Arroba no limite e indústria quer queda no preço, e agora?

Semana foi de grandes “surpresas” para o mercado do boi que viu arroba atingir R$ 330,00 e acabou encerrando com grande pressão de baixa pelas indústrias!

Após iniciar a semana com grande valorização nos preços, a sexta-feira acabou encerrando com grande desvalorização em algumas praças, mas com preços estáveis nas principais praças pecuárias do país. Apesar do alto patamar de preços, os compradores estão testando preços menores nos últimos dias, no entanto, sem efetividade.

Em relação à demanda interna de carne bovina, o bom desempenho das vendas durante a primeira quinzena do mês, consequência de uma nova rodada do auxílio emergencial, fomentando o consumo de produtos básicos, vai garantindo preços firmes.

Segundo a Scot Consultorie, o boi gordo, a vaca gorda e novilha estão sendo negociados, respectivamente, em R$317,00/@, R$291,00/@ e R$306,00/@, preços brutos e a prazo.

O diferencial do mercado segue sendo para animais destinados ao mercado externo, onde as negociações podem chegar em R$325,00/@, preço bruto e a prazo. Durante a semana, tivemos lote de novilhas negociados a R$ 330,00/@, segundo o app da Agrobrazil.

Segundo o Cepea, o Indicador do Boi, a cotação fechou com grande desvalorização saltando de R$ 319,40/@ para R$ 312,60/@. Esse é um dos menores valores das últimas semanas. Em 12 meses, os preços alcançaram 60% de valorização.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 314,59@, na sexta-feira (16/04), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 299,41/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 300,98/@.

Ao longo desta semana, as indústrias frigoríficas brasileiras aproveitaram a leve recuperação na oferta de boiadas – impulsionada pelo início do período de seca no Brasil-Central – para recompor mais adequadamente as suas escalas de abate. Portanto, na avaliação da IHS, o mercado não espera que o número de animais oferecidos irá se elevar significativamente durante o período de entressafra.

Pecuarista com margem apertada

Nesta parcial de abril, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 registra média de R$ 317,27, avanços de 2,56% sobre o mês anterior e de 21,8% em relação à de abril de 2020, em termos reais. No caso do bezerro, os aumentos são mais intensos. Neste mês, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa apresenta média de R$ 3.139,02/cabeça, elevações de 8,43% na comparação mensal e de expressivos 30,6% na anual – ambos Indicadores são recordes reais das respectivas séries do Cepea.

Muitos terminadores consultados pelo Cepea mostram cautela na compra de novos lotes de bezerro, mesmo diante dos elevados preços da arroba do boi gordo. Agentes estão incertos até quando esse movimento de alta nos valores da reposição pode durar.

Escalas de abate

A indústria tem apresentado grandes dificuldades em preencher seus cronogramas de abate e algumas até se afastaram das compras, movimento que vem acontecendo desde o ano passado. Entretanto, a terceira semana de abril foi marcada pelo pontual avanço das programações de abate.

  • Em São Paulo, os trabalhos encerraram com 7,0 dias úteis, acima da média parcial anual que gira em torno de 6,0 dias úteis.
  • Já em Goiás, as indústrias fecharam a sexta-feira com 6,0 dias úteis, também acima da média parcial dos últimos doze meses;
  • No Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, as escalas fecharam o dia com 5,0 dias úteis, alinhada com a média parcial anual em ambas as regiões.
  • Em Minas Gerais e Tocantins, os cronogramas estão alinhados para os próximos 4,0 dias úteis, alinhados com a média parcial anual.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 318 a arroba, ante R$ 318 – R$ 319 na quinta-feira.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 305, estável.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 306 – R$ 307, inalterado.
  • Em Cuiabá, o boi gordo foi negociado a R$ 310 a arroba, contra R$ 309.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços os valores permaneceram inalterados em R$ 312 a arroba.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios sugere por menos espaço para reajustes ao longo da segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo.

“Entretanto, o desempenho das vendas na primeira quinzena do mês foi satisfatório, com os preços da carne bovina apresentando bom desempenho, com destaque para o quarto dianteiro e para a ponta de agulha, cortes mais acessíveis em um momento de dificuldades macroeconômicas”, diz Iglesias.

Com isso, o corte traseiro permaneceu em R$ 20,65 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 18,00 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu a R$ 17,75 o quilo.

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