O mercado do boi gordo apresentou mais uma semana de preços pressionados, mas com ligeiro avanço positivo; Qual é a situação das exportações?
O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais altos nesta sexta-feira, 17, a depender da praça pecuária avaliada. Como ainda não ocorreu a liberação das exportações para o gigante asiático, a China, o mercado segue travado e em compasso de espera – pecuaristas retendo os animais e indústrias remanejando suas demandas – o que limitou qualquer movimento mais brusco, tanto de baixa quanto de alta nos preços da arroba.
A ausência do principal importador de carne bovina brasileira segue gerando transtornos. Além disso, estima-se que importante parcela de carne bovina aguarda escoamento em câmaras frias ou nos portos. Nesse ambiente é compreensível que os preços ainda passem por uma “queda de braço” nos próximos dias, mesmo após a retomada das exportações.
Após as quedas ocorridas ao longo da semana, as cotações na praça paulista permaneceram estáveis no levantamento desta sexta-feira, no comparativo diário. No acumulado da semana, as cotações do boi gordo recuaram R$6,00/@ ou 2,0%, vaca gorda R$7,00/@ ou 2,5%, e novilha gorda R$8,00/@ ou 2,7%, apontou a Scot Consultoria.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 300,78/@, na sexta-feira (17/09), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 273,67/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 301,53/@.
O Indicador do Cepea, em meio a “bagunça do mercado” voltou a apresentar valorização e os valores saltaram de R$ 302,45/@ para o patamar de R$ 302,75/@, uma alta de 0,30% no comparativo diário. O Indicador observou uma grande oscilação na média móvel do Indicador, mas apresenta ainda um recuo de quase 6% neste mês.
Os compradores iniciaram o dia com a expectativa de término da suspensão dos embarques ao mercado chinês, mas ainda nenhum comunicado oficial até o fechamento desta análise.
Para o pecuarista a situação também é complicada, avaliando os elevados custos de nutrição animal que envolvem o confinamento em 2021. “A necessidade de manter os animais por mais tempo resulta em ampliação dos custos com baixa capacidade de repasse ao longo da cadeia produtiva”, assinalou o analista.
Na B3, o mercado segue alternando entre dias de alta e de baixa. Desta vez, o pregão foi marcado por leve recuperação dos contratos futuros do boi gordo. O ajuste do vencimento para setembro passou de R$ 299,50 para R$ 301,35, do outubro foi de R$ 304,20 para R$ 306,05 e do novembro foi de R$ 313,30 para R$ 315,00 por arroba.
Liberação das exportações
Os últimos dias tem demonstrado muita volatilidade sobre o mercado do boi gordo brasileiro diante da indefinição do governo chinês sobre a liberação dos embarques de carne bovina para o país. Ao que tudo indica o governo brasileiro já prestou todos os esclarecimentos e a “bola” está com o governo chinês.
Como ainda não houve nenhum pronunciamento oficial, o boi gordo na B3 mergulha em um “mar” de volatilidade, mas já apresenta um grande avanço das cotações que já são negociados a valores superiores aos anteriores da suspensão.
Espera-se que o mercado volte a sua normalidade nesta semana, já que ambos os envolvidos, necessitam das operações para garantir o abastecimento e escoamento da produção.
Escalas de Abate Apertadas
Ainda em um cenário de poucas negociações no mercado físico, alguns frigoríficos foram forçados a voltarem às compras para continuar operando. A média de programações de abate no Brasil se encontra em 6 dias úteis, veja:
- Em São Paulo, as indústrias fecharam a sexta-feira com 7 dias úteis já programados, avançando 1 dia no comparativo semanal.
- Em Goiás, as programações se encontram em 9 dias úteis, aumento de 4 dias ante a semana passada.
- Os frigoríficos mineiros e tocantinenses encerraram a sexta-feira com as escalas na casa dos 8 dias úteis programados;
- Em Rondônia, o planejamento de abates das indústrias frigoríficas recuou 1 dia e agora os abatedouros contam com 5 dias úteis já agendados.
- Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul as programações de abate são as mais críticas do país, estabelecendo-se em 4 dias úteis, ambos 3 dias abaixo da média dos último 12 meses.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
Com isso, em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 304 na modalidade à prazo. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 285. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 302. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 285. Em Uberaba (MG), os preços estão em torno de R$ 304 a arroba.
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Atacado
A carne bovina segue com preços acomodados no mercado atacadista. “O ambiente de negócios aponta para menor propensão a reajustes no decorrer da segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo. Precisa ser mencionado que a carne que no momento aguarda para ser embarcada ainda não foi ofertada no mercado doméstico. Caso isso aconteça, os preços derreteriam levando os frigoríficos a exercer pressão ainda maior sobre os preços na compra de gado”, alertou Iglesias.
Com isso, o quarto dianteiro ainda foi precificado a R$ 16,30 o quilo. Ponta de agulha também permanece precificada a R$ 16,30, por quilo. Quarto traseiro ainda é precificado a R$ 21,50, por quilo.