mercado vendedor – o pecuarista – continuar a controlar a oferta de animais nas praças pecuárias, a alta do dólar deixa a margem das indústrias melhores e com possibilidade de ofertar mais pela matéria prima.
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Exportações com faturamento recorde
As exportações totais de carne bovina em 2021 (incluindo produtos in natura e processados), apresentaram queda de 7% no volume e crescimento de 9% na receita em comparação com a movimentação de 2020, informou a Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), que compilou os dados Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Economia.
Segundo a entidade, o país movimentou 1.867.594 toneladas em 2021 diante de 2.016.223 toneladas em 2020, ano de recorde na exportação. Graças a elevação do preço do produto nos mercados internacionais, no entanto, a receita subiu de US$ 8,485 bilhões em 2020 para US$ 9,236 bilhões em 2021.