Preços do gordo se mantêm em patamares elevados, fortalecidos pelo aquecimento da demanda interna e pelo forte avanço das exportações de carne bovina.
O mercado físico de boi gordo manteve preços firmes no fechamento da semana nas principais praças de produção e comercialização do país. “A sexta-feira foi como normalmente é, com pouca fluidez de negócios, com muitos frigoríficos ausentes da compra de gado, avaliando as melhores estratégias para a próxima semana”, diz o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias.
Neste contexto, os frigoríficos que conseguiram fechar negócios tiveram que aceitar a pressão de alta dos pecuaristas que ainda têm bons lotes de boiadas disponíveis. Frigorífico em busca de boi foi a marca da semana!
Os dados preliminares de abates do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovam o quadro atual de escassez de gado neste ano. No segundo trimestre do ano foram abatidas 7,17 milhões de cabeças, queda de 9,7% em relação ao volume de mesmo período em 2019 e recuo de 1,2% na comparação com o trimestre anterior.
A produção das indústrias frigoríficas também foi inibida pelo avanço da Covid-19 no País, especialmente nos meses de abril e maio, quando o consumo doméstico de carne bovina patinou, refletindo as medidas de isolamento social de combate à pandemia.
Segundo apurou a IHS Markit, entre as principais regiões pecuária, a liquidez de negócios avançou ao longo desta semana, e os frigoríficos pesquisados operam com programações médias entre cinco a sete dias.
Nas praças onde os confinamentos têm maior representatividade, foram registradas compras envolvendo animais negociados a termo, o que também permitiu o avanço das escalas das indústrias, acrescenta a consultoria.
A entrada de lotes provindos do primeiro giro do confinamento deve ocorrer de forma mais acentuada ao final de agosto, observa a IHS Markit. No entanto, diz a consultoria, esse acréscimo de oferta de animais de cocho “não deve emplacar maiores pressões baixistas, uma vez que as compras de boiada confinada tipicamente seguem preços balizados pelo indicador Cepea/B3 que, na parcial de agosto até o dia 12, registrou a maior média em termos reais de toda a série histórica iniciada em 1994, de R$ 226,97/@”.
O indicador do Cepea fechou ontem cotado em R$ 224,75/@, uma queda alta em relação ao fechamento do dia anterior. Já a média do app da Agrobrazil, fechou o dia cotado em R$ 226,91/@ com preços variando de R$ 224 a R$ 230/@, na praça de São Paulo.
Segundo Safras, a oferta de animais terminados permanece restrita em grande parte do país. Houve algum avanço na oferta de animais confinados, no entanto, o volume ainda é insuficiente para inverter a curva de preços. O resultado das exportações segue positivo, ainda com uma boa presença da China na compra de proteína animal.
Na capital de São Paulo, os preços seguiram a R$ 228/229 por arroba. Em Uberaba (MG), mantiveram-se em R$ 227 por arroba. Em Dourados (MS), continuaram em R$ 220 por arroba. Em Goiânia (GO), seguiram em R$ 220/221. Em Cuiabá (MT), ficaram em R$ 207 por arroba.
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Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis. Conforme Iglesias, a tendência para a segunda quinzena do mês aponta para menor possibilidade de reajuste dos preços, avaliando a reposição mais lenta entre atacado e varejo. Já as exportações tendem a permanecer em bom nível no restante do mês.
Com isso, a ponta de agulha permaneceu em R$ 13 o quilo. O corte dianteiro seguiu em R$ 13,30 o quilo, e o corte traseiro continuou em R$ 15,60 o quilo.
Com informações da Agrobrazil, Portal DBO, Agência Safras e IHS Markit