Preços da arroba disparou e teve valorização de quase 50%; Entretanto, os preços devem estabilizar devido à dificuldade das indústrias de repassar os custos adiante.
O mercado físico de boi gordo seguiu com preços firmes nesta quarta-feira, 10. Mas, ao que tudo indica, o movimento de alta parece estar no limite, uma vez que as indústrias seguem com dificuldades em repassar o adicional de custos da arroba ao longo da cadeia produtiva. Os preços seguem acima dos R$ 300,00 com ágio de até R$ 15/@ para animais padrão exportação.
Nem mesmo o cenário de exportações desaceleradas na primeira semana do mês e o consumo doméstico comedido têm sido suficientes para pressionar a arroba do boi gordo frente ao atual cenário de oferta limitada de gado terminado e a melhor capacidade de suporte das pastagens.
Segundo a Scot Consultoria, as negociações envolvendo fêmeas, porém, tiveram alta de 0,4% no comparativo diário. A vaca gorda é negociada em R$ 283,00/@, preço bruto e à vista, R$ 282,50/@ com desconto do Senar e R$ 279,00/@ descontados Senar e Funrural.
Já a novilha gorda está apregoada em R$ 293,00/@, preço bruto e à vista, R$ 292,50/@ com desconto do Senar e R$ 288,50/@ descontados Senar e Funrural, incremento de 1,1%, relatou a consultoria.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 300,02/@, na quarta-feira (10/02), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 289,85/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 288,54/@.
Já o Indicador do Cepea fechou com desvalorização de mais de 2%, cotado a R$ 299,95. Mostrando que o mercado segue pressionado por parte das indústrias.
Preço da arroba disparou
Dentre os meses de janeiro/20 a janeiro/21 a variação no preço do boi gordo obteve um reajuste positivo de 49,6%. Em resumo, 2020 refletiu um avanço no valor pago pela arroba do boi gordo, perante os 4 últimos anos (2016 a 2019), e 2021 vem seguindo o mesmo ritmo.
Na avaliação da IHS, ainda se nota uma parcela significativa de indústrias sentindo a pressão de alta no mercado do boi gordo, uma vez que ocorrem diversos casos de existência de unidades de abate que estão operando com elevado grau de ociosidade ao mesmo tempo que as escalas de abate de muitas raramente se estendem para além de três a quatro dias úteis.
Por outro lado, continua a IHS, a ponta compradora procura, dentro do possível, ser bem cautelosa nos negócios, para evitar possíveis prejuízos decorrentes de desgastes das margens gerada pela inconsistência das vendas de carne bovina no mercado, que estão enfraquecidas sobretudo pelo baixo poder aquisitivo da população.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 304 – R$ 305, ante R$ 305 da terça-feira.
- Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 290, inalterado.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 294, estável.
- Em Cuiabá, o valor da arroba foi de R$ 295 ante R$ 293.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços chegaram a R$ 302, ante R$ 301.
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Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. Conforme Iglesias, há pouco espaço para reação dos preços da carne, avaliando a dificuldade do consumidor médio em absorver tantos reajustes de um determinado produto. “O processo de migração para proteínas mais acessíveis permanece em curso, com a predileção recaindo sobre a carne de frango”, diz o analista.
Com isso, o corte traseiro permaneceu em R$ 20,80 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 15,60 o quilo, enquanto a ponta de agulha seguiu em R$ 15,60 o quilo.