Mercado com lacuna na oferta de animais para abate aquece o movimento de alta da arroba, mas frigoríficos olham para o mercado interno que também sumiu das compras!
O mercado físico de boi gordo teve uma nova rodada de preços mais altos nesta quarta-feira, 13, nas principais praças pecuárias do país. Na praça paulista, referência para as demais praças, trouxe um novo recorde para o ano de 2021, alcançando o valor de R$ 295,00/@. Frigoríficos entram em “queda de braço” com a ponta atacadista e é hora do pecuarista ficar em alerta!
Diante da oferta restrita de animais e exportações aquecidas, as indústrias têm desembolsando maiores valores para preencher as escalas de abate que seguem em níveis baixos. Para bois jovens que atendem às exportações houve negócios até R$11,00/@ acima do preço de referência.
Segundo a Scot Consultoria, os frigoríficos abriram o dia pagando R$3,00/@ de boi gordo a mais. “Para a novilha gorda, a alta foi de R$2,00/@. Sendo assim, a cotação de referência da arroba do boi gordo está em R$282,00, preço bruto e à vista. Vacas e novilhas gordas estão sendo negociadas em R$265,00/@ e R$275,00/@, preço bruto e à vista, respectivamente”, apontou a consultoria.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 289,77/@, na quarta-feira (13/01), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 275,49/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 269,49/@.
Os preços seguem com viés de alta na praça paulista, sendo as negociações informadas entre os preços de R$ 285,00 a R$ 295 por arroba. Já o Cepea, teve uma nova valorização de 2%, fazendo com que o Indicador fechasse cotado a R$ 285,95/@.
Destaque ficou para a negociação recorde com animais destinados ao mercado interno, caso aconteceu na praça de Sales Oliveira/SP, onde o valor informado foi de R$ 295,00/@ com pagamento à vista e abate programado para o dia 19 de janeiro. (Confira a imagem)
Mercado futuro já em queda
Após o segundo dia consecutivo de recuo da moeda-norte americana, os futuros de boi gordo também entraram na onda e receberam ajustes negativos no pregão de ontem, 13/01. O janeiro/21, teve queda pontual de 0,19% ante a véspera, encerrando do dia cotado a R$ 288,90/@. Já o fevereiro/21, que havia quebrado a barreira dos R$ 290,00, escorregou e acabou fechando o dia em R$ 286,20/@, demonstrando queda de 1,38% no comparativo diário.
Queda de braço começa entre atacado e indústria
Já no atacado paulista de carne bovina, as novidades são poucas. Os relatos apontam para um mercado pouco movimentado, onde não há oferta e tampouco demanda aparente. Por outro lado, começa a se desenhar novamente uma queda de braço entre os participantes do mercado, cujo os compradores atacadistas apontam para resistência caso haja aumento dos preços.
Futuro dos preços
Para os próximos seis meses, a previsão é de que a disponibilidade no mercado interno melhore, mas ainda é preciso que o pecuarista tenha atenção nos movimentos de oferta.
Acreditamos em um mercado com preços firmes entre R$ 265 a R$ 280/@ ao longo do primeiro semestre do ano. Tendo em vista a situação econômica do país, dificultando o repasse de preços para o mercado interno.
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Giro do boi gordo pelo Brasil
- Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 290, contra R$ 287 na terça.
- Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 280, contra R$ 275.
- Em Dourados (MS), a arroba subiu de R$ 274 para R$ 275.
- Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 266 contra R$ 265 a arroba na terça-feira.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ permaneceram estáveis, em R$ 285.
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem firmes. Conforme Iglesias, a grande justificativa para a consistente alta dos preços no decorrer da primeira quinzena de janeiro está no desabastecimento das redes varejistas, que também retornam das festas necessitando de estoques. “Já para o restante do mês, o cenário é mais complicado, avaliando a descapitalização do consumidor médio”, disse Iglesias.
Com isso, o corte traseiro permaneceu em R$ 20,80 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 15,50 o quilo, enquanto a ponta de agulha seguiu em R$ 15,50 o quilo.