Como unidades habilitadas para exportação seguem elevando fortemente os embarques de carne bovina, consumo local não tem força para mexer nas cotações.
O mercado do boi gordo abriu a semana em compasso de espera, com os principais compradores ainda avaliando o comportamento das vendas internas de carne bovina ao longo do fim de semana. Há uma preocupação dos frigoríficos em relação ao acúmulo de estoques de cortes bovinas nas câmaras frias, devido ao menor poder aquisitivo da população, sobretudo nesta segunda quinzena do mês, quando há um maior distanciamento do prazos de pagamento do último salário.
No entanto, diante da enorme escassez de oferta de gado, a pressão altista na arroba se mantém firme nas principais regiões pecuárias do País. Com dificuldades para comprar boiadas prontas e os problemas de escoamento da carne, algumas plantas frigoríficas adotam uma postura mais cautelosa, reduzindo o ritmo dos abates diários com foco em realocar suas escalas, observa a IHS Markit.
Em São Paulo – referência para outras praças do País –, o valor médio para o animal terminado saltou de R$ 246,18/@ na sexta-feira (18/9), para R$ 249,49/@, nesta segunda-feira (21/9), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 239,91/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 247,70/@.
Na segunda-feira, 21, o Indicador do boi gordo Cepea/B3 fechou a R$ 249,85, com elevação de 1,87% no acumulado da parcial de setembro. Já o valor do Boi Gordo, a prazo Praça de São Paulo, fechou cotado a R$ 250,27/@.
“A maior parte das indústrias dispõe de programações de abate que atendem entre três a quatro dias úteis”, informa a consutloria.
No entanto, apesar da baixa demanda no mercado interno, unidades habilitadas para exportação seguem elevando fortemente os embarques de carne bovina, sobretudo ao mercado chinês.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, no geral, a oferta de animais terminados permanece restrita em grande parte do país, com uma dificuldade adicional para os animais que cumprem os requisitos para exportação ao mercado chinês.
“Estes são muito disputados. As exportações permanecem em ótimo nível durante o mês de setembro, avaliando o grande apetite chinês em 2020”, afirma.
- Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 254 a arroba, ante R$ 253 a arroba na sexta, 18.
- Em Uberaba, Minas Gerais, os valores subiram de R$ 250 para R$ 251 a arroba.
- Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, a cotação chegou em R$ 249/250 a arroba, contra R$ 249 na última sexta-feira.
- Em Goiânia, Goiás, o preço indicado foi de R$ 242 arroba, inalterado.
- Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o preço ficou em R$ 232 a arroba, ante R$ 231.
Atacado
Nos atacados, a procura por cortes bovinos se manteve baixa durante o final de semana, cenário esperado para esta metade final do mês, relata a IHS Markit. “Observa-se uma migração da demanda para proteínas mais baratas, como o frango e a carne suína”, informa a consultoria. Neste contexto, o preço do dianteiro de boi caiu para R$ 14/kg.
O mercado atacado inicia a semana com preços acomodados. A tendência aponta para pouco espaço para reajustes, uma vez que este período do mês é tradicionalmente pautado por uma reposição mais lenta entre atacado e varejo.
As exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada do Brasil renderam US$ 386,056 milhões em setembro (13 dias úteis), com média diária de US$ 29,696 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 94,369 mil toneladas, com média diária de 7,259 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.090,90. Na comparação com setembro de 2019, houve alta de 6,84% no valor médio diário, ganho de 10,24% na quantidade média diária e queda de 3,08% no preço médio. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
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O Corte traseiro permanece cotado a R$ 18, por quilo. Ponta de agulha ainda é precificada R$ 14,20, por quilo. Corte dianteiro segue precificado a R$ 14,25, por quilo.
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,44%, sendo negociado a R$ 5,3990 para venda e a R$ 5,3970 para compra. Durante o dia, a moda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,3900 e a máxima de R$ 5,4990.
Compre Rural com informações da Agência Safras, Agrobrazil, IHS Markit, Cepea e Portal DBO