O lento escoamento da carne tem feito os compradores diminuírem o volume de compras etrabalharem com escalas de abate encurtadas.
Nas praças paulistas, os frigoríficos ativos estão ofertando preços abaixo da referência, mas nestes casos, o volume de negócios efetivados está reduzido.
A arroba do boi gordo está cotada em R$192,00, à vista, bruto, R$191,50, com o desconto do Senar e R$189,00, à vista, livre de impostos (Senar e Funrural). Frente ao fechamento de ontem (22/1), o preço do boi caiu R$0,50/@, já na comparação com o início do mês a queda é de 5,5%, o que representa R$11,00 a menos por arroba.
“O movimento de queda ganhou muita consistência nessa semana e é importante destacar que o volume de negócios sofreu forte redução nessas condições. Uma mudança desse perfil acontecerá quando as exportações retornarem a sua normalidade”, explicou o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Em São Paulo, Capital, preços a R$ 191 a arroba para pagamento à vista, contra R$ 192 na quarta-feira. Em Minas Gerais, preços de R$ 185 a arroba, em Uberaba, contra R$ 186. Em Mato Grosso do Sul, preços caíram de R$ 178 para R$ 175 a arroba, em Dourados. Em Goiás, o preço indicado recuou de R$ 183 para R$ 182 a arroba em Goiânia. Já em Mato Grosso o preço desvalorizou de R$ 174 para R$ 173 a arroba em Cuiabá.
Boi casado
No mercado atacadista de carne bovina com osso, o boi casado de animais castrado está cotado em R$11,61/kg, queda de 1% na comparação feita dia a dia e de 13,6% em relação ao início do ano.
A cotação da carne bovina no mercado atacadista com osso registrou uma desvalorização de 13,6% frente ao início deste ano, mas na comparação diária a queda foi de 1%, conforme divulgou a Scot Consultoria. Atualmente, o boi casado de animais castrado está cotado em R$11,61/kg.
No aplicativo da AgroBrazil, os preços do boi casado em São Paulo estão estáveis e ao redor de R$ 12,00/kg. No caso da vaca casada em São Paulo, as referências também firmes próximas de R$ 11,15/kg.
As renegociações só estão ocorrendo apenas para os lotes de carnes que foram negociados em valores elevados. Os frigoríficos que já estão acostumados a negociar com a China não venderam carne com preços altos e os compromissos estão sendo cumpridos. O fato está acontecendo com pequenas e médias indústrias começaram a exportar recentemente.
Segundo o Analista de Mercado da Scot Consultoria, Alcides Torres, as renegociações de preços de carne estão ocorrendo, porém não é este fato que tem pressionado a cotação da arroba do boi gordo. “A queda nos valores é um reflexo do consumo interno fraco e o período do ano com as pastagens dando suporte aos animais de pasto”, comentou em entrevista ao Notícias Agrícolas.
A margem dos frigoríficos ficou apertada após a massiva movimentação de renegociação, passando de 20% (durante o pico histórico de preços da arroba) para níveis entre 8 e 9%, conforme a Agrifatto divulgou em seu boletim diário. “Os preços elevados da proteína bovina fizeram com que importadoras começassem a renegociar antigos contratos com seus fornecedores”, relatou.
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A Informa Economics FNP destacou que as indústrias frigoríficas optam por limitar severamente as compras. As escalas continuam irregulares e há relatos de plantas frigoríficas realocando abates diários, ou mesmo paralisadas temporariamente operações, a dificuldade de escoamento da carne bovina no mercado doméstico.
A Consultoria ainda ressaltou que os frigoríficos têm preferido diminuir os abates em vez de pagar os preços ofertados pelos pecuaristas. “Ao mesmo tempo, novos contratos de vendas para China ocorrem de maneira mais lenta, o que também colabora para lentidão dos negócios. Neste contexto, foi possível verificar alguns reajustes negativos nos preços, embora os negócios efetivados ainda não sejam significativos”, apontou.
Na região de Presidente Venceslau/SP, os participantes do aplicativo AgroBrazil informaram negócios de R$ 190,00/@, à vista e com data para o abate em 03 de fevereiro. No município de Alto Alegre/SP, o valor negociado para o boi gordo foi de R$ 190,00/@, à prazo com 30 dias para pagar e com data para o abate em 30 de janeiro.
Futuro
Nesta quinta-feira (23), os contratos futuros para o boi gordo encerraram a sessão com valorizações de 0,80% a 0,59% na Bolsa Brasileira (B3). O Janeiro/20 terminou o dia precificado a R$ 188,50/@ e o Fevereiro/20 está cotado a R$ 187,00/@. O vencimento Março/20 finalizou o pregão negociado a R$ 188,00/@.
Compre Rural com informações da Scot Consultoria, Notícias Agrícolas e Agência Safras&Mercados