Escalas curtas e retomada da demanda com fim de férias e carnaval devem elevar @ do boi. Segundo Radar Investimento, máxima ontem bateu R$ 204!
Na Bolsa Brasileira (B3), os preços futuros para o boi gordo registraram desvalorizações na sessão desta quarta-feira (29). O contrato janeiro/20 encerrou o dia cotado a R$ 189,50/@ com uma queda de 0,24% e o Fevereiro/20 teve uma perda de 0,55% e terminou negociado a R$ 188,60/@. O vencimento Março/20 finalizou o dia com um recuo de 0,89% e está precificado a R$ 190,00/@.
No mercado físico, o dia foi marcado por poucos negócios registrados no aplicativo da AgroBrazil. Na região de Altair/SP, a arroba do boi gordo foi negociada a R$ 190,00/@, à vista e com data para o abate em 04 de fevereiro. No município em Dracena/SP, o animal com padrão exportação está precificado a R$ 192,00/@, à prazo com trinta dias para pagar e com data para o abate em 04 de fevereiro.
Em seu boletim matinal, a Radar Investimentos apontou que a média das programações de abate em São Paulo atingiu um dos menores patamares dos últimos meses, em 2,38x dias úteis. “Os negócios no mercado físico estão travados e os abates ficaram mais enxutos nos últimos 10 dias nas praças do Centro-Sul brasileiro”, informou.
O Sócio da Radar Investimentos, Douglas Coelho, destaca que a demanda interna e externa estava retraída e comprometeu o apetite das indústrias frigoríficas. “As empresas no estado de São Paulo reduziram o número de cabeças abatidas por dia e pulou dias de escalas para controlar a demanda”, comentou em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Os frigoríficos buscam emplacar preços inferiores nas negociações, e como a oferta não é suficiente para sustentar grandes quedas nas cotações, o volume de negociações realizadas é restrito, conforme divulgou a Informa Economics FNP. “Os negócios que ocorrem são pontuais, envolvendo pequenos lotes de gado terminado, visto que os grandes pecuaristas preferem postergar as negociações nesse momento”, disse.
Segundo Agência Safras & Mercado
A pressão de queda dos preços físicos do boi gordo diminuiu. Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o movimento de baixa aparenta ter alcançado seu limiar, com os frigoríficos encontrando grande dificuldade na composição de suas escalas de abate após a última rodada de queda dos preços.
“Os pecuaristas se deparam com uma boa capacidade de retenção, avaliando a boa condição das pastagens após o regime de chuvas registrado no mês de janeiro”, disse.
Cotação pelo Brasil
- Em São Paulo, preços entre R$ 185 e R$ 186 a arroba para pagamento à vista, contra R$ 186,00 na terça-feira.
- Em Minas Gerais, preços de R$ 181 a arroba, em Uberaba, estáveis.
- Em Mato Grosso do Sul, preços seguiram em R$ 173,00 a arroba, em Dourados.
- Em Goiás, o preço indicado permaneceu em R$ 180,00 a arroba em Goiânia.
- Já em Mato Grosso, o preço ficou entre R$ 172,00 e R$ 173,00 a arroba em Cuiabá.
Atacado
No atacado, as referências em São Paulo para o boi casado seguem estáveis ao redor de R$ 11,50/kg e a vaca casada está próxima de R$ 11,00/kg. Já o levantamento da Scot Consultoria, apontou que os preços do capão estão ao redor de R$ 11,61/kg e o inteiro a R$ 10,89/kg.
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Demanda Chinesa
De acordo com o levantamento realizado pelo a INTL FCStone, o coronavírus pode trazer uma pressão de baixa no mercado, mas as expectativas ainda são favoráveis e, o volume das exportações, bem como a cotação da arroba do boi gordo no mercado interno deverão permanecer em patamares otimistas e superiores aos registrados ao longo de 2019.
“O surto do coronavírus tem sido uma questão preocupante para o setor de proteína animal, com a possibilidade de uma queda brusca na demanda chinesa. Vale destacar que o gigante asiático é o líder global em consumo de carne suína, além de ser o segundo maior consumidor de carne de frango e bovina – e, o principal destino dos embarques brasileiros”, ressaltou FCStone.
No final de 2019, a potência asiática conseguiu comprar um grande volume de carne e segue com grandes estoques. Agora, o gigante asiático apresenta reservas suficientes, o que, naturalmente, reduz o seu apetite por novas compras. “O consumo chinês, que já vinha mais retraído em função da folga nas reservas nacionais, agora deverá perder ainda mais o ânimo com a agravação do surto de coronavírus no país. Diante deste cenário, os possíveis impactos da doença ao setor pecuário brasileiro têm preocupado e dado incertezas ao mercado”, reforçou.
Além disso, a consultoria esclarece que a valorização do dólar frente ao real, bem como a perda de efetivo bovino na Austrália, diante dos incêndios recentes, favorece a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional.
Compre Rural com informações do Noticias Agrícolas, Agência Safras & Mercado