A pecuária de corte seguiu em franca recuperação no ano de 2019, expandindo os bons horizontes de 2018, após as turbulências de 2017, Confira!
O mercado físico do boi gordo esteve fraco em negócios no decorrer desta segunda-feira, em clima de feriado. Segundo o analista de Safras & Mercado, Allan Maia, a oferta de animais continuou discreta, com boa parcela dos pecuaristas ausentes, devendo estes retornar às atividades de maneira gradual no decorrer da primeira quinzena de janeiro.
“Por outro lado, os frigoríficos seguiram distantes das negociações e alguns devem retornar apenas no dia 6 de janeiro. Em São Paulo, os frigoríficos de maior porte, sinalizam escalas de abate para o final da próxima semana e testam o mercado, indicando preços abaixo da referência. Os frigoríficos de menor porte, contam com escalas um pouco mais curtas, o que pode levá-los a atuar com maior avidez nas compras após o feriado”, analisou.
Em São Paulo, preços a R$ 195 a arroba no mercado à vista. Em Minas Gerais, preços de R$ 190 a arroba. No Mato Grosso do Sul, preços em R$ 186 a arroba. Em Goiás, o preço permaneceu em R$ 185 a arroba em Goiânia. Já no Mato Grosso o preço ficou em R$ 180 a arroba em Cuiabá.
Peste suína africana levou a arroba a um novo patamar
A pecuária de corte seguiu em franca recuperação no ano de 2019, expandindo os bons horizontes de 2018, após as turbulências de 2017, resume a Safras & Mercado. Os preços da arroba do boi gordo bateram recordes históricos em todas as principais praças de produção e comercialização, com patamares jamais vistos desde a criação do real.
De acordo com a consultoria, em São Paulo, a arroba bateu em impressionantes R$ 235 no fim de novembro, em meio a uma disputa ferrenha entre frigoríficos por animais que cumprissem os padrões de exportação para a China e a União Europeia.
O analista Fernando Henrique Iglesias afirma que o movimento dos preços foi singular. “Houve uma combinação de fatores que levou a essa situação, a começar por um quadro de escassez de oferta. Outro elemento foi o aquecimento da demanda de carne bovina, tanto interna quanto externa, impulsionada pelas exportações, particularmente para a China, onde um surto de peste suína africana praticamente dizimou o rebanho local”, disse.
O ano de 2019 marcou uma profunda mudança para a pecuária de corte e demais carnes. Conforme Iglesias, o estreitamento da relação comercial com a China foi o grande catalizador dessa alteração, e tudo ocorreu por conta do grave problema fitossanitário que atingiu uma importante parcela da Ásia e também o leste europeu. A peste resultou em um cenário bastante agitado no mercado internacional.
“O surto segue distante de ser controlado, dadas as características da suinocultura chinesa, que se depara com uma menor integração entre a indústria e o restante da cadeia produtiva, carregando uma vasta quantidade de propriedades familiares na base da produção, muito diferente do que acontece no Brasil, que possui uma integração bastante sólida em todas as etapas de produção”, diz a consultoria.
A peste suína africana continua descontrolada, com mais de 160 focos da doença espalhados pelo território chinês. O governo tenta adotar medidas de controle, como impedir o trânsito de animais entre uma província e outra.
“No entanto, continuam surgindo relatos de trânsito de animais contaminados e até mesmo mortos entre uma localidade e outra, enquanto uma vacina permanece em desenvolvimento. No entanto, é pouco provável que ela chegue ao mercado antes do segundo semestre de 2020”, informa.
No Vietnã, a doença também apresenta evidentes sinais de descontrole, com 5,9 milhões de animais sacrificados em função da epidemia. A doença também atingiu o leste europeu, com um grande esforço para que a epidemia não alcance os grandes centros produtores do continente.
A estimativa é que aproximadamente 50% do rebanho de suínos da China tenha se perdido em função da epidemia. O resultado prático dessa situação foi a formação de uma lacuna de oferta no maior consumidor de carnes do mundo.
Com a escassez da proteína animal preferida na China, houve consequências visíveis, como um aumento das importações de carne suína. Conforme a doença aumentava, houve uma mudança comportamental da China no mercado externo, importando inicialmente volumes substanciais de carne suína da União Europeia.
Após esse estágio inicial, a China voltou sua demanda para a carne suína dos Estados Unidos. O Brasil exportou bons volumes mas, no entanto, a incapacidade de expandir a produção de carne suína de maneira significativa impediu que o volume exportado fosse ainda maior.
Conforme esperado, a lacuna de oferta formada, somada ao alto custo de importação, resultou em expressiva alta da carne suína no mercado chinês. “Os preços atingiram seu ápice em outubro; nas últimas semanas foi verificada alguma retração, mas as cotações permanecem em patamar elevado”, comunica
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Também dentro da expectativa, com os preços em forte elevação houve necessidade de aumentar o consumo de outras proteínas de origem animal, menos onerosas ao consumidor médio. Instituições governamentais, redes hoteleiras e de restaurantes optaram por outras proteínas, como a carne bovina e a carne de frango.
“No caso da carne bovina, o Brasil se destacou, exportando grandes volumes ao longo do ano para o gigante asiático, o que evidentemente diminui a oferta para o mercado doméstico e contribuiu para a disparada dos preços do boi gordo e da carne bovina para o consumidor final”, relembra.
Segundo a Scot Consultoria: Cenário para o mercado do boi gordo em 2020
Devemos ter um ano de boa demanda por carne bovina, tanto doméstica, quanto para exportações.
Compre Rural com informações do Canal Rural e Scot Consultoria