Consultor da Agrifatto diz que exportações em alta, principalmente para a China, valorizam aceleradamente a arroba do boi e mantem escalas apertadas!
Não é novidade que a demanda chinesa tem sido um ponto fundamental para explicar as valorizações do boi gordo, mesmo com uma demanda doméstica em recuperação.
A tendência é de manutenção de um ritmo forte de compras em 2020. Segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o país deve aumentar em 20,8% as importações no próximo ano, frente a 2019, para o qual está estimado um aumento de 63,6% sobre 2018.
Aqui temos um ponto importante. Com a liberação de mais plantas frigoríficas em setembro e a possibilidade de liberação mais unidades, temos um aumento da demanda específica por bovinos até 30 meses (exigência chinesa).
O momento atual (segundo semestre) tipicamente é o período de venda das boiadas confinadas, em geral, mais jovens. Ou seja, o momento é de “menor dificuldade” para compra de boiadas jovens. Destaco menor dificuldade, porque se estivesse fácil o mercado não estaria com a força com que está.
As atenções se voltam ao período de safra em 2020, que deve ser enxuta de bois aptos à produção de carne para China, pela própria realidade da nossa pecuária.
Confira alguns títulos dos veículos de imprensa nos últimos dias:
1 – “Mercado futuro do boi fecha contrato de R$ 200/arroba para outubro de 2020”
2 – “A cada dia um recorde de preço do boi gordo”
3 – “Frigoríficos perdem queda de braço e aceitam preços impostos pelos pecuaristas”
4 – “China habilita mais 13 frigoríficos brasileiros”
5 – “Alta do boi em 19 praças pecuárias”
Euforia? Otimismo? “Bastante otimismo.” Para o consultor da Agrifatto, Gustavo Rezende, o cenário pode melhorar ainda mais no final deste ano e as expectativas para 2020 também são positivas.
“O mercado futuro fechou contrato a mais de R$ 200 para outubro de 2020. Eu acredito que se a China continuar na dinâmica de aumentar as importações de carne brasileira esses números robustos terão sequência na B-3”.
Ele lembra que houve uma ocorrência histórica no mês de outubro último, quando foi embarcado um volume recorde de mais de 185 mil toneladas de carne e o faturamento também foi ao pico, US$ 808,4 milhões.
E ontem, dia 12, o Ministério da Agricultura divulgou que mais cinco unidades foram habilitadas a exportar carne para a China.
A China, sempre ela. O consultor afirma que o seu otimismo é fundamentado no incremento das exportações para o país asiático na temporada de 2019 e em 2020. “A peste suína não retrocede na China que deverá aumentar a compra de carne do Brasil”, observa.
Segundo Gustavo, os chineses foram responsáveis por 35% das exportações feitas em outubro. “Eles costumavam adquirir entre 19% e 20%. Portanto, importaram mais”, diz.
No caso do mercado interno, apesar de a economia continuar patinando, o consultor aposta em uma melhora no consumo, principalmente pela proximidade do Natal.
Outra fotografia que mostra a realidade da pecuária atual: as indústrias frigoríficas estão tendo dificuldades em adquirir animais para a terminação. “A oferta é restrita. Tem Estados, caso do Pará, que até não há oferta disponível”, afirma Gustavo.
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Marco histórico
Nas fazendas, o otimismo confirma as análises de Gustavo Rezende. Gerente de pecuária da CFM, do interior paulista, Tamires Miranda Neto, diz: “A boa notícia dos últimos dias é o consistente aumento dos contratos futuros do boi gordo para outubro de 2020, que superam R$ 200. Essa cotação é um marco histórico para a pecuária brasileira e renova o ânimo dos pecuaristas para investir em genética de qualidade e atender a crescente demanda.”
Tamires concorda com Gustavo: “Nossa expectativa de negópcios para 2020 é bastante positiva.”
Compre Rural com informações do Blog do Scot e Globo Rural