Os preços da arroba estão com grande pressão baixista e nesse momento, não há elementos que justifiquem uma retomada do movimento de alta do boi gordo.
O mercado físico de boi gordo registrou preços mais baixos nas principais praças de produção e comercialização do país nesta sexta-feira, 4. Os preços seguem com grande pressão baixista, sustentado pela menor demanda na ponta consumidora e redução das escalas de abate nas indústrias. Os preços saltaram de R$ 270 para o patamar de R$ 250 no sul mato-grossense. E agora, o que esperar do mercado?
Nesta primeira semana de dezembro, foi verificado uma menor liquidez de negócios com boiadas ao longo desta semana, refletindo a oferta restrita de animais terminados e, sobretudo, a posição de cautela adotada pelas industrias frigorificas.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 268,72/@, na sexta-feira (04/12), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 260,43/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 253,63/@.
Ainda segundo o app, os preços na praça paulista estão variando de R$ 265,00 a R$ 276,00/@. O recuo nos preços nos últimos sete dias chega a R$ 20,00/@, uma verdadeira “ladeira abaixo” no mercado do boi gordo!
Já o Indicador do Cepea, acompanhando a pressão do mercado, fechou a semana com uma desvalorização de 4,28% cotado ao patamar de R$ 271,00/@ para praça paulista.
Segundo a Scot Consultoria, em relação à vaca gorda, os preços estão estáveis, cotada em R$255,00/@, preço bruto e à vista. A cotação da novilha gorda para abate caiu 0,7% ou R$2,00/@, e está sendo negociada em R$266,00/@, nas mesmas condições.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 269 a arroba, ante R$ 273 a quinta-feira.
- Em Uberaba, Minas Gerais, os valores ficaram em R$ 267 arroba, contra R$ 270 – R$ 271 a arroba.
- Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, os preços ficaram em R$ 257 a arroba, ante R$ 259.
- Em Goiânia, Goiás, o valor indicado foi de R$ 260 a arroba, estável.
- Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o preço ficou em R$ 256 a arroba, contra R$ 258.
Escalas de abate
Segundo a Agrifatto, as programações de abate encerraram a primeira semana de dezembro alongadas, atendendo na média nacional 8 dias úteis. Enquanto isso, os preços passam por baixas na maioria das praças analisadas.
- Em São Paulo, as escalas encerram a sexta-feira com 9,0 dias úteis, acima da média anual, registrada em 7,0 dias úteis.
- Dentre as praças analisadas, em Mato Grosso do Sul as programações são as mais alongadas, com algumas plantas frigoríficas com as datas fechadas até o final deste mês. Na região, as programações fecharam o dia com 10,0 dias úteis, também acima da média parcial dos últimos doze meses (4,4 dias úteis).
- Cenário parecido é visto em Mato Grosso, com as indústrias encerrando os trabalhos com 8,3 dias úteis, acima da média parcial anual (5,0 dias úteis).
- Em Minas Gerais e Goiás, a semana encerrou com 7,0 dias úteis em ambas as regiões, sendo maiores que a média parcial anual, balizada em 6,0 dias úteis.
Exportações
Em relação ao comportamento futuro da exportação da proteína vermelha, o clima também é de certa incerteza. As indústrias exportadoras brasileiras alegam que a China já vem regulando o fluxo de novos negócios e isso acendeu um sinal de alerta dos vendedores, observa a IHS Markit, acrescentando que, tradicionalmente, o país asiático costuma tirar o pé das compras internacionais de proteína no período que antecede o ano novo chinês. As quedas no dólar frente ao real também devem gerar espaço para renegociação de contratos com os importadores, observa a IHS.
No acumulado de janeiro a novembro de 2020, foi embarcado o volume recorde de 1,58 milhão de toneladas, 11,3% superior ao mesmo período de 2019. Em termos de receita, os números também foram recordes no acumulado do ano, totalizando US$ 6,8 bilhões, 17,3% superior ao montante obtido no mesmo período de 2019.
O que esperar do mercado
A indústria continua a limitar o fluxo de suas aquisições e operar com a capacidade de abate reduzida, já que o mercado atacadista da carne bovina ainda parece um pouco indefinido.
Muitos frigoríficos se ausentaram da compra de gado, avaliando as melhores estratégias para aquisição de boiadas no curto prazo. A expectativa é que a retomada das negociações aconteça em patamares ainda mais baixos na próxima semana.
Um ponto positivo é que a oferta permanece restrita e é o fator de limitação mais importante neste momento, impedindo uma maior agressividade de queda.
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Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguiram acomodados. Conforme Iglesias, novos relatos vindos da China geram apreensão no mercado, com autoridades locais indicando para a presença do coronavírus em um lote de carne suína brasileira. “Porém, não foi mencionado em que etapa do trajeto houve contaminação. Além disso, não há comprovação que o coronavírus possa ser transmitido via proteína animal congelada ou mesmo através de embalagens”, disse ele.
Com isso, o corte traseiro seguiu em R$ 19,85 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 15,80 o quilo, estável e a ponta de agulha permaneceu em R$ 15,40 o quilo.