O ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade da pressão de queda no curto prazo; Após rumores, ruralistas, esperam retomada da China após reunião!
O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais baixos nesta quinta-feira, 21, nas principais praças de produção e comercialização do país. O ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade da pressão de queda no curto prazo. Desde setembro, após a suspensão dos embarques, que o boi gordo encalha na muralha da China e da porteira para dentro conta não fecha.
Os valores do boi gordo e da carne bovina vem recuando no Brasil, mas de acordo com levantamento do Cepea, os preços do animal para abate estão caindo de forma mais intensa que os da proteína no atacado, com as cotações pressionadas pelo afastamento de grande parte dos compradores.
O cenário é de oferta crescente nas praças paulistas, mas com escoamento de carne fraco. Na comparação diária, o preço do boi gordo cedeu R$1,00/@ e o da novilha R$3,00/@, enquanto a cotação da vaca permaneceu estável. O ambiente parece ter encontrado um teto médio para os preços da arroba, próximo aos R$ 265,00/@.
Ainda segundo a Scot Consultoria, a referência do boi gordo está em R$266,00/@, da vaca gorda em R$260,00/@ e da novilha gorda em R$274,00/@, preços brutos e a prazo. O mercado deve fechar a semana com uma pressão negativa nos preços, mesmo após queda nos preços do atacado!
Já o Indicador do Cepea para o Boi Gordo, a média teve uma nova desvalorização no fechamento com um recuo de -0,04%, firmando duas quedas seguidas, atingindo o valor de R$ 262,80/@. Ainda segundo a instituição, o boi gordo acumula uma variação negativa de -9,88% no comparativo mensal. Já o preço em dólar segue nas mínimas do ano, fechando cotado a U$ 47,39/@, deixando o boi brasileiro como o mais barato do mundo.
Thiago Bernardino, pesquisador de pecuária do Cepea, ressalta que antes do embago chinês à carne bovina, muitos apostaram numa melhora da arroba. Agora, as margens dos produtores reduziram ou estão até no vermelho, cenário que fica mais complicado sem uma definição do embargo ao país asiático.
O mercado físico do boi gordo em São Paulo mostrou um avanço na realização de negócios, porém ainda a passos lentos, com o preço referência pago pela ponta compradora girando em torno de R$ 263,00/@ na maioria das negociações concretizados nesta quinta-feira. Na B3, o contrato futuro de boi gordo com vencimento para out/21 fechou o dia cotado em R$ 264,60/@, desvalorizando -1,10% no comparativo diário, apontou a Agrifatto.
Situação crítica dentro da porteira
Para o criador, a conjuntura também é difícil, considerando que os custos de nutrição animal seguem em patamar bastante acentuado, da mesma maneira que as chuvas no Centro-Sul prejudicam o manejo, reduzindo a capacidade de retenção.
“A margem operacional dos confinadores foi bastante corroída, reforçando a necessidade da utilização de ferramentas de proteção em bolsas de futuros para garantir o resultado operacional”, alertou Iglesias.
Muralha chinesa pode cair?
O Ministério da Agricultura esclareceu que não foi emitida nenhuma nova orientação aos frigoríficos a respeito de uma suspensão na produção de carne bovina para a China. Entretanto, segundo relatos feitos à CNN Brasil, o ministro de Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, sinalizou que o governo asiático deve solucionar o impasse em breve.
Em nota, a pasta explica que o que está definido é a suspensão da certificação de carne e produtos bovinos com destino ao país asiático desde 4 de setembro.
O ministro de Relações Exteriores, Carlos França, pediu nesta quinta-feira (21) ao ministro de Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, o fim do veto à compra da carne brasileira, que já dura seis semanas. Lembrando que, até o momento, o embargo já dura quase 50 dias. Desde então, o mercado segue truncado e com grande desvalorização do boi gordo no mercado interno.
A solicitação, relatada à CNN Brasil por auxiliares do governo, foi realizada por meio de uma videoconferência. Diante disso, o mercado pode voltar a ter esperança de uma solução rápida e a retomada das exportações para o país que é responsável por quase 60% da carne bovina brasileira que é exportada pelo país.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 266 na modalidade à prazo, contra R$ 267 ontem.
- Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 250, inalterada.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 267, estável.
- Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 255 ante 257.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 255, contra R$ 257.
Atacado
Já no atacado, a carne bovina teve preços estáveis. O Ministério da Agricultura autorizou que os frigoríficos armazenassem carne bovina que seria destinada ao mercado chinês em contêineres frigoríficos por até 60 dias.
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Segundo Iglesias, essa medida é importante e reduz a possibilidade desse estoque ter que ser comercializado no mercado doméstico. “De qualquer maneira, a preocupação é enorme, avaliando que a China segue ausente das compras e isso tem promovido uma situação bastante delicada no mercado brasileiro, uma vez que não há previsão de retorno, e aparentemente não há pressa também, por parte da China”, salientou.
O quarto traseiro permaneceu com preço de R$ 20,70 por quilo. O quarto dianteiro ainda teve preço de R$ 14 por quilo. Ponta de agulha segue no patamar de R$ 13,80, por quilo.