Ontem, o preço do boi gordo divulgado pelo Cepea finalmente bateu o recorde de 29 de novembro, atingindo o valor de R$ 234,25/@. Confira!
O mercado do boi gordo vem demonstrando um movimento de alta desde o início da semana, com preços para o Boi China alcançando os patamares de R$ 240. O fluxo de negociações foi lento, refletindo a grande escassez na oferta de animais prontos para abate, colocando uma maior pressão nos frigoríficos que trabalham com escalas curtas de 1 a 5 dias.
Segundo a IHS Markit, nesta sexta-feira, o mercado físico do boi gordo registrou exaustiva lentidão de negócios, movimento esperado para esta etapa da semana. “Na maior parte do país, apesar das escalas de abate atenderem em média, apenas 4 dias úteis, a baixa disponibilidade de animais tem limitado o avanço da liquidez no mercado”, ressalta a consultoria.
Com uma redução na oferta de gado devido ao ciclo pecuário, queda na produção, firme demanda externa e câmbio favorável a exportações, a tendência é que as cotações do animal sigam em nível recorde, exigindo maior desembolso dos frigoríficos, conforme analistas.
O comportamento do consumo interno, ainda afetado pela pandemia do novo coronavírus, é o único fator que pode limitar o avanço da arroba no próximo bimestre. E, mesmo nesta hipótese, novembro e dezembro prometem recuperação com a tradicional demanda para festas somando-se à conjuntura altista.
“Ademais, alguns frigoríficos pesquisados reportaram aguardar o desempenho das vendas de carne no final de semana para saber qual estratégia de compra de gado adotar para os próxima semana“, diz IHS Markit em seu relatório diário.
Ontem, o preço do boi gordo divulgado pelo Cepea finalmente bateu o recorde de 29/11/2019, atingindo o valor de R$ 234,25/@. E parece que há espaço para maiores avanços, já que os contratos futuros do boi gordo na B3 chegam a ser negociados a R$ 241,00/@ neste momento. Qual será o teto?
No aplicativo da Agrobrazil, o Boi China já registra negócios pontuais, na casa de R$ 240/@ com pagamento à vista. Ainda segundo levantamento realizado, a semana iniciou com uma média de R$ 229,65/@ com fechamento da sexta batendo R$ 238,75/@, na praça de São Paulo. Diante disso, a arroba sofreu uma valorização de R$ 9,10 em apenas uma semana.
O diretor da Scot, Alcides Torres, disse que no começo do ano, em função das incertezas relativas à pandemia, o pecuarista atrasou a tomada de decisão sobre enviar ou não o gado para confinamento.
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“Isso acabou atrasando a entrega dos animais confinados que estariam disponíveis para venda agora e essa falta de gado (pronto para abate) contribuiu pra a atual restrição de oferta de boiadas, e os frigoríficos estão tendo que pagar mais”, explicou.
“Agora, por falta de boiadas, o preço veio em uma toada que nos aproxima do valor de pico da entressafra”, acrescentou.
Ele ainda disse que o pico da cotação bruta do boi gordo chegou a 250 reais por arroba no fim do ano passado, “e podemos ver de novo até preços maiores que esse”, com a alta condicionada ao comportamento do mercado interno. “Não podemos mandar toda a carne para exportação”, comentou.
Com informações da Reuters, Scot Consultoria, Agrobrazil, IHS Markit e Agrifatto.