Arroba cai e se aproxima de resultados no período do embargo chinês de 2021; O pecuarista tem sofrido desde o início de 2022 com o comportamento da arroba dos animais aptos para o abate seguindo tendência de queda!
Os preços do boi gordo no mercado físico tornaram-se uma verdadeira pedra no sapato do pecuarista brasileiro. Seguindo um movimento de queda desde o início do ano, mais precisamente em março/22, as margens de lucro da porteira pra dentro se estreitaram bastante. Segundo o levantamento realizado, os valores da arroba aproximam-se de resultados no período do embargo chinês de 2021. Com disso, a arroba de R$ 340,00 ficou no retrovisor e é preciso alerta!
O pecuarista tem sofrido desde o início de 2022 com o comportamento da arroba dos animais aptos para o abate seguindo tendência de queda. Na contramão, como era de se esperar, o ano será de grande aumento nos lucros daquelas indústrias que trabalham com o mercado externo, com as exportações batendo recordes a cada mês – em volume e faturamento – conforme apontam os dados.
A quinta-feira de retorno do feriado de meio de semana foi de morosidade no mercado brasileiro do boi gordo, com negócios esparsos e manutenção nas condições de preços físicos da arroba, informaram as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.
As paralisações e o bloqueio de estradas em algumas regiões brasileiras contribuíram para o cenário de estabilidade no mercado do boi gordo, onde o impedimento dos transportes diminuiu o volume de negócios na semana.
Dessa forma, a referência está em R$275,00/@ para o boi gordo, R$260,00/@ para a vaca gorda e R$269,00/@ para a novilha gorda, preços brutos e a prazo. Bovinos destinados à exportação estão cotados em R$280,00/@, preço bruto e a prazo.
O desempenho se aproxima dos resultados obtidos no período do embargo chinês de 2021. O movimento sazonal de picos nas cotações da arroba, conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), não ocorreu em outubro. Até o dia 27, as cotações estavam na média de R$ 242,73 a arroba para o boi gordo e R$ 230,47 a arroba para a vaca gorda.
O comportamento tem seguido tendência de queda desde o início de 2022, havendo valorizações pontuais entre junho e agosto. Além dos machos, as fêmeas também começaram a ser mais ofertadas para o abate.
Programações de abate garantidas preocupam ainda mais
“Indústrias permanecem com as programações de abate garantidas até pelo menos o final da primeira quinzena de novembro”, garante a IHS.
Há relatos de unidades frigoríficas que já possuem escalas de abate para os primeiros dias de dezembro e, por isso, permanecem ausentes das compras de boiadas gordas, acrescenta a consultoria. “Entre algumas plantas industriais, há também rumores de unidade que estão reduzindo o abate diário, operando com cerca de 1/3 de sua capacidade estática, ou intercalando as atividades para três dias na semana”, relatam os analistas da IHS.
Paralelamente, a entrada de lotes de animais gordos oriundos do segundo giro de confinamento eleva o descompasso entre oferta e demanda de animais disponíveis para abate.
Exportação segue elevada, mas preço interno cai
As exportações brasileiras de carne bovina in natura vêm se sustentando em patamares elevados ao longo deste ano. Depois de o volume embarcado ter ficado acima de 200 mil toneladas em agosto e em setembro, somou quase 190 mil toneladas em outubro. Segundo pesquisadores do Cepea, esse bom desempenho, contudo, não foi suficiente para impedir que o boi gordo se desvalorizasse em outubro no mercado interno.
No acumulado do mês (entre 30 de setembro e 31 de outubro), o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 recuou quase 4%. Dados da Secex indicam que o Brasil embarcou em outubro 188,56 mil toneladas de carne bovina in natura, queda de 7,3% frente a setembro/22, mas expressiva alta de 129,42% frente a outubro/21 (quando, vale lembrar, os envios de carne à China, maior destino da proteína nacional, estavam suspensos) e 16% acima da de outubro/20. Trata-se, também, do maior volume já exportado em um mês de outubro.
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Volume de animais para reposição cresce dentro da porteira
A bovinocultura mato-grossense, revela o boletim semanal do Imea, desde janeiro vem observando um maior volume de animais de reposição sendo ofertados dentro da porteira. Contudo, a demanda não tem acompanhando, o que resulta em pressão nas cotações.
Entretanto na segunda quinzena de outubro, um movimento oposto começou a ocorrer para as cotações do bezerro de ano, o qual registrou leves valorizações. Porém, ainda assim, no fechamento de outubro de 2022 o valor do animal foi pressionado em 0,23% ante a setembro e esteve na média de R$ 2.608,73 por cabeça, apontou os dados do Imea.