Já são evidenciadas negociações acima da referência média para algumas categorias e praças pecuárias pelo país. Além disso, no lado das exportações, é esperado novo recorde!
A semana abriu com o mercado físico de boi gordo registrando preços de estáveis a mais altos nesta segunda-feira, 19. Os pecuaristas seguem tentando cadenciar as vendas e buscam melhores preços para concretizar as negociações. Do outro lado, as indústrias de menor porte já sentem falta de animais para compor as escalas de abate, pois esses não possuem o “Boi a Termo”.
Com grande movimentação, recompondo os seus estoques, as exportações de carne bovina não param de subir, e podem bater mais um recorde histórico agora em setembro. Dentro desse cenário, as indústrias conseguiram garantir boas margens ao longo deste ano com essa modalidade.
A semana iniciou com estabilidade nas praças paulistas. As escalas alongadas, principalmente para a indústria exportadora, permanecem trazendo conforto nas negociações para a ponta compradora. Mas o mercado segue com grandes expectativas e os pecuaristas estão pressionando o mercado, já que essas indústrias estão com margens positivas!
Segundo o levantamento do Indicador do Boi Gordo/CEPEA, o mercado segue com grandes expectativas e, segundo as negociações informadas ao centro de pesquisa, os valores abriram a semana com alta de 4,58% na comparação diária. Diante dessa valorização, os preços saltaram de R$ 294,55/@ para o patamar de R$ 308,05/@.
Segundo os dados da Scot Consultoria, a vaca gorda para mercado interno esta cotada em R$270,00/@ e a novilha gorda em R$282,00/@, preços brutos e a prazo.
O bovino com destino à exportação está cotado em R$305,00/@, preço bruto e a prazo. Já os bovinos que estão sendo negociados na modalidade do Boi a Termo, possuem negociações em R$ 307,00/@, segundo o app da Agrobrazil, que trabalha com informações dos próprios pecuaristas. Para essa negociação, segundo imagem abaixo, o abate desse lote está programado para segundo quinzena de outubro.
De acordo com o analista de Safras & Mercado, os frigoríficos no Centro-Norte do país ainda exercem pressão sobre o mercado, dada a posição mais confortável de suas escalas de abate, cenário que não deve mudar daqui até o final do mês.
Já em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul ainda são evidenciadas negociações acima da referência média para animais padrão China, com desempenho bastante satisfatório das exportações no decorrer de setembro.
Exportações mirando novo recorde
Segundo a Agrifatto, durante a última semana foram exportadas 50,39 mil toneladas de carne bovina in natura, uma média de 10,08 mil t/dia, queda de 5,0% ante a média diária da semana anterior.
Apesar do recuo, o ritmo de embarques continua intenso, dentro dos onze primeiros dias úteis de set/22 os embarques já totalizaram 114,07 mil toneladas, e mesmo que a média diária recue 11,5% até o fim do mês, ainda assim, o recorde histórico seria batido.
Momento de mudança no ciclo da pecuária
A coordenadora da Inteligência de Mercado do Imea comenta que em relação a pecuária o momento é de mudança do ciclo. A orientação é que o pecuarista esteja atento a tal fato.
“Viemos de um momento (2021) de maior retenção de fêmeas. Isso, trouxe um pico nos preços, mas desde os últimos meses temos visto uma inversão de ciclo. Uma maior oferta de fêmeas entrando no mercado e isso está trazendo um impacto sobre os preços, que estão em queda”, conforme Kempa.
A questão do valor pago pela arroba do boi ao produtor é destacada, também, como um dos problemas hoje da pecuária pelo gerente de Relações Institucionais da Acrimat, Nilton Mesquita Junior.
“Tivemos um ano de boas notícias com mercados novos sendo abertos e as exportações subindo. O problema é que a arroba está sendo paga no valor de dois anos atrás. A gente tem uma defasagem nos valores da arroba justamente junto com o achatamento do produtor”, diz o representante da Acrimat.
Giro da arroba pelas principais praças
- Em São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi ficou em R$ 292/293.
- Em Dourados (MS), a cotação seguiu em R$276.
- Em Cuiabá (MT), a arroba de boi gordo finalizou o dia cotada a R$ 265.
- Em Uberaba (MG), as cotações ficaram em R$ 280.
- Em Goiânia (GO), a arroba continuou cotada em R$ 260 .
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Mercado atacadista
A ponta distribuidora se encontra abastecida e o mercado interno segue caminhando de lado. O comportamento lateralizado do mercado deve continuar ao longo da semana, sem descartar ajustes pontuais.
O mercado atacadista segue com preços acomodados. De acordo com Iglesias, o ambiente de negócios volta a sugerir por alguma queda das cotações no curto prazo, em linha com a menor reposição entre atacado e varejo durante a segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo.
Então, o quarto dianteiro do boi teve cotação de R$ 16,50. Já a ponta de agulha teve preços de R$ 16,40. Por fim, o quarto traseiro teve preço de R$ 21,10 por quilo.