Pecuarista alerta que o ano deve ser marcado por valores elevados na reposição e na ração dos animais. Para remunerar os pecuaristas, a arroba deveria estar cotada a R$ 210,00/@.
Na região de Rancharia/SP, os pecuaristas estão cautelosos para realizar novos negócios para o boi gordo em função de a reposição estar com preços aquecidos. Além disso, os produtores relatam dificuldade em encontrar animais jovens que chegam a custar na média de R$ 2.000,00/cab do bezerro e a novilha está em torno de R$ 1.600,00/cab.
De acordo com o Pecuarista e Proprietário do Boitel Chaparral, Sérgio Przepiorka, a referência do boi gordo deveria estar ao redor de R$ 210,00/@ para remunerar os pecuaristas. “Os preços da reposição estão elevados, mas é um valor justo para os produtores que atuam na cria dos animais e os patamares de preços atuais devem permanecer”, relata.
Nesta semana, os valores da arroba seguem sustentados ao redor de R$ 200,00/@ a R$ 205,00/@. Com a oferta de animais restrita, as media das programações de abate estão se mantendo em torno de sete dias corridos.
O pecuarista aponta que a tendência é que os valores da arroba do boi tenham um incremento com o vazio na oferta de animais. “O problema é que a comida do animal está cara, e quando chove muitos pecuaristas colocam os animais no pasto para reduzir o custo da arroba produzida. Porém, eu acredito que podemos ter um buraco na oferta no final deste mês e a arroba registre uma alta”, comenta.
As compras chinesas por carne bovina tiveram uma diminuição devido ao feriado e o corona vírus. “Nós sabemos que uma hora os estoques acabam e os chineses podem buscar por proteína animal para abastecer o mercado. Apenas o Brasil tem o padrão de animal que a china exige a nível mundial”, ressalta.
Outra preocupação do mercado é com a demanda pelo o cereal, tendo em vista que a produção de etanol de milho deve comprometer boa parte da oferta produzida no Brasil. “As usinas fazem o etanol de milho e sobra o DDG que dá para trabalhar na engorda do boi, só que o DDG está muito caro e estamos falando de valores acima de R$ 800,00/ton”, alerta.
A recomendação é que os pecuaristas comecem a comprar o cereal e outros componentes da ração antecipadamente e armazenar. “Atualmente, a saca do milho está cotado entre R$ 50,00 a R$ 53,00 por saca e esses valores acabam pesando no bolso do pecuarista. É preciso montar estratégias para se prevenir dos custos elevados”, afirma.
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Mercado futuro sinaliza mais alta para o boi
Ontem (03), as cotações futuras do boi gordo finalizaram a sessão com valorizações na Bolsa Brasileira (B3). Os principais contratos registraram um ganho de 0,90% a 1,16%, na qual o vencimento Abril/20 está cotado a R$ 205,50/@ e o Maio/20 terminou negociado a R$ 207,00. O contrato Outubro/20 encerrou com um ganho de 0,82% e está precificado a R$ 215,25/@.
Os pecuaristas seguem cautelosos para realizar grandes contratos já que as pastagens estão dando suporte para os animais se manterem no pasto, conforme destacou a Informa Economics FNP.
Com informações do Notícias Agrícolas.