Expectativa para o segundo semestre é de uma grande virada na cotação da arroba; Fatores decisivos podem fazer o valor disparar com grande velocidade!
A oferta restrita de boi gordo e a demanda aquecida da China pela carne bovina brasileira conseguiram segurar as cotações do gado mesmo com a pandemia da Covid-19. De acordo com a FCStone, os preços do boi gordo podem ganhar ainda mais força no segundo semestre se houver uma recuperação rápida da demanda interna e uma possível redução de animais confinados.
A boa notícia para o pecuarista é em uma possível guinada no preço da arroba no segundo semestre, já que alguns fatores tem demonstrado um cenário de maior demanda e, segundo analistas, se a demanda chinesa continuar voraz, teremos uma piora na relação de oferta e demanda, o que traria ganhos no preço da arroba.
As referências, na B3, com os preços no mercado futuro já registraram um avanço com a expectativa de redução da oferta de animais para o segundo semestre deste ano, já que as pesquisas apontam que podem ter uma queda de 30% na intenção de confinar.
China
A China tem sido um grande player no mercado mundial, principalmente para o mercado brasileiro. Temos uma grande demanda, fator que tem sustentado os atuais preços do mercado do boi, já que o mercado interno segue incerto com a pandemia.
O mercado brasileiro parece capaz de atender à firme demanda da China, favorecida pela alta competitividade do produto nacional no mercado internacional, principalmente devido aos menores custos de produção em comparação com outros concorrentes mundiais relevantes. Atualmente, o dólar forte também está favorecendo o preço da carne brasileira exportada.
Além disso, a China suspendeu recentemente as importações de carne de alguns matadouros australianos, o que pode aumentar as importações chinesas do Brasil nos próximos meses. Vale ressaltar que a Austrália tem sido um importante fornecedor de carne bovina para a China.
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Cenários para o pecuarista analisar
Para o sócio-diretor da Radar Investimentos, Leandro Bovo, a redução na intenção de confinamento pode impactar os preços do boi gordo no segundo semestre deste ano.
“A oferta de animais na entressafra é construída em três pilares, que são: o preço da comida para os animais, o preço da reposição e preço de venda do boi gordo ditado pelo mercado futuro. E até agora, nenhum desses pilares contribuiu para o confinamento. A comida tá muito cara, por conta do dólar que está impactando o milho e soja, a reposição do boi magro está com preços altamente elevados e o preço de venda do boi gordo no mercado futuro também não está favorável. Então, tudo isso não incentiva o confinamento e tendência é a redução do número de animais confinados”, explica o analista.
Formação de preços
Bovo explica ainda que mais importante do que o número de confinamento em si, é o semi-confinamento. “Não é atividade vigiada pelo mercado mas os números são até maiores. Se houver uma redução significativa do confinamento e semi-confinamento, e as exportações que tendem a seguir em maior fluxo no segundo semestre por conta do dólar, podemos sim ter preços melhores na pecuária.
Conclusão
Avaliando a atual conjuntura mundial, o Brasil é o país com maiores condições de crescimento na produção de alimentos. Além disso, o cenário de pandemia começa a ter seu fim nos principais importadores da carne brasileira, o que aumenta a demanda das indústrias habilitadas para exportação.
Quando olhamos para o segundo semestre, temos uma expectativa de maior demanda interna com o fim da quarentena no país. Esse fator, unido a maior demanda externa e menor oferta de animais para abate com a redução no número de animais confinados, traria um déficit na balança e a briga pelo boi gordo poderá trazer uma nova explosão no preço da arroba.
Podemos ter uma nova guinada no preço da arroba com uma velocidade que não poderá ser controlada, assim como o que ocorreu em novembro de 2019, e as cotações ultrapassarem os R$ 230 a R$ 240/@, afiram os analistas.