Enquanto não sai a decisão da gigante asiática, o mercado segue firme a R$ 310,00 para negociações pontuais no mercado interno; Até quando sustenta?
O mercado físico de boi gordo registrou preços estáveis nesta quarta-feira, 22, com aumento do fluxo em regiões de maior consumo no mercado interno. O mercado ainda segue com fluxo tímido de negócios, no comparativo histórico, tendo em vista que o principal mercado, a China, ainda segue fechado para as novas negociações, o que preocupa a indústria frigorífica.
Com pecuaristas sofrendo com a seca, os frigoríficos foram bem-sucedidos em realizar negociações abaixo da referência média em alguns estados do Centro-Oeste. Já em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, os preços se estabilizaram.
Com programações de abate atendendo em média oito dias, e sem necessidade de aumentar a produção em função do marasmo do consumo de carne bovina, o cenário é de poucos negócios nas praças paulistas. Em algumas negociações pontuais, a depender da praça avaliada, como o caso do sul mato-grossense, ocorrem valores de até R$ 310,00/@.
Na comparação feita dia a dia, as cotações do boi gordo e da novilha gorda permaneceram estáveis, no entanto, o menor ímpeto das negociações envolvendo vaca gorda resultou em queda de R$2,00/@ para a categoria. Sendo assim, o boi, vaca e novilha gordos estão sendo negociados, em R$302,00/@, R$283,00/@ e R$299,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 298,87/@, na quarta-feira (22/09), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 281,73/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 300,50/@.
O Indicador do Cepea, tem seguido a tendência do mercado e apresentou uma leve desvalorização de 1,29% no comparativo diário. Dessa forma, os valores encerram a quarta-feira cotado a R$ 299,30, mostrando que o mercado segue firme na referência dos R$ 300,00/@.
Mercado Futuro
Na B3, as cotações dos contratos futuros do boi gordo interromperam uma sequência de altas que se iniciou na semana passada e seguem travadas com a incerteza em relação às exportações. O ajuste do vencimento para setembro passou de R$ 302,55 para R$ 300,55, do outubro foi de R$ 307,90 para R$ 305,85 e do novembro foi de R$ 317,40 para R$ 315,30 por arroba.
Boi gordo patina enquanto espera fim de feriado na China
“O cenário segue bastante complicado, com grande expectativa da retomada das compras chinesas. Desde o início do mês a situação segue com poucas alterações, mesmo com a OIE dando o caso como encerrado, mantendo o status sanitário brasileiro o embargo ainda não se reverteu. A logística ainda é uma preocupação recorrente, com volume relevante de carne estocada em câmaras frias e mesmo nos portos”, apontou Iglesias da Agência Safras.
Até a terceira semana de setembro, o embarque médio diário de carne bovina in natura foi de 10,87 mil toneladas, negociadas, em média, por US$5.810,40 por tonelada. Com relação ao mesmo período do ano passado, houve acréscimo de 60,4% em volume e de 41,9% em faturamento.
De acordo com o Analista de Mercado da Cross Investimentos, Caio Junqueira, a falta de notícias por parte da China acaba gerando mais expectativa no mercado. “Nós estamos no escuro esperando o posicionamento da potência asiática e até o momento não temos nada. Tem uma carga chegando na China, mas não sabemos se eles vão aceitar esse produto e não temos como escoar esse volume no mercado interno”, comentou.
Consumo interno atinge o menor nível
É isso que revela uma pesquisa feita pelo Datafolha, divulgada nesta segunda-feira pelo jornal Folha de S. Paulo. Ela revela que 85% dos entrevistados reduziram o consumo de carne de boi, arroz, feijão, frutas, legumes e pão. Apenas a carne vermelha teve redução de 67%.
Giro do boi gordo pelo Brasil
- Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou estável em R$ 304 na modalidade à prazo.
- Em Goiânia (GO), a arroba permaneceu em R$ 290.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 302, estável.
- Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 283.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 302, inalterada.
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Atacado
Já no mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem firmes. O ambiente de negócios ainda não sugere por espaço para maior reação dos preços no curto prazo. A preocupação ainda é com a possibilidade do estoque destinado à exportação seja disponibilizado no mercado doméstico, o que geraria maior pressão sobre os preços da carne e por consequência sobre as cotações do boi gordo.
O quarto dianteiro ainda é precificado a R$ 16,30. Ponta de agulha também permanece precificada a R$ 16,30, por quilo. Quarto traseiro ainda é precificado a R$ 21,50, por quilo.