O mercado abriu a semana conforme esperado, com preços firmes e frigoríficos ofertando mais pelo boi gordo; Arroba atinge R$ 340, veja onde!
O mercado físico do boi abriu a semana com preços firmes e viés de alta nesta segunda-feira, 27, com indústrias mais ativas nas compras. Com um cenário onde os pecuaristas seguem mais retraídos nas tratativas, os preços da arroba iniciam a semana com novas valorizações diante da demanda interna aquecida e volta da China às compras.
A cotação da arroba estava precificada em R$ 335,00 na semana anterior, mas agora já tem oferta de preço em torno de R$ 340,00/@, em negociações concretizadas na praça paulista. A expectativa é que o mercado registre novas altas nas primeiras semanas de janeiro!
O mercado abriu a semana com preços estáveis para animais com destino ao mercado interno, apontou a Scot Consultoria. Com as escalas já completas para o final de 2021 em boa parte das indústrias frigoríficas e poucos vendedores e compradores ativos na manhã de hoje. Com isso, o boi gordo está apregoado em R$320,00/@, a vaca gorda em R$300,00/@ e a novilha gorda em R$315,00/@, preços brutos e a prazo.
Já a tratativa para bovinos até quatro dentes, o “boi China”, negócios até R$340,00/@ já foram vistos. Segundo o app da Agrobrazil, os pecuaristas de Araçatuba/SP, venderam seus lotes por R$ 340,00/@ com pagamento à vista e abate para o dia 03 de janeiro de 2022, veja imagem abaixo.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 330,76/@, na segunda-feira (27/12), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 311,86/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 316,87@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ 314,29/@.
O preço do Indicador do Boi Gordo/CEPEA, apresentou nova valorização nas cotações, apostando em um mercado comprador e com frigoríficos demandando maior volume de negócios. O fechamento foi de alta de 0,49% e a arroba saltou de R$ 327,50/@ para o valor de R$ 329,10/@. Veja o gráfico!
Esse valor é o maior já visto para o período do ano, trazendo animo de um novo recorde para o mercado da pecuária, em um momento onde era esperado uma redução nas cotações – diante do histórico do indicador.
Porém, continua a consultoria, a dificuldade em comprar animais terminados em volumes mais expressivos força algumas indústrias a aceitar os preços sugeridos pelos pecuaristas que ainda contam com boiada gorda.
“Como na semana anterior, grande parte das unidades de abate se empenha em manter as suas escalas avançadas”, diz a IHS, acrescentando que, no momento, há uma maior procura para boi padrão China. “O tamanho do lote, a idade dos animais, a qualidade, ou mesmo a proximidade das plantas frigoríficas ainda são determinantes para valores diferenciados”, ressaltam os analistas.
Da porteira para dentro, a presença de ofertas de boiadas gordas segue baixa, visto que muitos produtores só deverão retornar ao mercado em janeiro, relata a IHS Markit.
As boas condições de pasto no Centro-Norte do Brasil também favorecem o manejo e retenção de animais nas fazendas. Entre as praças pecuárias do Brasil, as altas foram mais efetivas no Mato Grosso, Goiás e Pará, diz a IHS.
“Nesses Estados, algumas plantas frigoríficas estão trabalhando para garantir ofertas de animais até o final de primeira semana de janeiro”, afirma os analistas.
Na B3, os contratos futuros do boi gordo fecharam a sessão da semana passada com tímidas perdas. Como já mencionado, agentes do setor seguem cautelosos.
‘China seguirá demandando carne bovina do Brasil nos próximos anos’
O ano de 2021 foi agitado para o mercado do boi gordo. Se por um lado as exportações de carne bovina tiveram um bom desempenho em 2021, o pecuarista teve que lidar com alguns desafios, como o encarecimento dos custos de produção e a proibição dos embarques para a China, principal importador, após dois casos atípicos do ‘mal da vaca louca’.
Segundo o analista de mercado Hyberville Neto, havia uma dúvida de como o mercado reagiria este ano após três temperadas de alta na arroba do boi gordo e forte demanda da China.
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“O mercado iniciou 2021 com força, preços mais altos e veio firme até o segundo semestre até a detecção dos casos do ‘mal da vaca louca’. Com a proibição das vendas para a China vimos a arroba passar de R$ 320 para 250 R$, cenário que foi corroborado com a redução dos animais no confinamento”, destaca o analista.
Atacado de carne com osso
A retomada das exportações à China e a demanda no mercado interno mais ativa aumentaram a liquidez da produção da carne com osso no atacado, que registrou forte incremento no comparativo semanal.
A carcaça casada de bovinos castrados subiu 10,7%, ou R$2,04/kg, cotada em R$21,00/kg. Já a carcaça casada de bovinos inteiros está precificada em R$19,16/kg, alta de 10,6%, ou R$1,83/kg, nas mesmas condições.