Na parcial de 2019, até agosto, a arroba do bezerro tem alta cerca de 4 vezes maior que o boi gordo.
Pois é no acumulado do ano entre janeiro e agosto o boi gordo acumula alta de 5,4%, uma vez que iniciou o ano de 2019 cotado a R$149,0 por arroba e encerrou agosto no valor de R$157,0 por arroba, segundo dados do indicador Cepea. Por outro lado, o preço do bezerro, apurado em Reais por arroba acumulou alta de 22,6% no mesmo período, variando de R$168,7 a R$207,0, segundo dados do Cepea (Mato Grosso do Sul).
O fato é que enquanto o boi gordo acumulou ganhos de 5,4% entre janeiro e agosto de 2019, a arroba do bezerro valorizou 22,8% no período. Aliás, o preço médio da arroba do bezerro em agosto de 2019 ficou acima de R$200,0 após mais de 3 anos.
É importante considerar que o preço do bezerro avaliado em reais por cabeça acumula ganhos de 8,4%, uma vez que iniciou 2019 cotado a R$1.199,4 e encerrou agosto a R$1.300,2. Mas aqui cabe avaliar a importância de avaliar o preço do animal de reposição em Reais por arroba ao invés de por cabeça.
Vale lembrar que apesar do preço do boi gordo em agosto de 2019 ser o maior da história para o período, em valor nominal, o boi gordo acumula ganhos abaixo das principais alternativas de investimento (clique aqui) e, principalmente, muito abaixo da valorização observada para o bezerro. Isso porque o preço médio do boi gordo na parcial de agosto, até o dia 27, foi de R$154,00 por arroba, valor 6,3% superior ao valor praticado no mesmo período de 2018 (R$144,80 por arroba).
Tal fato tem diminuído o poder do pecuarista no momento de repor o rebanho e aumentar a pressão pela viabilidade da atividade, embora os custos de produção estejam em queda, como apontam dados do LAE/USP se referindo ao custo da engorda de bovinos em regime de confinamento.
Esse descolamento de preços do boi gordo e do bezerro é um dos principais fatores que afetam negativamente a rentabilidade da atividade de engorda.
Análise é da Farmnews