As indústrias apostam na carne cara para continuar a garantir lucro alto. Com China ausente do mercado, valor da arroba do boi ainda sente pressão, causando prejuízo ao pecuaristas.
O mercado físico de boi gordo registrou preços pouco alterados nesta segunda-feira, como esperado para uma segunda-feira e a véspera do feriado de 12 de outubro. Os poucos frigoríficos que foram as compras atuaram com a oferta e indicação de preços em patamares mais baixos. Com China ausente do mercado, valor da arroba do boi ainda sente pressão e deve alcançar o pior patamar dos últimos meses!
Com ausência da principal destino da carne brasileira no exterior, as indústrias seguem tentando remanejar suas escalas, além de garantir a pressão de queda nos preços da matéria-prima. O que mais chama atenção é a disparidade entre o recuo preços da arroba e a manutenção dos preços da carne em patamares elevados no mercado interno.
Com o feriado nacional na terça-feira (12/10) e escalas já programadas para esta semana, o cenário foi de compradores ausentes no mercado nesta manhã. Com isso, os preços estão estáveis nas praças paulistas. O boi, vaca e novilha gordos são negociados, respectivamente, por R$280,00/@, R$265,00/@ e R$282,00/@, preços brutos e a prazo, apontou a Scot Consultoria.
Com a ausência de retomada das exportações ao mercado chinês e maior volume de gado confinado ofertado, o mercado do boi gordo está pressionado. Considerando as 32 praças pecuárias monitoradas pela Scot Consultoria, a cotação do boi gordo recuou 3,9% do início do mês até 11/10. Destaque para o Triângulo Mineiro (-8,5%), Goiânia (-7,3%) e região Sul de Goiás (-8,3%).
Apesar do intenso ritmo das exportações brasileiras no último mês e da baixa oferta de animais para abate, os preços internos da arroba estão em movimento de queda. A queda dos preços, apenas na primeira semana de outubro, acumula uma queda de quase 7%. Os preços saltaram de R$ 286,55 para o valor de R$ 271,25/@ no fechamento dessa sexta-feira.
Segundo os dados divulgados pelo GPB Datagro/Balizador, as mínimas em São Paulo chegou a R$ 265,00/@, com uma média de R$ 277,43/@. Já em outas regiões, como no Centro-Oeste, já ocorrem negociações próximas a R$ 250,00/@, refletindo o desgaste do mercado neste momento de incertezas no consumo interno e externo.
No caso dos frigoríficos que trabalham apenas com o mercado doméstico, o recuo nas compras se deve às fracas vendas de carne nos atacados brasileiros, devido ao fragilizado poder de compra da maior parte da população. Já quanto às unidades exportadoras, compradores evitam alongar as escalas de abate, diante da ainda manutenção da suspensão dos envios de carne bovina à China.
Embarques de carne bovina na segunda semana de outubro já começam a ser impactados com a ausência da China
Nesta segunda-feira (11), a Secretária Comércio Exterior (Camex) reportou que o volume embarcado de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada atingiu 30,4 mil toneladas nos primeiros seis dias úteis de outubro/21. No mesmo período do ano passado, o volume total exportado em outubro foi de 162,6 mil toneladas em 20 dias úteis.
A média diária exportada de carne bovina ficou em 5,07 mil toneladas na segunda semana de outubro, isso representa uma queda de 37,65% frente a média do total exportado no mesmo período do ano passado, que ficou em 8,13 mil toneladas.
Segundo a Radar Investimentos, se o ritmo dos embarques for mantido até o final deste mês, o volume consolidado seria ao redor de 94,3 mil toneladas, aproximadamente 50% e 40% abaixo nas comparações mensal e anual. “Vale a pena reforçar que ainda há boa parte do mês a ser contabilizado, o que deve alterar estas estimativas abaixo”, ressaltou.
China se mantém em silêncio
Enquanto isso, os dados oficiais do governo brasileiro sobre as exportações de carne bovina começaram a refletir a ausência da China.
Do ponto de vista sanitário não há mais nada a fazer por parte das autoridades brasileiras. A Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) já deu o caso como encerrado e manteve o status brasileiro como de risco insignificante para a propagação da doença. “Restam assim questões comerciais. É muito provável que a China busque reduzir preços das importações em um momento de forte queda dos preços em sua suinocultura”, disse o analista da Agência Safras.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 274 na modalidade à prazo, estável na comparação com a sexta-feira.
- Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 255, inalterada.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 271, contra R$ 272.
- Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 263, estável.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 275 a arroba, estáveis.
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Atacado
A carne bovina registrou preços em baixa no mercado atacadista, pelo menos para a maior parte dos cortes. “A expectativa é de continuidade deste movimento no curto prazo diante de todas as instabilidades”, disse Iglesias.
Com isso, o quarto traseiro ainda esteve precificado a R$ 21 por quilo. O quarto dianteiro cedeu, e foi precificado a R$ 14,50 por quilo, queda de R$ 0,50. A ponta de agulha caiu e teve preço de R$ 14,00 por quilo, ante R$ 14,80 na sexta-feira.