Players do mercado atentos ao câmbio e as escalas de abate avançadas, o que aumenta a pressão nos preços; A valorização cambial altera a dinâmica do mercado físico do boi gordo.
O mercado físico de boi gordo registrou preços praticamente estáveis, com leves variações a depender da praça pecuária avaliada, nesta sexta-feira, 25. Como citado ontem, a valorização cambial altera completamente a dinâmica do mercado físico do boi gordo. Os players, pecuaristas e indústrias, seguem atentos a cada detalhe que afeta este mercado!
O mercado paulista encerra a semana pouco movimentado, resultado do avanço das escalas de abate, que estão praticamente completas para a próxima semana. Apesar da pressão negativa, os frigoríficos estão com grande dificuldades em originar novos lotes, já que os pecuaristas estão atentos aos maiores custos de produção.
Segundo a Scot Consultoria, as cotações estão estáveis na comparação feita dia a dia, em R$337,00/@ de boi gordo, R$295,00/@ de vaca gorda e R$330,00/@ de novilha gorda, preços brutos e a prazo. Ofertas abaixo da referência foram vistas, mas sem a concretização de negócios até o momento.
No acumulado da semana, as cotações do boi e da vaca gordos caíram R$3,00/@ e a da novilha gorda R$2,00/@. A Agrobrazil, app parceiro do pecuarista, informou negociação para o mercado interno na casa de R$340,00/@ em Indiaporã, no estado paulista. Confira a imagem abaixo!
Sendo assim, em São Paulo, conforme supracitado, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 342,64/@, na sexta-feira (25/03), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 308,25/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 306,25@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 329,37@.
O Indicador do Boi Gordo – Cepea/Esalq, voltou a ter desvalorização e o mercado saltou de R$ 352,05/@ para o valor recorde de R$ 347,00/@. É possível observar no gráfico abaixo que, durante toda a semana, os preços seguiram em uma grande montanha russa, com dias de alta e baixas se alternando constantemente, reflexo de um mercado truncado.
Os frigoríficos ensaiam movimento de pressão de baixa mais agressiva. A tendência é que em caso de continuidade do processo de fortalecimento do real haverá intensificação desse movimento, fique em alerta!
“Ofertas abaixo da referência foram lançadas, mas sem a concretização de negócios até o momento”, relatam os analistas da Scot, que também apurou estabilidade nos preços das fêmeas prontas para abater.
“O mercado paulista encerra a semana pouco movimentado, resultado do avanço das escalas de abate, que estão praticamente completas para a próxima semana”, informa a Scot.
Impacto do Câmbio
Apesar da competitividade da carne bovina brasileira sofrer impactos devido o recuo do dólar, o Brasil ainda continua como principal player no fornecimento da proteína no exterior, acrescenta a IHS.
Nas três primeiras semanas de março, foram embarcadas 121 mil toneladas de carne bovina in natura, resultando em volume médio diário de 9,3 mil toneladas, um acréscimo de 60% sobre a média diária registrada em março de 2021, de 5,8 mil toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
No acumulado das três semanas, o valor pago pela carne bovina in natura do Brasil foi US$ 5.893,50/tonelada, o que representa uma valorização de 28% sobre a cotação média de março do ano passado, de US$ 4.612,30/tonelada.
Escalas de Abate
No momento, a média nacional se encontra em 10 dias úteis, sem mudanças no comparativo semanal. Desta forma, os preços do boi gordo continuam estabilizados, mas sofrendo pressão negativa por parte dos frigoríficos em todo o país.
- Em São Paulo, as indústrias fecharam a sexta-feira com 12 dias úteis programados, avanço de 1 dia no comparativo entre as semanas.
- Os frigoríficos goianos encerraram a semana com as escalas na média de 13 dias úteis, alta de 1 dia no comparativo semanal.
- No Pará, os abates estão programados para cerca de 11 dias úteis, 2 dias a menos do que foi visto na semana passada.
- Em Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, os frigoríficos fecharam a semana com a média de 9 dias úteis escalados, com os mineiros e sul-mato-grossenses mantendo a estabilidade e os mato-grossenses avançando 2 dias, no comparativo semanal.
- Em Rondônia e Tocantins, as escalas de abate se encontram próximas dos 8 dias úteis, com a média dos frigoríficos rondonienses recuando 3 dias e os tocantinenses avançando 2, no comparativo entre as semanas.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 339 a arroba.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 311.
- Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 316.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 320 por arroba.
- Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 320 para a arroba do boi gordo.
- Ataque de javali deixa jovem gravemente ferido em Goiás; Vídeo
- Boi gordo: Arroba tem maior valor nominal em 5 anos em 2024
- Moagem de cana na 1ª quinzena de dezembro é de 8,83 milhões de t, aponta Unica
- Na Argentina, plantio de milho alcança 80,9%; de soja atinge 84,6%
- Pecuária Sustentável no Brasil: Reflexões sobre 2024 e Expectativas para 2025
Atacado
No mercado atacadista, o dia foi de preços inalterados. O ambiente de negócios ainda sugere por alguma queda dos preços no curto prazo, em linha com a lenta reposição entre atacado e varejo durante a segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo. “Além disso, a demanda doméstica segue direcionada para as proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango e dos ovos”, disse Iglesias.
O quarto traseiro ainda foi precificado a R$ 24,00 por quilo. O quarto dianteiro seguiu com preço de R$ 16 por quilo. A ponta de agulha permaneceu no patamar de R$ 15,50 por quilo.