Arroba com pressão negativa e pecuarista tem sinal vermelho

Fundamentados pelas altas dos custos de produção, os pecuaristas optam por aguardar melhores condições de preços; Frigoríficos pressionam as cotações!

O mercado físico de boi gordo seguiu com preços acomodados, em algumas praças pecuárias, nesta quarta-feira, 16. Entretanto, os frigoríficos que atuam comprando boiadas gordas no Estado de São Paulo tiveram certo êxito na estratégia de redução nos preços da arroba, movimento que deixou os pecuaristas com um sinal vermelho.

Os preços estão vivendo em uma verdadeira “salada mista”, os valores já variam de forma significativa, até mesmo dentro do próprio estado. Os altos custos de produção preocupam os pecuaristas, por outro lado, as indústrias não conseguem repassar novas valorizações ao longo da cadeia da carne – atacado e varejo.

Segundo a Scot Consultoria, na comparação diária, houve queda de R$2,00/@ de boi e vaca gordos. A cotação da novilha gorda está estável. Com isso, as novas referências para boi e vaca gordos são R$340,00/@ e R$298,00/@, na mesma ordem, preços brutos e a prazo.

Os negócios de exportação que ocorriam em R$350,00/@ de boi gordo já não são mais vistos. A máxima reportada foi de R$345,00/@. Entretanto, a Agrobrazil, app parceiro do pecuarista, informou negociação pontual na casa de R$ 361,00/@ em Mococa, no estado paulista. O preço foi composto de R$ 350,00/@ + R$ 11,00/@ (bonificação China). Confira a imagem abaixo!

Sendo assim, em São Paulo, conforme supracitado, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 344,71/@, na quarta-feira (16/03), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 327,06/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 309,11@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 325,34@.

Já o Indicador do Boi Gordo – Cepea/Esalq, voltou a valorizar e subiu cerca de 0,64% na comparação diária. Sendo assim, conforme o gráfico abaixo, é possível ver que os preços ficaram no patamar de R$ 343,30/@. Os preços seguem firmes acima de R$ 340,00/@, deixando o mercado ainda mais perdido quanto ao futuro dos preços.

Na B3, pelo segundo dia consecutivo o movimento foi de queda e o futuro para mar/22 teve uma variação negativa de 0,62%, ficando cotado a R$ 343,90/@.

Na avaliação dos analistas da IHS, há grandes divergências entre os preços praticados nas praças pecuárias brasileiras. As regiões Norte e Nordeste, sobretudo nos Estados do Maranhão, Tocantins e Pará, ainda dispõem de ofertas razoáveis de gado gordo.

Porém, observa a IHS, há relatos de que as fortes chuvas no Pará e no Maranhão estão dificultando as operações logísticas e, consequentemente, os embarques dos bovinos. “Nessas regiões, as inundações, queda de pontes, entre outros problemas ocasionados pelo excesso de chuva, resultaram em atrasos nas entregas de animais para abate, refletindo em volumes menores para operação industrial nos frigoríficos locais”, relata a IHS.

Por sua vez, em algumas praças localizadas no Brasil Central, as chuvas generosas das últimas semanas elevaram a qualidade das pastagens, possibilitando a estratégia de retenção de boiada gorda nas propriedades, à espera de condições melhores de preços.

“Fundamentados pelas altas dos custos de produção, os pecuaristas optam por aguardar melhores condições de preços, enquanto os frigoríficos enfrentam dificuldade em repassar eventuais altas ao preço da carne bovina, diante do fraco consumo interno”, observa a IHS.

No entanto, continua a consultoria, muitas indústrias brasileiras conseguiram alongar as suas escalas de abate nas últimas semanas, aproveitando o aumento de oferta de animais terminados nos balcões de negócios, após um período de valorizações no boi gordo.

“As altas da arroba registradas na semana anterior garantiram bons volumes de animais terminados nos pátios dos frigoríficos do País”, afirma a IHS, acrescentando que as escalas de abate giram hoje entre 7 e 10 dias.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo, capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 351 ante R$ 352.
  • Já em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 313, sem mudanças.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 314, estável.
  • Para Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 320 por arroba.
  • Em Goiânia, a indicação foi de R$ 330 para o boi gordo, mantendo o preço.

Com as vendas no varejo demonstrando fragilidade, os negócios no atacado paulista apresentaram baixa fluidez, no momento, apenas os dianteiros e pontas de agulhas apresentam boa rotatividade. O baixo escoamento da carcaça casada começa a preocupar distribuidores, porém o preço da mercadoria ainda se mantém estável na casa dos R$ 20,60/kg.

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