O mercado do boi gordo vem trabalhando com preços mistos, entre categorias e praças, o que tem gerado grande dificuldade na pecuária na hora da decisão!
O mercado do boi gordo abriu o mês de março com uma semana curta e, claro, com poucas novidades. A cadeia da carne, de forma geral, retornou as atividades pós-Carnaval com baixa liquidez e preços da arroba majoritariamente estáveis nas praças brasileiras. Além desse fator, o boi gordo vem trabalhando com preços mistos, entre categorias e praças, o que tem gerado grande dificuldade na pecuária na hora da decisão!
O pecuarista tem se deparado com uma verdadeira “salada mista” de ofertas de preços por parte dos compradores. Além da diferença comum entre as praças – diferencial de base -, existe a diferença entre animais que atendem ou não o padrão exportação, tamanho do lote, forma de pagamento e categoria animal. Esses fatores, tem gerado muita discussão. Confira abaixo como se precaver!
Embora a oferta de animais prontos para abate continue restrita, grande parte das indústrias frigoríficas continua cadenciando o ritmo de suas aquisições de gado, evitando aumentar a oferta na praça e gerar especulações maiores de valorizações.
Boi Exportação
O Brasil vem trabalhando para aumentar a suas exportações, fato que se consolida a cada recorde batido. As vendas externas de carne bovina bateram um novo recorde (tanto em volume quanto em receita) no primeiro bimestre de 2022.
Diante do avanço da demanda da China pela carne bovina, as indústrias trabalham para adquirir animais que atendem a esses requisitos, ou seja, animais jovens de até 30 meses de idade/até 4 dentes.
Os valores em São Paulo, para essa categoria, segundo as consultorias que acompanham o mercado, os valores pagos estão entre R$ 350 a R$ 360,00/@, sendo que esse valor é composto por R$ 330,00/@ (Base) + R$ 30,00/@ ( Ágio).
As demais praças, como Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, seguem o mesmo padrão, com preço base mais um ágio de R$ 20 a R$ 30,00/@. Diante da dificuldade de originação do chamado boi-China (abatido mais jovem, geralmente com idade inferior a 30 meses), algumas unidades paulistas chegam a deslocar as suas compras de boiadas para estados vizinhos ou até mais longe (regiões ao Norte).
Boi Comum
Na contramão do mercado externo, o mercado interno ainda não reagiu conforme esperado, pelo contrário. Os brasileiros não aumentaram o seu consumo, e as indústrias que atendem apenas a esse mercado, seguem com dificuldade de repasse de preços ao longo da cadeia.
Dessa forma, o fraco consumo doméstico da proteína surge como principal obstáculo para a maior procura por lotes de boiada gorda. O ambiente sugere certa estagnação nos preços da arroba nas principais regiões brasileiras, salvo algumas exceções.
Desta forma, a estratégia para muitos frigoríficos é regular ao máximo os abates, limitando as compras de gado terminado ou até mesmo reescalonando as programações, à espera de repiques de venda no atacado.
Segundo os dados divulgados pela Scot Consultoria, em seu relatório diário, as cotações estão estáveis na comparação feita dia a dia, em R$338,00/@ para o boi gordo, R$303,00/@ para a vaca gorda e R$332,00/@ para a novilha gorda, preços brutos e a prazo.
Cuidado na venda do boi gordo e mais ainda na compra da reposição
Alertamos para as interpretações do mercado nesse momento, sem falar na necessidade de se utilizar travas no mercado futuro, aproveitando oportunidades de negócios e garantindo liquidez nas operações. Não busque comparar lotes de terceiros, em um momento como esse o mercado tende a ser “perverso”.
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Busque negociar seus lotes de forma estratégica, além de tentar barganhar melhores valores junto a indústria. Lembre-se que os custos de produção estão em alta e, no curto e médio prazo, devem continuar a subir com a quebra de safra e maior demanda externa pelos grãos.
Além disso, o momento de compra da reposição é outro ponto de atenção, apesar dos preços mais atrativos neste momento, com a melhora na relação de troca, é preciso avaliar qual o melhor cenário: recria ou terminação.
