Arroba do boi gordo em queda livre assusta pecuaristas; veja fatores

Expectativa é que entrada dos salários na economia ofereça o impulso necessário para recuperar os preços carne, consequentemente da arroba do boi gordo, diz analista

O mercado físico do boi gordo voltou a apresentar queda em seus preços nesta quinta-feira (30). Os frigoríficos apontam para a dificuldade de escoamento da carne no mercado interno como grande justificativa para a pressão baixista.

De acordo com o analista de Safras & Mercado Fernando Iglesias, o ambiente fraco de consumo explica as baixas. “São Paulo, Goiás e a Região Norte tiveram queda destacada ao longo da semana. Resta saber se a entrada dos salários na economia oferecerá o impulso necessário para recuperar os preços da carne e dar fôlego para uma eventual retomada dos preços da arroba do boi gordo”, destacou.

No mercado físico do boi gordo, a pressão negativa da indústria frigorífica continua e aos poucos vai dando resultado, já que a oferta de fêmeas disponíveis para o abate está aumentando. Em Minas Gerais, o boi gordo fechou o dia cotado a R$ 314,96/@, com queda de 0,66% em comparação ao dia anterior e de 1,09% no comparativo semanal.

O “boi China” está cotado a R$320,00/@, com ágio de R$12,00/@ na região Norte, R$8,00/@ em Belo Horizonte e R$2,00/@ no Triângulo Mineiro.

Na B3, o cenário também foi negativo, com todos os contratos operando no vermelho. O contrato com vencimento em mar/25 registrou a maior desvalorização do dia, recuando 1,67% e encerrando as negociações a R$ 318,35/@.

Já no atacado paulista, as vendas demonstraram firmeza, impulsionadas pelos pedidos de reabastecimento dos varejistas. A chegada de fev/25 traz expectativas de reaquecimento no mercado interno e consequentemente maior pressão para cima nos preços. A carcaça do boi castrado registrou acréscimo de R$ 0,50/kg e fechou a quinta-feira cotada a R$ 21,50/kg.

Preços médios da arroba do boi

  • São Paulo: R$ 326,83 (R$ 331,58 ontem – queda de 1,4%)
  • Goiás: R$ 310,89 (R$ 314,64 anteriormente – retração 1,1%)
  • Minas Gerais: R$ 315,29 (R$ 320,29 na quarta – menos 1,5%)
  • Mato Grosso do Sul: R$ 313,52 (R$ 323,52 – diminuição de 3%)
  • Mato Grosso: R$ 320,42 (estável)
vaca novilha e bezerra nelore com brincos de identificacao - rastreabilidade fotao
Foto: Marcus Mesquita/Divulgação

Oferta de fêmeas aumenta no mercado

O movimento de valorização do boi gordo tem sido contido nos últimos dias, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). De acordo com o órgão, o aumento na oferta de fêmeas pelos pecuaristas tem influenciado esse cenário, impulsionado pela valorização desses animais.

Além disso, a recuperação das pastagens tem favorecido o ganho de peso mais rápido das fêmeas em comparação aos machos, reduzindo a necessidade de compra de bois para preencher as escalas de abate.

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Os pesquisadores do Cepea destacam que a demanda do varejo tem surpreendido positivamente o setor, apesar do ritmo lento nas vendas de carne no atacado, característica comum da segunda quinzena de janeiro, período tradicionalmente mais fraco para os negócios.

Diante desse cenário, frigoríficos têm intensificado as compras de animais para atender tanto ao mercado interno quanto às exportações.

O dólar comercial encerrou em queda de 0,23%, sendo negociado a R$ 5,8534 para venda e a R$ 5,8514 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,8514 e a máxima de R$ 5,9494.

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