Os pecuaristas estão atentos ao mercado e as indústrias perderam o seu poder de barganha com as suas “falsas escalas” preenchidas; B3 disparou!
O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais altos nesta terça-feira, 18, nas principais praças de produção e comercialização do país. Os primeiros sinais de retração do volume ofertado começam a aparecer em grande parte do Centro-Sul, complicando a situação das indústrias que mantém a posição de “falsas escalas” de abate preenchidas!
Nesta terça-feira, 18 de maio, os contratos com vencimento em outubro/21 alcançaram R$ 341/@, um novo recorde na série histórica. O mercado futuro já começa a concretizar a grande lacuna que irá se formar no segundo semestre, já que a intenção de confinamento é cada vez menor diante dos patamares de preços dos insumos e da reposição.
O mercado esteve calmo em São Paulo hoje. Segundo a Scot Consultoria, o preço do boi e da novilha gordos ficaram estáveis na comparação diária. A cotação da vaca gorda, por sua vez, caiu R$1,00/@ na comparação diária.
O boi, a vaca e novilha gordos ficaram apregoados, respectivamente, em R$306,00/@, R$283,00/@ e R$298,00/@, preços brutos e a prazo, apontou a consultoria. Já o boi com destino ao mercado exportação tem um ágio de até R$ 10/@ frente ao valor pago para o boi comum.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 303,19@, na terça-feira (18/05), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 287,65/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 295,28/@.
Já o Indicador do Cepea voltou a ter grande valorização, na casa de 3,37%, fazendo com que os preços tivessem um salto de R$ 303,20/@ para o patamar de R$ 306,55/@. Lembrando que o Indicador já atingiu o R$ 320,00 nos últimos 30 dias!
Os contratos futuros do boi gordo negociados na B3 apresentaram leve recuo na ponta mais curta e avanços consistentes nas mais longas. O vencimento para maio passou de R$ 311,90 para R$ 310,95, e o para outubro, avançou de R$ 337,95 para R$ 340,70 por arroba.
Tal movimento no mercado futuro, dizem os analistas, deve estimular o confinamento, setor que foi afetado durante este ano devido à explosão nos custos da ração e de animais de reposição. “Há uma aparente melhora de cenário para o segundo semestre do ano, não só pela valorização da arroba nos contratos futuros, mas também pela queda gradual nos preços do milho”, observa consultoria a IHS Markit.
No entanto, muitos produtores, sobretudo os de pequeno e médio portes, têm relatado que não pretendem confinar este ano. Segundo pesquisa recente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o rebanho confinado no Mato Grosso pode recuar 20% este ano em relação ao resultado computado em 2020.
Exportação
Até a segunda semana de maio a média diária embarcada de carne bovina in natura foi de 5,52 mil toneladas e a cotação média foi de US$4,89 mil, queda de 28,7% na média diária e alta de 11,3% no preço, em relação a maio/20 (Secex).
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 304.
- Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 290, estável.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 294.
- Em Cuiabá, o boi gordo chegou a R$ 301.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 297 a arroba, inalterados.
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Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios sugere que os preços continuarão acomodados no curto prazo, em linha com a lenta reposição entre atacado e varejo no decorrer da segunda quinzena do mês.
Para a virada de mês, a expectativa é por preços mais altos, avaliando a entrada dos salários na economia como motivador do consumo. “Importante salientar que ainda há uma preferência por cortes mais acessíveis entre os consumidores brasileiros, algo natural em um ambiente pautado pela restrição de oferta”, diz o analista.
Com isso, o corte traseiro teve preço de R$ 20,35 o quilo, estável. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,20 o quilo, assim como a ponta de agulha.