Mais uma semana de altas fortes no mercado do boi gordo; Preços do arroba sobem diante do quadro de escassez de oferta de boiadas e exportações aquecidas de carne bovina.
Nesta semana, os preços do boi gordo acumularam novas altas entre as principais regiões pecuárias do Brasil. Em São Paulo – referência para outras praças do País –, o valor a prazo do animal terminado saltou de R$ 242/@, na sexta-feira anterior (4/9), para R$ 248/@, nesta sexta-feira (11/9), conforme dados apurados pela IHS Markit. Já na Bahia, o preço da arroba saltou para valores recordes de R$ 280,00 por arroba, confira!
Segundo a consultoria, mesmo com a entrada de alguns lotes de boiada dos confinamentos, a disponibilidade de gado pronto não é suficiente para atender a demanda vigente por abates no País, o que explica a forte pressão altista da arroba, cenário que se estende desde meados de junho.
A oferta restrita de boiada é reflexo de condições estruturais no setor, relata a IHS. “O nível de abates de fêmeas nos últimos anos resultou em queda na oferta de animais jovens que, por sua vez, acumularam forte valorização reduzindo a reposição dos pastos”, justifica a consultoria, acrescentando que muitos pecuaristas da atividade de cria saíram da atividade em anos anteriores em função das péssimas margens operacionais.
Dados preliminares divulgados pelo IBGE mostraram que 14,58 milhões de cabeças bovinas foram abatidas no primeiro semestre de 2020, o menor patamar de abates para o período desde 2011, confirmando o cenário de falta de boiada observado ao longo de todo este ano. No primeiro semestre deste ano, a produção de carne bovina teve retração de 5,2% frente à igual período do ano passado.
Segundo app da Agrobrazil, o preço médio para praça de São Paulo, fechou o dia cotado a R$ 247,50/@, com preço variando de R$ 244 a R$ 250/@. Já a média para o estado de Goiás, ficou cotada em R$ 235,78.
Pecuarista de Feira de Santana/BA, informou negócios para o boi com destino ao mercado interno, com valor de R$ 280/@ com prazo de 30 dias para pagamento e abate para o dia 14 de setembro.
Preço Cepea
Nessa feira-feira, 10, o Indicador CEPEA/B3 fechou a R$ 245,65, à vista, praça paulista, com uma queda de 1,79%, uma surpresa para todos, já que o mercado está em alta, com animais sendo valorizado de norte a sul.
Giro das praças
- Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 250 a arroba, ante R$ 248 registrados na quinta, 10.
- Em Uberaba (MG), os preços subiram de R$ 243 a arroba para R$ 250.
- Em Dourados (MS), os valores ficaram entre R$ 242 a arroba, contra R$ 241,00 na quinta-feira.
- Em Goiânia (GO), o valor indicado foi de R$ 240 a arroba, estável.
- Já em Cuiabá (MT), o preço ficou em R$ 224 – R$ 225 a arroba, ante R$ 222.
Exportações em alta
Outro importante suporte para a forte valorização da arroba é o ritmo das exportações de carne bovina, que segue bastante acelerado, já superando os recordes registrados no ano passado. Após os volumes recordes em julho e agosto, ao longo dos primeiros quatro dias úteis de setembro os embarques totalizaram 32,9 mil toneladas de carne bovina in natura, equivalente a uma receita de US$ 33,48 mil por dia.
Na comparação anual, houve crescimento de, respectivamente, 20,48% e 24,91% na receita e volume médios diários. No mesmo período, a comparação entre preços da carne bovina embarcada pelo País registrou queda de 3,54% em dólar. Os valores mais baixos, relata a IHS Markit, são equilibrados pela forte desvalorização cambial acumulada pela divisa brasileira este ano.
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Futuros também em alta
Ao longo desta semana, os contratos futuros do boi gordo negociados a termo na bolsa de mercadoria B3 também refletiram o cenário de forte valorização da arroba ao redor do País. Os contratos com vencimento em dezembro fecharam o dia de ontem a R$250,30/@, maior valor desde que começou a ser negociado.
Carne no atacado também sobe
No atacado, os preços dos principais cortes bovinos acumularam altas durante a semana. No entanto, agentes do mercado indicam que as consecutivas altas nos preços do animal e dos cortes bovinos dificultam o repasse aos preços dos cortes. A renda da população está comprometida diante da crise gerada pela pandemia de coronavírus, o que deverá limitar o consumo doméstico e neutralizar novos movimentos de alta.
Compre Rural com informações da Agrobrazil, Cepea, IHS Markit, Portal DBO e Agência Safras