Enquanto as indústrias vão se aproveitando do aumento da oferta de animais, os pecuaristas vão amargando o prejuízo com os altos custos de produção!
O mercado físico de boi gordo registrou preços mais baixos na maioria das regiões de produção e comercialização do boi gordo ao longo da última semana. Conforme anunciado aqui no Portal, os preços chegaram a recuar mais quase R$ 7/@ ao longo dos últimos dias, segundo a média móvel do Indicador do Cepea. Até onde vai a pressão negativa nos preços!
Os frigoríficos ainda desfrutam de uma posição de maior conforto em suas escalas de abate, que em alguns casos superam sete dias úteis, o que complica a tentativa de manutenção dos preços. Sem muitas delongas, é consenso que os preços devem despencar novamente nesta semana, tendo em vista o baixo consumo no mercado interno e a dificuldade de repasse de qualquer alta no atacado.
Novamente precisa ser mencionada a entrada de animais a termo e a liquidação de contratos, o que ainda é somado a utilização de confinamento próprio, tornando a situação dos frigoríficos de maior porte ainda mais confortável em relação a demanda por matéria prima neste momento.
Acompanhando o atual momento, é possível perceber que a classe produtora tenta se unir para impedir que a queda observada nos preços possam se intensificar ao longo desta semana. Segundo depoimento publicado pelo pecuarista Bruno Costa da Silva, do Sítio Prosperidade em Uberlândia/MG, no aplicativo da Agrobrazil, é possível ver a preocupação com a venda de animais ao abate. Confira:
“Boa noite amigos, queria fazer uma reflexão com todos, ajudem a divulgar! Um lojista gasta fortuna com estoque para poder abrir um negócio, pra depois comercializar essa mercadoria, gasta o que tem e o que não tem, muita das vezes fazendo empréstimos pq quase sempre não tem capital de giro, já a indústria frigorífica, faz estoque (escala) sem gastar um tostão, muitas das vezes mais de 10 dias de mercadoria (Boi) estocada, com um detalhe vivo comendo e bebendo do bom e do melhor, as vezes dietas caríssimas, a e detalhe sem gastar nada nem mesmo a garantia de pagar seus fornecedores, sem contar que após a chegada da mercadoria na indústria, na maioria dos casos ainda vai demorar mais de 30 dias para fazer o pagamento aos fornecedores. detalhe: após fazer o estoque, não ter desembolsado um sequer tostão, ainda usa a tal escala pra prejudicar o próprio fornecedor, alegando seu estoque esta grande, ou escalas alongadas, ai vem o tombo já é tarde” só vou pagar tanto”!!!!! deixando os fornecedores sem opção e muita das vezes amargando grandes prejuízos. Queria lançar aqui essa campanha com os amigos, só venda seu boi pra embarque imediato, quando muito 2 dias. #embarqueimediato vai fazer estoque lá na casa do chapéu! ops a turma do chapéu somos nós rsrsrs. digo la na casa dos capacetinhos brancos. Estou indignado somos muito individuais. temos que registrar, nos unirmos, estamos com o poder, somos donos da mercadoria, não eles”.
A nota divulgada teve grande repercussão durante o fim de semana e promete mudar o rumo do mercado, segundo os pecuaristas que apoiam o movimento.
Já no Mercado Futuro da B3, a curva dos contratos futuros do boi gordo teve um dia de comportamento misto com os ajustes variando entre altas e baixas, mas com variações pequenas. O ajuste do vencimento para agosto passou de R$ 314,80 para R$ 311,45, do outubro foi de R$ 314,00 para R$ 314,90 e do novembro foi de R$ 321,50 para R$ 322,40 por arroba.
Mercado deve permanecer em queda
A tendência de curto prazo aponta para a continuidade da queda dos preços, mesmo durante a primeira quinzena de setembro. Isso se deve ao fato de grande parte das indústrias possuir escalas confortáveis e estoques para o período. Além disso, a população não tem aceitado qualquer tipo de repasse de alta nos preços da carne bovina.
“Para o último trimestre o otimismo em relação à retomada do movimento de alta aumenta com o potencial avanço da demanda doméstica somado ao ótimo ritmo de embarques de carne bovina. Nessas condições haverá maior propensão a reajustes a partir de outubro”, apontou Iglesias.
Escalas de abate seguem alongadas ??
As programações de abate seguem alongadas, como já era observado nas últimas semanas. Os animais de terminações mais intensivas vão dando as caras nos frigoríficos, mas em volume ainda reduzido, insuficiente para pressionar as cotações de maneira intensa, com isso, a pressão de baixa continua, mas com dificuldades de emplacar quedas maiores.
- Em São Paulo, as indústrias fecharam a sexta-feira com 14 dias úteis já programados, mantendo a média da semana passada.
- Em Goiás as programações seguem extensas, se mantendo em 12 dias úteis, 5 dias acima da média parcial dos últimos 12 meses.
- Os frigoríficos mineiros também encerraram a semana com escalas estáveis em 10 dias úteis programados.
- Em Mato Grosso, as indústrias conseguiram avançar o planejamento de abate em 1 dia e fecharam a sexta-feira com 9 dias úteis programados.
- A exemplo do estado vizinho, as escalas também avançaram no Mato Grosso do Sul, as indústrias sul mato-grossenses contam com 8 dias úteis já programados, avançando 2 dias no comparativo semanal.
- Já no Tocantins, as programações recuaram em 1 dia, agora os frigoríficos do estado contam com uma média de 7 dias úteis planejados.
- Dentre as regiões analisadas, Rondônia tem as programações mais curtas, com 4,0 dias úteis, mantendo a estabilidade desde a semana passada.
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Mercado atacadista com osso
As vendas patinando resultaram em queda de 0,6% para a carcaça de bovinos castrados na comparação semanal, cotada em R$18,19/kg. Já carcaça de bovinos inteiros permaneceu estável em R$18,75/kg.
A expectativa é de que o marcado atacadista siga pressionado, no entanto, as quedas podem ser limitadas pela chegada da primeira quinzena do mês.