As indústrias que antes estavam “dominando o mercado”, agora passam por dificuldades com a lacuna na oferta boi gordo, tendo que ofertar mais para tentar compor suas escalas de abate.
O mercado físico do boi gordo registrou preços firmes e, em algumas praças até mais altos, nesta quarta-feira, no dia 22. Segundo informado desde o início da semana, a dificuldade encontrada com a lacuna na oferta do boi gordo, trouxe uma maior pressão de alta sobre os preços da arroba. Esse cenário deve permanecer no curto e médio prazo.
A dificuldade na originação do boi gordo tem sido observada de forma mais pronunciada neste momento nas praças de produção e comercialização da região Norte. Nas praças paulistas o mercado também encontrou o caminho da valorização, principalmente para os animais com destino ao mercado exportação.
Segundo a Scot Consultoria, o mercado físico do boi gordo na praça paulista, na comparação diária a cotação do boi gordo e da vaca gorda subiu RS2,00/@ e a cotação da novilha gorda R$1,00/@ na comparação feita dia a dia.
A referência para o boi gordo está em R$308,00/@, para a vaca gorda R$280,00/@ e para a novilha gorda R$300,00/@, preços brutos e a prazo. Esse cenário tem sido mantido com o viés de alta no mercado, trazendo uma correção nas demais praças, reduzindo o diferencial de base para a praça paulista.
O animal que atende o mercado exportação – animal jovem com até 30 meses de idade – também tem sido bem valorizado, com o valor ficando com uma média de R$ 320,00/@. Negociações pontuais já acontecem acima desse valor, com preços de R$ 325,00/@ com pagamento no prazo de 7 dias e abate programado para o dia 27 de junho, segundo negociação informada pelo pecuarista no app da Agrobrazil.
Já o Indicador do Cepea do Boi Gordo, trouxe uma nova valorização de no fechamento desta quarta-feira. Sendo assim, o mercado saiu de R$ 321,40/@ para o patamar de R$ 321,50/@. No comparativo em dólar, o preço da arroba brasileira está cotado a US$ 62,19/@. Confira o gráfico abaixo para poder ver o comportamento da arroba nos últimos 30 dias de junho.
Mercado comprador no Sul de Goiás, a cotação do boi gordo está em R$287,00/@, preço bruto e a prazo, R$286,50/@, sem o Senar, e em R$282,50/@, livre de impostos (Senar e Funrural). Alta de 1,4% ou R$4,00/@ na comparação feita dia a dia.
Para a vaca e novilha gorda, a cotação está em R$272,00/@ e R$280,00/@, respectivamente, preço bruto e a prazo. Alta de R$2,00/@ e R$1,00/@, mesma ordem.
Segundo o relatório diário da Agrifatto, durante essa semana, MT teve avanço em seus preços todos os dias até o momento. Na B3, ao passo que o futuro com vencimento para jun/22 encerrou o pregão sem alterações, o contrato com vencimento para jul/22 obteve uma variação diária de -0,37%, cotado à R$ 333,20/@.
“A tendência de curto prazo ainda remete a continuidade deste movimento, em linha com a dificuldade que os frigoríficos encontram na composição de suas escalas de abate, que atendem em média cinco dias úteis. A oferta de animais terminados é restrita, conforme se esperava o para este período de transição entre safra e a entressafra. Animais padrão China permanecem muito demandados no mercado, carregando ágio de até R$ 30 em relação a animais que são comercializados no mercado doméstico”, afirma Iglesias.
Reposição recuperando os preços, aponta Agrifatto
A média parcial do mês de junho para o valor do bezerro sul-mato-grossense está em R$ 2.514/cab, o que representa uma queda de 7,21% no comparativo mensal (até o momento), sendo que esse reajuste se deve a dois fatores principais, o momento de baixa do ciclo pecuário e a sazonalidade da reposição. Essa parcial de junho também já representa o menor valor de comercialização para 2022.
Boi Gordo pelas praças, segundo Safras & Mercado
- Boi na capital de São Paulo ficou em R$ 320.
- Em Dourados (MS), foi indicada em R$ 299.
- Em Cuiabá (MT), o valor da arroba foi de R$ 282.
- Já em Uberaba (MG), foi registrado preço de R$ 310 por arroba.
- Por sua vez, em Goiânia (GO) a indicação da arroba de boi gordo foi de R$ 305.
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Atacado
Segundo Agência Safras, mercado atacadista do boi registrou preços estáveis. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios volta a sugerir por acomodação dos preços, em linha com a reposição mais lenta entre atacado e varejo no decorrer da segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo.
“Para a primeira quinzena do mês, com avanços da reposição, a expectativa é que haja espaço para alguma alta das cotações“, disse Iglesias. O quarto dianteiro permanece cotado a R$ 17,20 por quilo. Já a ponta de agulha segue precificado a R$ 17 o quilo. O quarto traseiro se sustenta no patamar de 22,50/kg.