Agora, pecuarista precisa decidir se aposta ainda mais fichas no movimento, já que os frigoríficos também se encontram em uma “sinuca de bico”. Confira!
Nesta terça-feira, o mercado físico do boi gordo registrou preços firmes em todas as regiões pecuárias do Brasil, e foi marcado pela boa liquidez nos negócios, segundo apurou a IHS Markit. “A trajetória altista ainda se sustenta, e, ao menos no curtíssimo prazo, não parece dar sinais de perder força”, relata a consultoria. O Indicador do Cepea, mais uma vez, quebrou recordes e fechou a R$ 243,90/@.
Neste final de semana prolongado pelo feriado de 7 de setembro, o consumo de proteínas bovinas nos principais atacados brasileiros se manteve elevado, confirmando as expectativas positivas para esta primeira quinzena do mês. Agora, os frigoríficos precisam repor os estoques, mas os preços estão disparando e a oferta segue reduzida nas principais praças pecuaristas do país. E agora?
Segundo app da Agrobrazil, o preço médio para praça de São Paulo, fechou o dia cotado a R$ 242,44/@, com preço variando de R$ 238 a R$ 245/@. Já a média para o estado de Goiás, ficou cotada em R$ 235,72. No final do dia, segundo negócios informados para praça de Ribeirão do Índios/SP, o preço bateu R$ 250/@ com pagamento à vista e abate para o dia 15 de setembro, o maior valor registrado no dia.
O Indicador do Cepea, ao que parece, tomou rumo e vem quebrando recordes durante esta semana. Em novo movimento de alta, os preços do indicador alcançou o patamar de R$ 243,90/@. Esse é o maior valor da história já registrado pelo Cepea.
Giro pelas praças
Em Minas Gerais, os negócios de boiada gorda foram feitos a valores mais elevados nesta terça-feira, de acordo com a IHS Markit. No Rio de Janeiro, pecuaristas também posicionaram patamares mais altos para liquidar a boiada. No Mato Grosso, plantas habilitadas para exportação elevaram as cotações oferecidas pelo gado na tentativa de comprar a matéria prima e preencher as programações de abate dos próximos dias.
Na região sul de Goiás, houve registro de leves ajustes positivos nos preços nesta terça-feira.
Entre as praças das regiões Norte e Nordeste do País, a escassez de oferta mantém forte pressão altista sobre a arroba, que registrou altas no Pará e na Bahia.
Perspectivas para o Boi Gordo
Os preços do boi gordo bateram a casa dos R$ 240/@ em São Paulo e tendem a subir ainda mais no próximos meses, prevê o analista Hyberville Neto, em texto publicado no site da Scot Consultoria. No entanto, analisa Neto, “as cotações não sobem indefinidamente”, e, por isso, sugere ele, “ir aproveitando um cenário de alta é mais lucrativo que tentar acertar o preço máximo do ano”.
A retenção de fêmeas, estimulada pelas cotações da reposição em alta, além das exportações em ritmo forte, colabora com movimento de alta da arroba, mesmo com o consumo doméstico afetado pela crise, afirma Neto.
“Se não houver mudança de plano econômico, como era frequente há algumas décadas, a arroba do boi gordo vai a R$ 300, o leite vai a R$ 5/litro, a soja a R$ 200/saca e o milho a R$ 100/saca”, prevê o analista da Scot, que acrescenta: “a dúvida é saber quando isso ocorrerá”.
Ainda de acordo com Neto, de tempos em tempos, as cotações máximas nominais são superadas e as novas máximas também ficarão para trás. “Foi o que ocorreu em 2019, e agora em 2020”, compara ele. Em resumo, continua o analista da Scot, “o cenário é positivo para os preços e parece haver espaço para valorizações, uma vez que ainda nem entramos no último trimestre”.
Segundo Neto, no final de ano o consumo doméstico de carne bovina tende a ser maior – ajudado pela gradativa volta da movimentação de pessoas e negócios após o período mais crítico da Covid-19 –, e a própria sazonalidade é de exportações maiores no segundo semestre.
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Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina voltaram a subir. Conforme Iglesias, a boa reposição entre atacado e varejo neste início de mês indica que novas altas deverão acontecer. Além disso, as exportações permanecem pujantes, ajudando a equilibrar a oferta doméstica. “A ressalva fica na capacidade do consumidor final de absorver tantos reajustes”, disse.
Com isso, a ponta de agulha passou de R$ 14 o quilo para R$ 14,05 o quilo. O corte dianteiro subiu de R$ 14,05 o quilo para R$ 14,10 o quilo, e o corte traseiro aumentou de R$ 17,00 o quilo para R$ 17,35.
Compre Rural com informações da Scot Consultoria, IHS Markit, Agrobrazil, Agência Safras e Portal DBO