Arroba na “corda bamba” e compradores ausentes, veja

Na maioria das praças pecuárias, o ritmo de compra de boiadas gordas segue ainda lento, refletindo a posição de cautela diante das incertezas do mercado interno e externo.

O mercado físico do boi gordo abriu a primeira semana de maio como de costume, com preços pouco alterados e compradores ausentes do mercado, em sua maioria. Esse cenário, traz uma instabilidade ao mercado que, neste momento, deixa os preços em uma verdadeira corda bamba, já que os agentes permanecem atento às notícias que partem da China.

O lockdown em relevantes regiões do país segue em curso, produzindo algumas dificuldades logísticas em Xangai. Já surgem informações sobre escasseamento de contêineres frigoríficos ao redor do mundo em função da lentidão no maior porto do mundo.

Ainda há unidades frigoríficas embargadas em função da presença da proteína da Covid-19 em embalagens, o que vem trazendo distorções regionais em função da importância das exportações destinadas à China. “No mercado doméstico a demanda prevista para a primeira quinzena do mês tende a oferecer algum suporte aos preços, considerando o Dia das Mães como relevante ponto de consumo”, assinalou Iglesias.

No período da manhã os compradores estiveram fora das compras. Com isso, os preços para boi, vaca e novilha gordos permaneceram estáveis na comparação dia a dia. A referência para o boi gordo está em R$315,00/@, para a vaca gorda está em R$279,00/@ e para a novilha gorda está em R$312,00/@, preços brutos e a prazo.

O ágio para bovinos destinados à exportação varia de R$ 10,00/@ a R$ 30,00/@. O pecuarista de Cafelândia, em São Paulo, informou negociação de R$ 330,00/@ (R$ 300,00 + R$ 30,00 de bonificação), com o pagamento à prazo de 30 dias e abate para o dia 12 de maio, segundo imagem abaixo extraída do app da Agrobrazil.

Ainda segundo o app, houve uma estabilidade na média paulista a R$ 321,06/@. Para as praças do Centro-Oeste, os valores ficaram em R$ 297,44/@ em Mato Grosso do Sul; Em Goiás o valor médio é negociado a R$ 293,00/@ e em Mato Grosso, os pecuaristas informaram negociações que possuem R$ 303,40/@ como média.

O Indicador do Boi Gordo – Cepea/Esalq, teve uma queda de R$ 20,15/@ no acumulado de 30 dias, conforme o gráfico abaixo. Neste cenário, na abertura do mês de maio, os preços tiveram queda de 1,78%. Sendo assim, os preços saltaram de R$ 334,85/@ para o patamar de R$ 328,90/@. Ainda segundo a instituição, o valor da arroba em dólar teve segue cotada a US$ 64,91/@.

Veja abaixo as programações de abate em algumas das principais praças de pecuária do Brasil, segundo levantamento da Agrifatto.

São Paulo – As indústrias fecharam a sexta-feira com 11 dias úteis programados, avanço de 1 dia no comparativo entre as semanas.

Tocantins – No Estado, as escalas seguem próximas dos 10 dias úteis, 4 dias de aumento ante a semana passada.

MG, GO, RO e PA – Os frigoríficos desses Estados encerraram a semana com as escalas na média de 8 dias úteis. Em Minas, Goiás e Pará, a programação de abate se manteve estável no comparativo semanal, enquanto em Rondônia houve o recuo de 1 dia no período.

Mato Grosso do Sul – As escalas de abate estão na média de 7 dias úteis, sem variação ante o que foi visto na semana passada.

Mato Grosso – As indústrias mato-grossenses conseguiram alongar as suas escalas em 2 dias, e encerraram a semana com a média de 6 dias úteis programados.

“A estratégia dos compradores visa cobrir algumas lacunas nas programação de abate desta semana e, com isso, avançar até meados da próxima semana”, relata a IHS.

Na avaliação da IHS, de certa forma, os preços da arroba ainda não sinalizam um movimento de alta mais consistente, já as indústrias frigoríficas optaram pela cautela no ritmo de aquisição de gado, devido às incertezas em relação às recentes medidas de restrição à carne brasileira impostas pelo governo chinês.

No final de abril, o país asiático suspendeu, temporariamente (por uma semana), as importações de carne bovina de uma unidade da JBS, em Barra do Garças, e uma outra planta da Marfrig, em Tangará da Serra, ambas no Mato Grosso.

“A falta de critério das medidas chinesas é que incomoda e preocupa o setor como um todo”, observam os analistas da IHS, lembrando que os exportadores brasileiros possuem uma dependência muito grande do mercado da China (que recebe mais da metade do volume embarcado anualmente pelo Brasil).

De forma resumida, apesar do momento de maior oferta de animais terminados a pasto, o mês de maio iniciou sem alterações nos preços praticados no mercado físico do boi gordo. Enquanto a oferta e a demanda estão equilibradas, a arroba segue sendo comercializada em média por R$ 315,00, no estado de São Paulo.

Na B3 o movimento foi de desvalorização, o contrato futuro com vencimento para mai/22 encerrou o dia com uma variação de -0,80%, cotado a R$ 321,35/@.

  • Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 327 a arroba.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 292.

Carne

No mercado atacadista, o dia foi de preços mais altos para a carne bovina. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade da alta das cotações no curto prazo, considerando que além da entrada dos salários na economia há também o adicional de demanda durante o dia das mães.

Mas, a preferência de importante parcela da população ainda recai sobre as proteínas mais acessíveis, a exemplo do frango e do ovo propriamente dito.

O quarto traseiro foi precificado a R$ 23,80 por quilo, alta de R$ 0,30. O quarto dianteiro foi precificado a R$ 16,90 por quilo, alta de R$ 0,30. A ponta de agulha foi cotada a R$ 16,50 por quilo, alta de R$ 0,80.

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