Arroba continua subindo apoiada em “apagão” do boi!

Apesar do feriado, que tende a quebrar o ritmo das negociações, preços sobem devido a uma nova dificuldade na composição das escalas de abate.

O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais altos nesta quarta-feira, 02, apoiado em um novo “apagão” da oferta de animais terminados para composição das escalas de abate. Além disso, é preciso pautar que o feriado prolongado e a entrada da massa salarial acabam impactando positivamente no consumo interno, trazendo boas perspectivas de alta nos preços da arroba!

“O feriado de Corpus Christi tende a quebrar o ritmo das negociações, acrescentando uma nova dificuldade na composição das escalas de abate dos frigoríficos”, diz o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.

Segundo os dados da Scot Consultoria, as indústrias frigoríficas amanheceram pagando mais pela vaca e novilha gordas nas praças paulistas.

Com isso, o boi gordo está sendo negociado em R$312,00/@, preço bruto e a prazo. A vaca e novilha gordas estão apregoadas em R$290,00/@ e R$302,00/@, respectivamente, nas mesmas condições, alta de R$1,00/@ para ambas as categorias, na comparação feita dia a dia.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 311,87@, na quarta-feira (02/06), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 303,09/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 305,33/@.

O ágio do boi gordo destinado ao mercado externo pode chegar a R$10,00/@, a depender da praça e qualidade do lote. Já o Indicador do Cepea, voltou a apresentar desvalorização de 5,02% e fechou apregoado em R$ 307,90, mais uma vez na contramão do mercado!

Foi o terceiro dia consecutivo de recuos do indicador, porém, as consultorias especializadas seguem registrando preços firmes. Portanto, as quedas mostradas pelo Cepea tendem a ser passageiras e podem simplesmente ter refletido algumas condições de mercado específicas para esses dias.

As altas mais consistentes foram observadas nos estados do Mato Grosso do Sul e também em Goiás, com as médias ultrapassando o valor de R$ 305,00/@ para as regiões!

Mercado Futuro

Na B3, os contratos futuros do boi gordo mostraram comportamento parecido com o indicador do Cepea e recuaram em toda a curva. O vencimento para junho passou de R$ 323,60 para R$ 321,55 e o para outubro foi de R$ 339,55 para R$ 336,55 por arroba.

Exportação

Até a quarta semana de maio, o desempenho da exportação de carne bovina esteve menor frente maio/20. A média diária embarcada ficou em seis mil toneladas, queda de 22,1%. Já o preço da tonelada FOB comercializada ficou 12,3% maior.

Feriado e aumento do consumo interno

Em clima de feriado, as vendas animaram os atacadistas e varejistas. Pedidos de entrega de carne para abastecer o comércio aqueceram o mercado para a primeira quinzena do mês. Porém, os preços podem chegar um pouco mais onerosos no balcão do varejo, devido à baixa oferta de produtos, o que vai na contramão do ainda fraco poder aquisitivo dos consumidores.

Em relação à demanda doméstica de carne bovina, é estimado um avanço mais consistente da atividade econômica ao longo do segundo semestre, considerando o avanço da vacinação como um fator preponderante para isso. As exportações permanecerão em bom nível, com a China ainda absorvendo importante volume de proteína animal brasileira.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 317 na modalidade à prazo, estável. 
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 300, inalterada.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 305, ante R$ 302 na terça-feira.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 305, contra R$ 304.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 305 – R$ 306 a arroba, ante R$ 305.

Atacado

Já no mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. Conforme Iglesias, ainda é aguardada alguma alta das indicações no curto prazo, considerando a entrada dos salários na economia como motivador da reposição entre atacado e varejo.

“Importante mencionar que o consumidor brasileiro segue optando pelo consumo de proteínas mais acessíveis, algo perfeitamente compreensível em um ambiente pautado pela lenta recuperação da atividade econômica. Nesse caso, os cortes do dianteiro bovino e principalmente a carne de frango ganham destaque”, diz Iglesias.

Com isso, o corte traseiro teve preço de R$ 20,35 o quilo, estável. O corte dianteiro teve preço de R$ 16,90 o quilo, assim como a ponta de agulha.

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