Conforme observado, no mercado do boi gordo os preços no Brasil continuam subindo; O cenário de menor oferta de animais para abate ajuda na concretização de negociações a R$ 260/@, animando o pecuarista.
O mercado físico do boi gordo registrou preços mais altos nesta quinta-feira, 29, conforme observado pelas consultorias que acompanham o mercado diariamente. O cenário ainda segue com o fluxo de comercialização de boiada terminada mantendo-se fraco, porém houve alguns ajustes positivos nos preços da arroba em algumas importantes praças brasileiras. O pecuarista aproveita o momento para tentar corrigir o preço defasado do boi gordo.
A oferta restrita e as escalas de abate mais curtas têm gerado dificuldades na composição do mercado, o que tem levado a ajustes nos preços ofertados por parte das indústrias que “disputam” a pouca oferta existente. Essa dinâmica já era esperada para o período de transição entre o segundo e terceiro trimestre, de acordo com o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Segundo Iglesias, tudo indica que o mês de julho terá uma oferta mais limitada e, com isso, maiores chances da intensificação do movimento de valorização da arroba, sendo que a maior oferta de animais confinados ocorrerá apenas em agosto.
A indústria frigorífica, após altas ao longo da semana, tentam emplacar um cenário de estabilidade e firmeza para os preços praticados para o boi gordo, mantendo o patamar de preços observados no levantamento de ontem. Para a novilha, alta de R$2,00/@. O boi gordo destinado ao mercado interno é negociado a R$247,00/@, a vaca em R$212,00/@ e a novilha em R$232,00/@, preços brutos e a prazo, apontou a Scot Consultoria.
Colaborando com as informações acima, o INDICADOR DO BOI GORDO CEPEA/B3, fechou a quinta-feira com uma valorização de 3,09% na comparação diária. Com isso, a média do indicador ficou cotado a R$ 260,00/@, sendo esse o maior valor observado nos últimos 26 dias úteis, conforme o gráfico abaixo. Com isso, o preços em dólar está cotado a US$ 53,54/@.
O “boi China” – animais jovens abatidos com até 30 meses de idade – é negociado a R$255,00/@, preço bruto e a prazo. Mas, segundo as consultorias, são observadas movimentações à R$260,00/@, porém em baixos volumes. O mercado onde existem indústrias habilitadas a exportação, acabam tendo que ofertar mais pela arroba para conseguir compor suas escalas, principalmente diante da maior demanda externa, em especial a China.
Com uma movimentação positiva para o preço pago em dólares pela tonelada de carne bovina, por parte do nosso principal comprador, não devem ser descartadas altas para o “boi China” no curto prazo, observou a Scot em seu boletim diário.
A restrição de oferta de animais terminados a pasto sustenta o preço do boi gordo pelo país. Frigoríficos ofertam maiores valores para conseguir preencher as escalas que estão na casa dos 7 dias úteis, informou a Agrifatto. Ainda segundo a consultoria, na B3, os futuros fecharam o dia em campo positivo e o vencimento para jun/23 fechou a quinta-feira em R$ 256,55/@, alta diária de 0,08%.
Segundo a S&P Global Commodity Insights, a dificuldade na “originação” (compra) de animais terminados aumenta e tem feito algumas unidades frigoríficas brasileiras trabalharem com altas para estimular a entrada de alguns lotes, já que as escalas não têm avançado, em decorrência de uma oferta mais restrita.
No entanto, diz a S&P Global, as altas nos preços da arroba ainda são pontuais, reflexo da cautela dos compradores.
“Muitas unidades de abate têm relatado que estão comedidas nas compras de boiada pela necessidade de dar maior vasão aos estoques de carne nas câmaras frigoríficas”, justificam os analistas.
Desta forma, continua a S&P Global, a estratégia em manter a escala de abate em uma semana está associada à necessidade de liquidar estoque, alinhar a produção à demanda vigente e minimizar variações nos preços que deprimam as margens operacionais.
Porém, observam os analistas, resta saber até quando as indústrias frigoríficas terão disposição em trabalhar com ajustes nos preços, já que o consumo interno de carne bovina aparece como principal fator negativo.
“Talvez a virada de mês crie chances de emplacar modestos ajustes (nas cotações dos cortes), mesmo sob efeito do período de férias escolares e incertezas econômicas no País”, afirmam os analistas, referindo-se ao pagamento dos salários aos trabalhadores, o que pode estimular a corrida pelo carne bovina, de longe a preferida dos brasileiros.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Na cidade de São Paulo, a referência para a arroba do boi atingiu R$ 256.
- Em Dourados (MS), o valor foi de R$ 251.
- Em Cuiabá (MT), a arroba foi cotada em R$ 211,00.
- Já em Goiânia (GO), a indicação foi de R$ 230,00 para a arroba do boi gordo.
- Em Uberaba (MG), o preço da arroba atingiu R$ 243,00.
Boi gordo no atacado
As vendas no varejo desde o final da semana passada e as distribuições do atacado nos últimos dias continuam travadas, mas as expectativas de reaquecimento da demanda com a chegada de um novo mês fizeram com que fossem registradas valorizações em algumas peças nos atacadistas paulistas, apontou a Agrifatto.
No entanto, a competitividade da carne de frango em relação à carne bovina continua sendo um fator determinante. Com isso, o quarto traseiro foi cotado a R$ 18,15 por quilo, o quarto dianteiro a R$ 14,00 por quilo e a ponta de agulha a R$ 13,65 por quilo.
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