Arroba de “greve” e pecuarista não aceita menos pelo boi

Acompanhando o cenário político nacional, os frigoríficos ficam fora das compras com temor da greve dos caminhoneiros e o pecuarista não aceita menos pelo boi!

O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais baixos nas principais praças de produção e comercialização do país nesta quinta-feira, 09. O ambiente em termos de negócios segue complicado e avalia a definição sobre a greve dos caminhoneiros, que deve afetar o escoamento de carne bovina para o atacado.

Já as indústrias da exportação continuam a remanejar suas escalas de abate e aguardam, ansiosos, por uma posição do mercado da China, essa que é responsável por mais de 59% da demanda da carne bovina exportada. Lembrando que ainda estão suspensas as exportações desde o último dia 04 após a confirmação de dois casos atípicos de vaca louca no país.

O bloqueio nas rodovias em pelo menos 15 estados (Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia, Maranhão, Roraima, Pernambuco e Pará) fez com que frigoríficos não abrissem as ofertas de compra na manhã desta quinta-feira (9/9). 

Esse cenário deve perdurar até o fim da semana, tendo em vista a dificuldade de uma resolução rápida para a greve dos caminhoneiros, o que tem afetado o escoamento da produção para abastecimento do atacado. entretanto, esse fator pode beneficiar os pecuaristas no curto prazo!

Em São Paulo, os compradores não estiveram ativos, e as compras, que já estavam travadas por conta da vaca louca, seguiram suspensas na maior parte das indústrias. Já para animais com destino ao mercado interno, são observadas negociações pontuais e com pagamentos acima da referência.

O Indicador do Cepea apresentou grande desvalorização e os valores saltaram de R$ 312,25/@ para o patamar de R$ 305,95/@, uma queda 6,18% no comparativo diário. O mercado deverá seguir travado, onde as indústrias suspenderam os abates até a próxima semana.

Na B3, o contrato com vencimento para outubro/21 passou por desvalorização de -2,10% no comparativo diário, e fechou a cotação em R$ 298,65/@.

Em razão a movimentação das manifestações dos caminhoneiros, o fluxo de vendas fica incerto pelos relatos de bloqueios em rodovias federais de todo o país. O receio que pairou durante a quinta-feira era de realizar o deslocamento de mercadorias e elas ficarem retidas por tempo indeterminado.

Os frigoríficos que operam apenas no mercado doméstico também atuam de maneira tímida, já sinalizando para preços muito mais baixos na comparação com terça-feira da semana passada, data que antecedeu a notícia dos casos atípicos de EEB no Brasil”, apontou Iglesias.

Enquanto não houver a retomada das exportações com destino à China o mercado seguirá pressionado, com os frigoríficos tentando comprar em níveis cada vez mais baixos. “A logística ainda é uma grande preocupação, com pontos de bloqueio em alguns estados relevantes da região Centro-Sul”, disse o analista.

Exportação

Na última segunda-feira (6/9) foram divulgados dados sobre as exportações brasileiras de carne bovina. A posição refere-se aos três primeiros dias úteis de setembro e, por isso, os efeitos da suspensão das exportações ao mercado chinês não tinham sido sentidos.

Foram embarcadas 10,5 mil toneladas de carne bovina in natura por dia, incremento de 55% em relação à média de setembro/20. Nesse mesmo comparativo, a receita média diária foi de US$61,17 milhões, crescimento de 120,3% (Secex).

Giro do Boi Gordo pelo País

  • Com isso, em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 300 a R$ 305 na modalidade à prazo.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 295,00.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 308,00.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 300 a R$ 301.
  • Em Uberaba (MG), preços a R$ 306 a arroba.

Atacado

A carne bovina segue com preços acomodados no mercado atacadista. Segundo Iglesias, a logística permanece como uma preocupação importante no decorrer da semana, com os frigoríficos encontrando dificuldades em escoar a produção com os bloqueios impostos em alguns estados. O temor está na ausência de caminhões. Além disso, os frigoríficos seguem remanejando a programação de abates enquanto a China está ausente das importações.

O Quarto dianteiro ainda foi precificado a R$ 16,30. A ponta de agulha também permanece precificada a R$ 16,30, por quilo. Quarto traseiro ainda é precificado a R$ 21,50, por quilo.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM