Boi gordo: quarentena muda padrão de consumo, China aumenta a demanda e pressão dos frigoríficos; veja tendência de preço para próxima semana!
O mercado físico de boi gordo teve uma semana marcada por queda nos preços, com reflexo no atacado, de acordo com a consultoria Safras. A primeira quinzena de abril vem sendo marcada por uma demanda abaixo do normal, por conta do novo coronavírus, que provocou isolamento social e fechamento de restaurante, bares, redes hoteleiras e outros estabelecimentos comerciais.
Viés deve ser de alta nessa semana que se inicia, já que temos o término da quaresma, período de menor consumo de carne vermelha por motivos religiosos, e a chegada do salário que deve injetar algum dinheiro no mercado interno, aumentando a demanda na ponta da cadeia, obrigando os frigoríficos a repor os seus estoques.
De acordo com o analista Fernando Henrique Iglesias, o cenário é preocupante. “Os frigoríficos atuam de maneira discreta, optando por manter suas escalas de abate curtas, posicionadas entre dois e três dias úteis”, comenta.
O especialista destaca que, por enquanto, os pecuaristas mantêm algum conforto diante das condições boas das pastagens, que permitem uma maior capacidade de retenção. “No entanto, isso vai mudar com o decorrer do outono, pois o clima mais seco e as temperaturas amenas aumentam o desgaste dos campos e os obrigam a negociar as boiadas”.
De acordo com a Safras & Mercado, o pecuarista está confortável devido às condições das pastagens, mas isso deve mudar no decorrer do outono.
No atacado e no varejo, a demanda de carne bovina está completamente distorcida em meio ao isolamento social. “Os cortes nobres permanecem escanteados, com uma clara predileção aos congelados e os embutidos, e ainda pela carne de frango, enquanto muitos frigoríficos relatam que o escoamento da carne bovina tem acontecido com lentidão”, afirma.
Segundo informações do Agrobrazil
No app da Agrobrazil, pecuaristas tiveram mais cautela e o número de negociações foi menor no final desta semana, com menos dias úteis. Em Dracena/SP, pecuaristas tem recebido até R$ 10/@ para animais padrão China, ficando arroba em R$ 200 com pagamento à vista e abate para o dia 20 de abril.
Em Caçu/GO, o preço para esse mesmo animal é de R$ 185/@ à vista e abate para o dia 24 de abril. Em Sidrolândia, o valor foi de R$ 185/@ à vista e abate para o dia 13 de abril, boi mercado interno. A novilha gorda em Estrela do Norte/SP, foi de R$ 190/@ à vista e abate para o dia 14 de abril.
A média, segundo app da Agrobrazil, foi de R$ 198,27/@ para a praça de São Paulo, que teve uma variação de preços entre R$ 197 e R$ 200/@, para o Boi Gordo.
Veja a diferença nos preços da arroba do boi gordo em 2 e 9 de abril:
- São Paulo: passou de R$ 201 para R$ 196
- Goiânia (GO): passou de R$ 188 para R$ 185
- Uberaba (MG): passou de R$ 195 para R$ 187
- Dourados (MS): passou de R$ 190 para R$ 181
- Cuiabá (MT) – passou de R$ 180 para R$ 171
Expectativas para o boi gordo e o milho em curto e médio prazos
No mercado do boi gordo, a principal preocupação é com relação às vendas de carne bovina no mercado interno, afetadas pela pandemia de coronavírus. No caso do milho, os preços recuaram em função das incertezas com relação à demanda pelo cereal no mercado interno.
No comparativo realizado pelo o Cepea destaca que os valores para a carne bovina ficaram estáveis devido a oferta restrita e das exportações dos últimos meses. “A partir da segunda quinzena de abril vai mostrar o reflexo de toda essa pandemia no setor de carnes. Os valores das carnes de frango e suínos estão mais atrativos ao consumidor se comparado com a carne bovina”, afirma.
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Os indicadores para o boi gordo estão firmes em função dos preços no atacado seguirem sustentados no estado de São Paulo. Outro fator que possibilita às indústrias a pagarem valores melhores, é o volume exportado de carne bovina in natura no primeiro trimestre com o câmbio favorável às exportações.
China
A procura por animais jovens, até 30 meses, tem ganhado força no mercado do boi e deve seguir em alta. Em algumas regiões, tivemos um ágio de até R$ 20/@, demonstrando que o animal Padrão China é extremamente valorizado e que a demanda está crescendo.
Compre Rural com informações do Agência Safras, Scot Consultoria e Agrobrazil